domingo, 6 de março de 2011

Cultura: "Ministério está com uma quantidade grande de dívidas" diz Ana de Hollanda

Ana Holanda recebeu flores e "débitos" ao assumir o ministério -Foto:Google

A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, que prestigiou a saída do bloco afro Ilê Aiyê na noite de ontem(5) em Salvador, afirmou que há “uma quantidade grande” de débitos e restos a pagar do programa Pontos de Cultura, fruto de convênios em atraso de 2010 e anos anteriores, quando a pasta era ocupada pelo baiano Juca Ferreira (PV). “Não sei porque existe esse débito, não foi na minha gestão. Não posso dizer sobre o que não era meu”, disse a ministra que não soube mensurar no momento o valor da dívida.

Ela garantiu, no entanto, que mesmo com os restos a pagar e a contingência de mais de R$ 600 milhões em sua pasta, terá como uma de suas prioridades honrar os débitos de convênios do programa Pontos de Cultura, carro-chefe das gestões anteriores. “Agora a gente tem de rever todos os contratos para ver qual está inadimplente, não podendo nem pagar. Tem de ver quais já aconteceram, quais não foram pagos”.

A ministra não quis comentar o imbróglio envolvendo o sociólogo Emir Sader, antes nome certo para assumir a direção da Casa de Ruy Barbosa e defenestrado após ter dito, em entrevista, que Ana de Hollanda era “um pouco autista”. “É uma coisa que nem tenho que comentar. Eu falei com ele, por telefone, eu em Brasília e ele no Rio, mas nem vou comentar um assunto tão delicado desse em público”.

Direitos Autorais – Ana de Hollanda afirmou, ainda, que “estão interpretando ou querendo deformar” o teor da discussão sobre o projeto-de-lei que trata dos Direitos Autoriais, que deve ser revisto em sua gestão . “Eu estou dizendo que eu quero discutir porque ninguém conhece esse projeto-de-lei. O que foi mandado para o Congresso não foi o que estava sendo discutido naquele momento. Dia 23 de dezembro foi enviado para o Congresso um projeto que ninguém sabe como é que estava formatado”.

A ministra disse, ainda, que “não tem nada a ver” o que estão publicando na internet sobre o assunto (de que ela supostamente seria contra a livre circulação e troca de conhecimentos). “A polêmica é o momento bom para a discussão. As pessoas não estão satisfeitas com o que está aí, não estão satisfeitas com o que tem aí, não estão satisfeitas com o que está discutido lá (no Congresso). Vamos ouvir vários segmentos e pessoas”, afirmou a ministra, enfatizando que sua proposta é proteger os autores e também defender o acesso à cultura.

Pelourinho – A ministra classificou a situação dos casarões do Pelourinho e Centro Histórico de Salvador como “alarmante”. Ela revelou que já conversou com a presidenta Dilma Rousseff (PT) sobre o assunto e que buscará novas fontes de recursos para projetos como o Monumenta.

Ana de Hollanda já tem agendadas conversas com Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e Petrobras – a cargo do baiano Sergio Gabrielli. “Quero buscar formas de financiamento. Mas depende também da prefeitura, do Estado e apoios. O Minc não pode carregar sozinho tudo”.

A situação de abandono do Centro Histórico também teria sido apontada pelo ator Vitor Fasano, durante visita a um camarote, na sexta-feira de Carnaval. O artista classificou de "degradado" o aspecto atual do Pelourinho. "O local voltou a ficar caído e aquele casario é maravilhoso", declarou.

Fonte: Reportagem republicada de atardeonline por Regina Bochichio em 06/03/11.

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