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A Polícia Federal (PF) concluiu que membros do governo de Jair Bolsonaro (PL) conspiraram contra a democracia e trataram sobre um golpe de Estado no fim de 2022. Os detalhes da trama golpista apurados pela corporação constam em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que deve remetê-lo à Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta segunda (25/11).
As investigações chegaram a 37 pessoas que teriam incorrido nos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Na lista estaõ o presidente Jair Bolsonaro e nomes do seu entorno, como os ex-ministros Walter Braga Neto, Anderson Torres e Augusto Heleno.
A corporação preparou um relatório robusto, que detalha a conduta de cada ator nos bastidores dos últimos dias do governo Bolsonaro para viabilizar um golpe de Estado.
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As investigações se deram no âmbito do Inquérito nº 4874, que trata das milícias digitais e investiga a existência de uma organização criminosa, de atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político, com a finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito. A relatoria é do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
O inquérito foi dividido em diferentes eixos, sendo um deles “tentativa de golpe de Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito”.
Para fundamentar a investigação, os agentes da PF colheram depoimentos de diversos envolvidos e contaram com a delação de Mauro Cid, ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro. Foram cruciais também os arquivos e documentos encontrados com os investigados e o cruzamento de informações, como a geolocalização dos acusados.
“Minuta do golpe”
Segundo as investigações da Polícia Federal (PF), o então presidente da República Jair Bolsonaro redigiu, ajustou e “enxugou” a chamada “minuta do golpe”, uma espécie de decreto que previa a intervenção no Poder Judiciário para impedir a posse do presidente Lula e convocar novas eleições.
O documento da PF aborda as investigações envolvendo um grupo de militares de elite que teria planejado um golpe de Estado em 2022 para impedir a posse e até mesmo o assassinato de Lula. A corporação aponta, inclusive, a cronologia de atos criminosos que envolveriam Bolsonaro.
O ex-presidente teria se reunido com o comandante do Exército Brasileiro à época, general Estevam Cals Theofilo, em 9 de dezembro de 2022, com o objetivo de organizar o apoio militar para consumar o golpe de Estado.
A PF concluiu que Bolsonaro é o responsável por redigir e ajustar “a minuta do ilegal Decreto golpista”, mediante a análise de mensagens encaminhadas por Mauro Cid para o general Freire Gomes, então comandante do Exército.
Em uma das mensagens enviadas pelo ajudante de ordens de Bolsonaro ao general Freire Gomes, afirma-se que o então presidente estaria sofrendo “pressões para tomar uma medida mais pesada”, com o uso de forças, por parte de “deputados”.
Fonte: Metrópoles - 24/11/2024