terça-feira, 10 de junho de 2025

PF diz que ex-ministro de Bolsonaro agiu para tirar Cid do Brasil e PGR pede busca

                                      O ex-ministro Gilson Machado - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A Polícia Federal informou à Procuradoria-Geral da República que Gilson Machado, ex-ministro do Turismo do governo Jair Bolsonaro, tentou no último dia 12 de maio obter a expedição de um passaporte português em nome de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator.

Segundo a informação da PF à PGR, a tentativa de Machado se deu por meio do consulado de Portugal no Recife e teria como possível finalidade viabilizar a saída de Cid do Brasil.

A corporação disse ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, que Machado não conseguiu a emissão do documento. O ofício pontuou, porém, que seria possível que o ex-ministro busque alternativas junto a outras embaixadas e consulados com o mesmo objetivo.

Diante das informações da PF, Paulo Gonet pediu a Alexandre de Moraes nessa segunda-feira, 9, que uma investigação seja aberta contra Gilson Machado por possíveis crimes de obstrução de investigação envolvendo supostos delitos de organização criminosa e favorecimento pessoal. O PGR solicitou a Moraes busca e apreensão contra o ex-ministro e quebras de sigilo telefônico e telemático do bolsonarista no período entre 1º de janeiro de 2025 e 5 de junho de 2025.

Interrogatórios dos réus da Ação Penal (AP) 2668

Para Gonet, com base nas informações da PF, é possível que Machado “esteja atuando para obstruir a instrução da Ação Penal n. 2.688/DF [processo do STF que apura tentativa de golpe] e das demais investigações que seguem em curso, possivelmente para viabilizar a evasão do país do réu MAURO CESAR BARBOSA CID, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, tendo em vista a proximidade do encerramento da instrução processual”.

“Não obstante o que se colheu sobre a materialidade e autoria dos possíveis crimes investigados, a análise das informações reunidas pela Polícia Federal indica a necessidade de complementação das diligências investigavas, a fim de possibilitar um juízo adicional e mais abrangente sobre a autoria das condutas apuradas, especialmente em razão da provável possibilidade de que o requerido esteja empregando esforços junto a outras embaixadas e consulados com o mesmo propósito ilícito”, escreveu Gonet.

Gilson Machado negou à coluna que tenha ido ao Consulado de Portugal ou alguma outra representação diplomática em busca de um passaporte para Mauro Cid. Ele também negou que atue para tirar o delator do Brasil e afirmou que os registros de acesso ao consulado podem comprovar sua alegação. 

“Não procede, não fui a Consulado de Portugal nenhum. Isso é muito fácil de resolver, de ver, é só você ir lá ver quem chegou no Consulado e quem não chegou”, disse Gilson Machado. 

Fonte: João Pedroso de Campos/Coluna de Guilherme Amado/PlatôBr 10/06/2025

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