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segunda-feira, 9 de junho de 2025

Trama golpista: Confira os principais trechos do depoimento de Mauro Cid no STF

Interrogatórios dos réus da ação sobre a trama golpista, no STF - 09/06/2025 (Foto: Ton Molina/STF)

247 - Réu no inquérito da trama golpista, o tenente-coronel Mauro Cid prestou novo depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, em um trecho de suas declarações, confirmou que, em 2022, Jair Bolsonaro (PL) pressionou o então ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira para a elaboração de um documento com duras críticas às urnas eletrônicas.

“Essa pressão existia. Sergio tinha uma conclusão nesse documento voltada para o lado mais técnico e, se tinha a tendência de algo mais político. Mas, ao final, chegou-se ao meio termo, e o documento foi assinado.

O STF já tornou 31 réus no inquérito da trama golpista. Entre eles, estão Bolsonaro, Mauro Cid e alguns ex-ministros do governo bolsonarista. No depoimento ao Supremo, o tenente-coronel afirmou que o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem (PL-RJ), atual deputado federal, não faziam parte dos núcleos golpistas. Também citou o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, como um aliado “radical” no sentido de implementar o golpe.

Minuta golpista

Em resposta a questionamento do ministro Alexandre de Moraes, o tenente-coronel disse que Bolsonaro recebeu e leu a minuta do golpe. "Sim [Bolsonaro] recebeu e leu. Ele enxugou o documento. Basicamente, retirando as autoridades das prisões, somente o senhor [Moraes] ficaria como preso. O resto não", afirmou.

"Eu não me ative muito aos detalhes do documento, mas seria para conduzir uma nova eleição, baseada em uma eleição anulada. Eu presenciei grande parte dos fatos, mas eu não participei deles”, acrescentou.

O militar também revelou outra conduta grave: a de que Bolsonaro pediu o monitoramento da rotina do ministro Moraes.

Braga Netto

O tenente Mauro Cid afirmou também que o general Braga Netto, ex-candidato a vice de Bolsonaro em 2022, atualizava o ex-mandatário sobre como estavam as mobilizações bolsonaristas em acampamentos próximos ao Planalto.

“Quem tinha esse contato externo, para atualizar o presidente (Bolsonaro) sobre o que estava acontecendo era o general Braga Netto”, disse Mauro Cid.


Fonte: BRASIL 247 - 09/06/2025

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