• Praça do Feijão, Irecê - BA

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Participantes do Enem 2019 poderão usar identidade vencida

Resultado de imagem para enem 2019

Participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderão usar documentos vencidos para identificação nos dias do exame. Essa é uma novidade na aplicação deste ano.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), esses documentos, no entanto, devem ser originais e conter foto. Cópias simples, autenticadas em cartório ou documentos sem foto não serão aceitos pelos aplicadores.
Todos os candidatos inscritos no Enem deverão apresentar um documento de identificação para fazer as provas. O MEC alerta que quem apresentar a via original do documento oficial de identificação que esteja danificada, ilegível, com foto infantil ou que inviabilize a sua completa identificação, ou de sua assinatura, poderá realizar o Enem, desde que se submeta à coleta de dado biométrico, de informações pessoais e da assinatura em formulário oferecido pelo aplicador.
Participantes que perderem ou tiverem o documento roubado ou furtado deverão apresentar boletim de ocorrência, expedido por órgão policial há, no máximo, noventa dias do primeiro domingo do exame. Os candidatos também terão que se submeter à coleta de dados e assinatura de formulário para fazer o exame.
Somente serão aceitos documentos físicos. Documento digital em aparelho de celular não poderá ser usado como identificação. Um dos motivos, de acordo com a pasta, é que o documento precisará ficar visível na mesa do candidato durante o exame. Por questão de segurança, o celular será desligado, guardado e lacrado dentro da sala de prova.
O Enem 2019 será realizado nos dias 3 e 10 de novembro, em 1.727 municípios brasileiros. Mais de 5 milhões de pessoas farão o exame, em 14 mil locais de aplicação de provas.
Quem já concluiu o ensino médio ou vai concluir este ano pode usar as notas do Enem para se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece vagas em instituições públicas de ensino superior. Os estudantes podem ainda concorrer a bolsas de estudo pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) e ser beneficiados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Veja a lista completa dos documentos aceitos no Enem 2019:
Cédulas de identidade (RG) emitidas por Secretarias de Segurança Pública, Forças Armadas, Polícia Militar e Polícia Federal;

Identidade expedida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública para estrangeiros, incluindo refugiados;
Carteira de Registro Nacional Migratório;
Documento provisório de Registro Nacional Migratório;
Identificação fornecida por ordens ou conselhos de classes que por lei tenha validade como documento de identidade;
Carteira de Trabalho e Previdência Social emitida após 27 de janeiro de 1997;
Certificado de Dispensa de Incorporação;
Certificado de Reservista;
Passaporte;
Carteira Nacional de Habilitação com fotografia;
Identidade funcional de acordo com o Decreto 5.703/2006.
fonte:Ag. Brasil/reprodução

Rio: Incêndio em hospital na Tijuca deixa ao menos onze mortos


Incêndio no hospital Badim, na Tijuca (Celso Pupo /Fotoarena/Folhapress)
Um incêndio de grandes proporções atingiu o hospital Badim, na Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, no fim da tarde e início da noite desta quinta-feira 12. Ao menos onze pessoas morreram, de acordo com informação passada pela Defesa Civil ao canal Globo News. Uma morte foi confirmada durante a noite e outros dez corpos, ainda não identificados, foram retirados do local durante a madrugada desta sexta.
Segundo a assessoria de comunicação do hospital, um curto-circuito ocorreu no gerador do prédio 1, espalhando fumaça para todos os andares do prédio.
No início da madrugada, a direção do Badim disponibilizou um número de Whatsapp (21 971013961) e um e-mail (suportefamiliares@badim.com.br) para que familiares de pacientes possam receber informações sobre sua localização. O hospital informou que 103 pessoas estavam internadas no momento do episódio e mais de 100 médicos foram mobilizados para auxiliar na transferência dos enfermos a outros locais.
O vice-governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, informou que ambulâncias do estado resgataram mais de 60 pacientes para hospitais da rede pública. Oito pessoas em estado crítico foram conduzidas em ambulâncias avançadas – quatro para o Copa Star e quatro para o Copa D’or.
Segundo Castro, a perícia da Polícia Civil deve começar nesta sexta-feira às 6h, mas os peritos já estão no local. O início da operação foi adiado porque o prédio onde houve o incêndio ainda está sem luz.
 Leitos são improvisados na rua São Francisco Xavier em razão de incêndio que atinge o hospital Badim
Leitos são improvisados na rua São Francisco Xavier em razão de incêndio que atinge o hospital Badim (Celso Pupo /Fotoarena/Folhapress)
A fumaça atingiu todos os andares de um dos prédios do hospital, segundo a direção. O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 18h e, por volta das 20h, informou que o fogo foi controlado.
Para acomodar os pacientes, que tiveram que deixar os leitos às pressas, funcionários do hospital improvisaram camas na rua Arthur Menezes, que foi interditada devido ao incêndio. Em frente ao hospital, voluntários auxiliam as equipes do hospital no atendimento e na transferências dos pacientes. Cada vez que alguém é resgatado com vida, as pessoas que acompanham os trabalhos aplaudem.
De acordo com o hospital, os pacientes do CTI 1 já foram retirados e estão recebendo os primeiros atendimentos na rua Arthur Menezes. Os pacientes do CTI 2, que tem 20 leitos, também estão sendo retirados. O hospital possui 128 leitos, 32 na Unidade de Tratamento Intensivo e 11 na Unidade Cardio Intensivo. O centro cirúrgico do Badim possui 11 salas.
Os demais pacientes foram transferidos para outras unidades da Rede Dor, da qual faz parte, e também para o hospital Albert Sabin, localizado a cerca de 2 quilômetros do Badim. Segundo o site da Receita Federal, o hospital tem como sócios-administradores José Marcos Duarte Badim e José Badim.
Pacientes e funcionários usaram as redes sociais para publicar imagens do hospital afetado pelas chamas.

Leia abaixo a íntegra da nota enviada pela assessoria de imprensa responsável pelo hospital:
A Direção do Hospital Badim informa que, ao que tudo indica, um curto circuito no gerador do prédio 1 do hospital provocou um incêndio, espalhando fumaça para todos os andares do prédio antigo. Todos pacientes do CTI 1 já foram retirados e estão recebendo os primeiros atendimentos na rua Arthur Menezes.
Nesse momento, os pacientes do CTI 2, que tem 20 leitos, também estão sendo retirados. Toda a direção do Hospital Badim está empenhada em prestar os devidos socorros necessários aos pacientes, que estão sendo transferidos para o Hospital Israelita Albert Sabin e para os hospitais particulares da região.
Fonte:Veja.com/reprodução 13/09/19

Bahia: Rui diz que presídios de Brumado e Irecê funcionarão em breve

                                      foto:reprodução Secom

O governador Rui Costa (PT) afirmou que pretende em breve colocar em funcionamento os presídios de Irecê e Brumado, após derrubada de liminar da Justiça do Trabalho, que proibia a contratação de mão de obra terceirizada nas unidades. A liminar foi suspensa esta semana pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, a pedido do governo do Estado. “Já estamos tomando as providências para colocar os dois presídios em funcionamento o mais rápido possível. 

O secretário Nestor Duarte está agilizando todas as medidas administrativas”, declarou o chefe do Executivo baiano nesta quinta-feira (12), ao inaugurar a 12ª policlínica regional de Saúde, em Jacobina. Toffoli autorizou a terceirização apenas nos dois presídios já construídos, ao considerar que a superlotação no sistema carcerário baiano representa potencial risco à ordem pública.

O ministro ressaltou que, apesar de sua decisão, é necessário realizar concurso público para sanar a falta de pessoal para administrar os novos presídios. O presidente do STF ainda destacou que os dois últimos concursos para o cargo de agente penitenciário não foram suficientes para resolver o déficit de mão de obra no sistema penitenciário. “A autorização para o incremento provisório de mão de obra especializada, até a realização de concurso público, não só permitirá a ativação das unidades prisionais de Irecê e Brumado, representando 1.599 novas vagas no sistema penitenciário, como vem demonstrar a preocupação republicana do Estado da Bahia em sanear, ainda que provisoriamente, a superlotação e as precárias condições do cárcere, que atentam contra a dignidade da pessoa humana”, escreveu. 

fonte:Bahia.ba.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Violência: Cinco pessoas são baleadas num restaurante em Irecê; Veja o vídeo


No inicio da madrugada desta quinta-feira por volta das 00h:19min, cinco pessoas foram baleadas no estabelecimento conhecido como Bode na Brasa, localizado na Avenida 1º de Janeiro em Irecê. 

As vítimas foram identificadas como: Leonardo Murilo da Silva Arruda, Josenilto Luís dos Santos, Filipe Firmino da Silva, Ramon Nunes Tavares e Adeílson Mariano Prado.

Segundo informações da polícia, um dos proprietários do estabelecimento informou que dois homens - possivelmente ciganos - em um veículo Gol Bola Branco 2 Portas placa não identificada, após desentendimento com um dos clientes que ali se encontrava, saiu do estabelecimento e posteriormente haveria retornado com uma arma de fogo e não encontrando novante o rapaz que seria o alvo da discussão deflagrou diversos disparos contra várias pessoas ali no local. 

As vítimas estão internadas no Hospital Regional de Irecê, quando segundo informações da unidade hospitalar três atingidos foram submetidos a  processo cirúrgico. 

A polícia Civil já está em investigação visando identificar os homens que estavam com esse veículo e cometerem o delito.

fonte:Líder notícias c/adaptações

Salvador: Festival Literário Nacional será em Cajazeiras


Evento tem a intenção de fortalecer e aproximar o público de assuntos que dialogam diretamente com a juventude - Foto: Adilton Venegeroles | Ag A TARDE
foto:reprodução
O bairro de Cajazeiras na periferia de Salvador receberá o Festival Literário Nacional (Flin) que acontecerá de 12 à 15 de novembro, no Ginásio Poliesportivo do bairro soteropolitano. 
O evento terá como tema ‘Diversas Leituras & Novos Caminhos’ e tem a intenção de fortalecer e aproximar o público de assuntos que dialogam diretamente com a juventude através de uma programação especial.
A ação contará também com serviços destinados ao público jovem e uma ampla infraestrutura, organizada a partir diferentes setores: Arena Leia e Passe Adiante - dividida nos espaços Infantil e Jovem. Nele, ocorrerão apresentações de slams, saraus, repentes, cordéis e lançamentos de livro. A Passarela do Livro reunirá stands de venda de livros de diversas editoras do país e Tenda Cultural.
O Flin é promovido pelo Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura (Secult) e coordenado pela Fundação Pedro Calmon (FPC/Secult).

fonte:Atardeonline

Rio: Após suspeita de empregar ‘fantasmas’, Carlos Bolsonaro se diz tranquilo

O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
Após passar a ser investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por suspeitas de ter mantido funcionários “fantasmas” em seu gabinete na Câmara Municipal, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou estar “tranquilo e despreocupado” e, mais uma vez, atacou a imprensa. “Imprensa lixo, não adianta me chamar para a briga, com desinformações que vocês sempre fomentaram, que não vou cair na armadilha. Qualquer um sabe o motivo disso tudo e qual o objetivo. Tranquilo e despreocupado! Bom dia a todos!”, disse, no Twitter, na manhã desta quinta-feira 12.
As denúncias de supostas irregularidades no escritório do filho Zero Dois do presidente Jair Bolsonaro (PSL) começaram a ser publicadas depois que o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), irmão de Carlos, passou a ser investigado por práticas parecidas.
O jornal O Estado de S. Paulo revelou o caso de Claudionor Gerbatim de Lima e Márcio da Silva Gerbatim, que trabalharam no gabinete de Carlos na Câmara e não têm registros de frequência. Os dois são parentes de Fabrício Queiroz, pivô da investigação envolvendo Flávio e seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que está suspensa por decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).
As investigações do MP-RJ estão sob sigilo e correm em duas esferas: a criminal, que está nas mãos do procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, com auxílio do Grupo de Atribuição Originária Criminal (Gaocrim); e a cível, na qual se verifica se houve improbidade administrativa.
As investigações contra Flávio Bolsonaro, que apuram as práticas de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, estão suspensas por terem usado informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sem autorização judicial prévia. Dias Toffoli suspendeu provisoriamente todos os casos enquadrados nesse perfil.
Esses procedimentos contra Carlos, contudo, não têm relação com dados de movimentações financeiras fornecidos por órgãos de controle e podem ser tocados normalmente pelo Ministério Público. Carlos pediu licença da Câmara na última terça-feira, 10, para tratar de assuntos particulares.
Quando a Justiça autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Flávio e de outras 85 pessoas e nove empresas ligadas a ele, verificou-se que várias delas também haviam trabalhado com o presidente Jair Bolsonaro e com Carlos — inclusive no período considerado pela quebra de sigilo, entre janeiro de 2007 a dezembro de 2018. No entanto, se o MP estadual encontrasse alguma irregularidade relacionada a Jair Bolsonaro, o caso teria que ser remetido à Procuradoria-Geral da República.
Fonte:Veja.com /com Estadão Conteúdo)

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

EUA: A surpreendente tese que tenta explicar por que a CIA ignorou sinais dos ataques de 11 de Setembro

A CIA é criticada por ter falhado em prever os atentados de 11 de setembro de 2001
© Getty Images A CIA é criticada por ter falhado em prever os atentados de 11 de setembro de 2001
O fracasso da CIA em identificar os sinais de alerta dos ataques de 11 de setembro se tornou um dos assuntos mais controversos na história dos serviços de inteligência. Houve comissões, análises, investigações internas e muito mais.
De um lado, estão aqueles que dizem que a agência de inteligência americana não percebeu sinais de alerta óbvios. Do outro, os que argumentam que é notoriamente difícil identificar ameaças de antemão e que a CIA fez tudo o que era razoavelmente possível.
Mas e se os dois lados estiverem errados? E se a verdadeira razão pela qual a CIA falhou em detectar o plano de ataque for mais sutil do que ambas as partes imaginam? E se o problema vai muito além do serviço de inteligência e afeta hoje silenciosamente milhares de organizações, governos e equipes?

Embora muitas das investigações tenham se concentrado em julgamentos específicos sobre os preparativos do 11 de Setembro, poucas deram um passo atrás para examinar a estrutura interna da própria CIA e, em particular, suas políticas de contratação.
Em determinado nível, os processos eram impecáveis. Os analistas em potencial eram submetidos a uma bateria de exames psicológicos, médicos, entre outros. E não há dúvida de que contratavam pessoas excepcionais.
"Os dois principais exames eram uma prova no estilo SAT (usadas para admissão em universidades americanas) para analisar a inteligência do candidato e um teste de perfil psicológico para avaliar seu estado mental", conta um veterano da CIA.
"Eles eliminavam qualquer um que não fosse brilhante nos dois testes. No ano em que me candidatei, eles admitiram um candidato para cada 20 mil inscritos. Quando a CIA falava que contratava os melhores, tinha razão."
Mesmo assim, o perfil da maioria das pessoas recrutadas também parecia muito semelhante - homens, brancos, anglo-saxões, americanos, de religião protestante.
Esse é um fenômeno comum nos processos de recrutamento, às vezes chamado de "homofilia": as pessoas tendem a contratar profissionais que pensam (e geralmente se parecem) com elas mesmas.
É validador estar cercado por indivíduos que compartilhem as mesmas perspectivas e crenças. De fato, tomografias sugerem que, quando outras pessoas refletem nossos próprios pensamentos, isso estimula os centros de prazer do cérebro.
No momento dos ataques, o perfil da maioria dos analistas da CIA era muito parecido
© AFP No momento dos ataques, o perfil da maioria dos analistas da CIA era muito parecido

Em seu estudo sobre a CIA, os especialistas em inteligência Milo Jones e Phillipe Silberzahn escrevem: "O primeiro atributo consistente da identidade e cultura da CIA de 1947 a 2001 é a homogeneidade de sua equipe em termos de raça, sexo, etnia e origem de classe".
O estudo de um inspetor-geral sobre o processo de recrutamento constatou que em 1964, um braço da CIA, o Escritório de Estimativas Nacionais, "não tinha profissionais negros, judeus ou mulheres, e apenas alguns católicos".
Em 1967, o relatório informava que havia menos de 20 afro-americanos entre cerca de 12 mil funcionários não administrativos da CIA, e a agência manteve a prática de não contratar minorias entre as década de 1960 e 1980.
Até 1975, a comunidade de inteligência dos EUA "proibia abertamente a contratação de homossexuais".
Ao falar sobre sua experiência na CIA nos anos 1980, um informante escreveu que o processo de recrutamento "levou a novos oficiais que se pareciam muito com as pessoas que os recrutaram - brancos, sobretudo anglo-saxões; de classe média e alta; graduados em artes liberais". Havia poucas mulheres e "poucas etnias, mesmo de origem europeia recente".
"Em outras palavras, não havia sequer a diversidade que havia entre aqueles que ajudaram a criar a CIA."
A diversidade foi reduzida ainda mais após o fim da Guerra Fria. Um ex-oficial de operações afirmou que a CIA tinha uma "cultura branca como arroz".
Imagem aérea da sede da CIA em Langley, no Estado da Virgínia
© AFP Imagem aérea da sede da CIA em Langley, no Estado da Virgínia

Nos meses que antecederam o 11 de Setembro, a revista acadêmica International Journal of Intelligence and Counterintelligence comentou:
"Desde o início, a Comunidade de Inteligência [era] composta pela elite protestante branca masculina, não apenas porque essa era a classe no poder, mas porque essa elite se via como garantidora e protetora dos valores e da ética americanos."
Por que essa homogeneidade importava? Se você está contratando uma equipe de revezamento, não vai querer ter apenas os corredores mais rápidos? Por que importaria se são da mesma cor, gênero, classe social etc.?
No entanto, essa lógica, apesar de fazer sentido para tarefas simples como correr, não se aplica a tarefas complexas como inteligência. Por quê? Porque quando um problema é complexo, ninguém tem todas as respostas. Todos nós temos pontos cegos, lacunas na nossa compreensão.
Isso significa, por sua vez, que se você reunir um grupo de pessoas que compartilham perspectivas e origens semelhantes, é provável que compartilhem os mesmos pontos cegos.
Ou seja, em vez de desafiar e abordar esses pontos cegos, é provável que sejam reforçados.

Os atentados

No dia 11 de setembro de 2001, dois aviões de passageiros se chocaram contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, como parte de uma série de ataques coordenados contra alvos nos EUA.
Um outro avião sequestrado por terroristas caiu sobre o Pentágono, na Virgínia, e um quarto, sobre a Pensilvânia, depois que passageiros resolveram enfrentar os sequestradores.
Os ataques de 11 de Setembro mataram ao todo quase 3 mil pessoas e foram reivindicados pela rede extremista Al-Qaeda, de Osama Bin Laden, morto em 2011 pelos EUA no Paquistão.
A cegueira de perspectiva se refere ao fato de que muitas vezes somos cegos para nossos próprios pontos cegos. Nossos modos de pensamento são tão habituais que mal percebemos como eles filtram nossa percepção da realidade.
A jornalista britânica Reni Eddo-Lodge descreve o período em que decidiu ir pedalando para o trabalho:
"Uma verdade incômoda me ocorreu enquanto carregava minha bicicleta para cima e para baixo pelos lances de escada: a maioria dos transportes públicos não era acessível facilmente... Antes de precisar carregar minhas próprias rodas, nunca havia me dado conta desse problema. Estava alheia ao fato de que essa falta de acessibilidade estava afetando centenas de pessoas."
Este exemplo não sugere necessariamente que todas as estações devem estar equipadas com rampas ou elevadores. Mas mostra que só conseguimos realizar uma análise significativa se os custos e benefícios forem percebidos.
Isso depende da diversidade de perspectivas. Pessoas que podem nos ajudar a ver nossos próprios pontos cegos, e a quem podemos ajudar a enxergar os deles.
Osama Bin Laden declarou guerra aos Estados Unidos a partir de uma caverna em Tora Bora, no Afeganistão, em fevereiro de 1996. As imagens mostravam um homem com barba até o peito. Ele usava uma túnica por baixo do uniforme de combate.
Hoje, dado o que sabemos sobre o horror que ele provocou, a declaração parece ameaçadora.
Mas uma fonte da principal agência de inteligência americana afirmou que a CIA "não podia acreditar que esse saudita alto de barba, agachado ao redor de uma fogueira, pudesse ser uma ameaça para aos Estados Unidos da América".
Osama Bin Laden declarou guerra aos EUA de uma caverna no Afeganistão
© Getty Images Osama Bin Laden declarou guerra aos EUA de uma caverna no Afeganistão

Para uma massa crítica de analistas, Bin Laden parecia primitivo e não representava um grande perigo. Richard Holbrooke, alto funcionário do presidente Clinton, colocou desta maneira:
"Como um homem em uma caverna pode alcançar a sociedade líder em informação do mundo?"
Outro disse: "Eles simplesmente não conseguiram justificar a necessidade de destinar recursos para descobrir mais sobre Bin Laden e a Al-Qaeda, já que o sujeito morava em uma caverna. Para eles, ele era a essência do atraso".
Agora, pense como alguém mais familiarizado com o Islã teria percebido as mesmas imagens.
Bin Laden estava de túnica não porque era primitivo em intelecto ou tecnologia, mas porque se inspirou no profeta Maomé. Jejuava nos dias em que o profeta jejuou. Suas poses e posturas, que pareciam tão atrasadas para o público ocidental, eram as mesmas que a tradição islâmica atribui ao mais sagrado de seus profetas.
Como Lawrence Wright destacou em seu livro sobre o 11 de Setembro, vencedor do Prêmio Pulitzer, Bin Laden orquestrou sua operação "invocando imagens que eram profundamente significativas para muitos muçulmanos, mas praticamente invisíveis para aqueles que não estavam familiarizados com essa fé".
Jones escreveu: "A anedota da barba e da fogueira é a evidência de um padrão mais amplo, no qual americanos não-muçulmanos - inclusive os consumidores de inteligência mais experientes- subestimaram a Al-Qaeda por razões culturais".
Os analistas da CIA não dimensionaram a ameaça representada pelo milionário saudita
© Getty Images Os analistas da CIA não dimensionaram a ameaça representada pelo milionário saudita

Já a caverna tinha um simbolismo ainda mais profundo.
Como quase todo muçulmano sabe, Maomé procurou refúgio em uma caverna depois de escapar de seus perseguidores em Meca. Para um muçulmano, uma caverna é sagrada. A arte islâmica está repleta de imagens de estalactites.
Bin Laden conduziu seu exílio em Tora Bora como sua própria hégira (fuga de Maomé de Meca para Medina), e usou a caverna como propaganda.
Como disse um acadêmico muçulmano: "Bin Laden não era primitivo; ele era estratégico. Ele sabia como usar as imagens do Alcorão para incitar aqueles que mais tarde se tornariam mártires nos ataques do 11 de Setembro".
Os analistas também foram induzidos ao erro pelo fato de Bin Laden frequentemente fazer pronunciamentos em forma de poesia.
Para analistas brancos de classe média, isso parecia excêntrico, reforçando a ideia de um "mulá primitivo em uma caverna".
Para os muçulmanos, no entanto, a poesia tem um significado diferente. É sagrada. E os talebãs costumam se expressar em poesia.
A CIA estudava, no entanto, os pronunciamentos de Bin Laden com um marco de referência enviesado.
Como Jones e Silberzahn observaram: "A poesia em si não estava apenas em uma língua estrangeira, o árabe; derivava de um universo conceitual a anos luz de Langley (onde está localizada a sede da CIA)".

'Ralé antimoderna'

Em 2000, a "ralé antimoderna e sem instrução" que seguia Bin Laden havia crescido, chegando a cerca de 20 mil pessoas, a maioria com curso superior e inclinada à engenharia. Yazid Sufaat, que se tornaria um dos pesquisadores de antraz da Al-Qaeda, era formado em química e ciências laboratoriais. Muitos estavam prontos para morrer por sua fé.
Enquanto isso, o alto funcionário da CIA Paul Pillar (branco, meia-idade, formado em universidade de elite) descartava a possibilidade de um grande ataque terrorista.
"Seria um erro redefinir o contraterrorismo como uma tarefa para lidar com o terrorismo 'catastrófico', 'grandioso' ou 'superterrorismo'", disse ele, "quando, na verdade, esses rótulos não representam a maior parte do terrorismo que os Estados Unidos provavelmente devem enfrentar'".
Outra falha nas deliberações da CIA foi a relutância em acreditar que Bin Laden iniciaria um conflito com os EUA. Por que começar uma guerra que ele não seria capaz de vencer?
Os analistas não deram o salto conceitual necessário para entender que, para os jihadistas, a vitória não seria garantida na terra, mas no paraíso.
De fato, o codinome dado pela Al-Qaeda ao plano de ataque foi "O Grande Casamento". Na ideologia dos homens-bomba, o dia da morte de um mártir também é o dia do seu casamento, quando ele será recebido por virgens no céu.
'Bin Laden sabia como lidar com as imagens do Alcorão para incitar aqueles que mais tarde se tornariam mártires nos ataques de 11 de setembro'
© Getty Images 'Bin Laden sabia como lidar com as imagens do Alcorão para incitar aqueles que mais tarde se tornariam mártires nos ataques de 11 de setembro'

A CIA poderia ter destinado mais recursos para investigar a Al-Qaeda. Poderia ter tentado se infiltrar na organização. Mas a agência foi incapaz de entender a urgência.
Não alocaram mais recursos, porque não perceberam uma ameaça. Não tentaram se infiltrar na Al-Qaeda porque ignoravam a lacuna em suas análises.
O problema não foi (apenas) a incapacidade de ligar os pontos no outono de 2001, mas uma falha em todo o ciclo de inteligência.

© BBC

A falta de muçulmanos dentro da CIA é apenas um exemplo de como a homogeneidade enfraqueceu a principal agência de inteligência do mundo.
E dá uma ideia de como um grupo mais diverso teria possibilitado uma compreensão mais rica, não apenas da ameaça representada pela Al-Qaeda, mas também dos perigos em todo o mundo. Como diferentes pontos de referência, perspectivas distintas teriam criado uma síntese mais abrangente, diversificada e poderosa.
Uma parcela surpreendentemente alta de funcionários da CIA cresceu em famílias de classe média, enfrentou poucas dificuldades financeiras, e questões que poderiam atuar como precursores da radicalização, ou inúmeras outras experiências que poderiam ter enriquecido o processo de inteligência.
Em uma equipe mais diversa, cada um deles teria sido um ativo valioso. Como grupo, no entanto, eram falhos.
Esse problema, no entanto, não se restringe à CIA. Basta olhar para muitos governos, escritórios de advocacia, equipes de liderança do Exército, altos funcionários públicos e até executivos de algumas empresas de tecnologia.
'É validador estar cercado por indivíduos que compartilhem as mesmas perspectivas e crenças'
© Getty Images 'É validador estar cercado por indivíduos que compartilhem as mesmas perspectivas e crenças'

Inconscientemente, somos atraídos por pessoas que pensam como nós, mas raramente percebemos o perigo, porque desconhecemos nossos próprios pontos cegos.
John Cleese, o comediante, falou uma vez: "Todo mundo tem teorias. As pessoas perigosas são aquelas que não têm conhecimento de suas próprias teorias. Ou seja, as teorias sobre as quais operam são amplamente inconscientes".
Obter a combinação certa de diversidade em grupos humanos não é fácil. Reunir as mentes certas, com perspectivas que desafiam, ampliam, divergem e polinizam - em vez de papagaios, que corroboram e restringem - é uma verdadeira ciência.
E deve se converter em uma fonte importante de vantagem competitiva para as organizações, sem mencionar as agências de segurança. É assim que o todo se torna maior do que a soma de suas partes.
A CIA, por sua vez, deu passos importantes para alcançar uma diversidade significativa desde o 11 de Setembro.
Mas a questão continua perseguindo a agência - um relatório interno de 2015 foi bastante crítico.
Como John Brennan, então diretor da agência, afirmou: "O grupo de estudo analisou com atenção nossa agência e chegou a uma conclusão inequívoca: a CIA simplesmente precisa fazer mais para desenvolver o ambiente de liderança diversificado e inclusivo que nossos valores exigem e que nossa missão demanda".
*Matthew Syed é jornalista, autor do livro "Rebel Ideas: The Power of Diverse Thinking" ("Ideias Rebeldes: o poder do pensamento diverso", em tradução livre)
FONTE: BBC NEWS - 11/09/19 - REPRODUÇÃO ÀS 22H:14MIN.