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sábado, 1 de dezembro de 2018

Programa Mais Médicos está sob ameaça, diz Drauzio Varella

Pessoalmente, fiquei horrorizado quando soube que metade do contingente dos profissionais do programa Mais Médicos, algo como 8 mil médicos, do total de 16 mil, abandonariam suas funções em questão de semanas. Menos pelo viés político – a mim pouco importa se são cubanos, iranianos ou lituanos -, e mais pela população desassistida.
As áreas mais vulneráveis do país são as mais atingidas: região Norte, semiárido nordestino, cidades com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), saúde indígena e periferias de grandes centros urbanos.
Depois veio a notícia que mais de 90% das vagas descobertas haviam sido preenchidas por médicos brasileiros, que o Ministério da Saúde recebera 1 milhão de acessos simultâneos no momento da abertura do sistema para a inscrição.
Em contrapartida, a constatação de que em um concurso para médicos brasileiros realizado no ano passado pelo Ministério da Saúde, 30% dos que foram selecionados deixaram as localidades antes de um ano.
Sou daqueles que confiam no bom senso e na lucidez de Drauzio Varella quando o assunto é gestão de saúde pública. Com ele venho desenvolvendo um projeto audiovisual sobre o SUS, parceria da Prodigo Films com a Uzumaki.
Posso ter minhas críticas ao governo Bolsonaro mas a esta altura dos acontecimentos, só consigo mesmo, torcer para que dê certo. Com as razões que lhe são próprias, sem dúvida nosso novo presidente subiu um tom ou vários, com Havana. Por outro lado, Havana também não mostrou o menor senso humanitário ao ordenar a saída imediata de seu contingente de profissionais.
Como sempre, sobrou para o povo. Foi o que intuí a partir desta nossa conversa…
Qual é sua visão geral sobre o Mais Médicos?
O Mais Médicos foi o programa de interiorização de maior alcance e duração. Então nunca houve um programa que alcançasse tantas pessoas em território nacional e que durasse tanto tempo; já houve muitas outras tentativas.
Acho que o defeito foi de ter deixado o programa na mão do governo de Cuba, porque podiam a qualquer momento romper o acordo como de fato aconteceu. E daí você tem mais de 8 mil médicos para substituir.
Substituir 8 mil coisas, seja o que for, é difícil. 8.500 carros, ou 8.500 maçãs na feira. Imagina só 8.500 pessoas.
Primeiro, surgiu essa situação com as declarações do presidente dizendo que os médicos eram ruins, que o programa era só para dar dinheiro para Cuba. E então, tiraram todo mundo de uma vez. Eles não podiam ter pego a gente de “calça curta”, como ocorreu.
Então foi aberto o concurso, se preencheram aproximadamente 90% das vagas, e acham que foi um sucesso a substituição.
Só que muitos médicos fazem o concurso, se apresentam, fazem inscrição e depois não vão. Ou não gostam da cidade para a qual foram designados e uma série de outros problemas.
Outros já trabalham no programa Estratégia Saúde da Família e largam ele para ter um salário melhor, o que acaba desfalcando o Saúde da Família.
Precisamos entender que entre fazer inscrição num programa e realmente conseguir ser designado para começar a trabalhar, tem muito chão.
A solução de trazer médicos de Cuba foi inteligente?
Deixando de lado a parte política e a questão sobre se está certo você mandar dinheiro para Cuba ou não, acho que foi uma solução possível. Porque nós não tínhamos médicos nesses lugares e passamos a ter em muitos deles.
Mas quando o programa foi lançado, em 2013, já não havia um número de médicos brasileiros suficiente para cobrir esses lugares?
Nós temos um contingente de médicos brasileiros suficiente para atender o país inteiro, temos quase 500 mil médicos no Brasil. Mas o problema é a concentração. Eles estão concentrados em São Paulo, Rio e nos grandes centros (Nas localidades com até 20 mil moradores, que correspondem a 68,3% das cidades brasileiras, há menos de 0,40 médico por mil habitantes. Nas 42 cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes, a taxa é bem maior, de 4,33 profissionais por mil moradores).
Bolsonaro colocou em questão a qualidade do médico cubano. Ele era capacitado para trabalhar aqui?
Em Cuba tem um curso de 4 anos e pelo meu entender, é um curso que prepara para as coisas básicas. Para dar cuidados básicos para a população você precisa ter um médico com formação em clínica médica e saúde da família, que é o que falta aqui. Nós não temos médicos preparados nessa área porque o pessoal não se interessa, eles querem fazer especialidade.
O fato é que não tínhamos esses 8 mil médicos brasileiros dispostos a ir para esses lugares, o programa sempre esteve aberto aos médicos brasileiros, eles que não se interessavam.
Mas agora eles subitamente se interessam?
Quantas faculdades de medicina nós abrimos nos últimos anos, desde o início do Mais Médicos? É um número muito grande de faculdades de medicina. Atualmente nós formamos 20 mil médicos por ano. Nós vamos formar mais 18 mil nos próximos 6 anos, serão 38 mil médicos por ano. Você tem agora muito mais gente pra concorrer às vagas, ainda mais com o salário de 11 mil reais em meio a essa crise, que não é um salário baixo.
A questão hoje é que a maioria das faculdades de medicina é particular e a maioria dos estudantes são mulheres, isso quer dizer que o perfil mudou. Tem faculdades que custam 8, 10, até 15 mil reais por mês. Quem está cursando essas faculdades é no mínimo classe média alta, alunos que se formam gastando esse dinheirão. Você acha que essas pessoas de classe média alta vão querer ir para esses lugares? Você tem uma filha, paga caro na faculdade dela, você quer que ela se forme para trabalhar no sertão de Alagoas?
Essa substituição vai ter problemas, muitos irão para esses lugares, e vão desistir. O que acontecia com os cubanos é que Cuba é pobre, e eles já são formados com essa perspectiva, o pessoal se submete a ficar lá em uma cidadezinha pequena, muitos deles vêm do interior de Cuba também, de um alojamento simples, uma casa simples. O daqui, que fez faculdade paga, dificilmente vai se submeter a essa condição.
Os cursos são bons no Brasil?
Não. É isso que eu acho engraçado, eles ficam falando da formação dos cubanos mas não falam da formação dos brasileiros. Essas faculdades estão abrindo por interesses econômicos. Você sabe que quando uma universidade oferece o curso de medicina, o valor econômico dela é aumentado em 400 milhões de reais.
O Revalida (exame nacional de revalidação de diplomas médicos) ajuda? É uma régua?
Os cubanos que prestaram o Revalida tiveram o mesmo índice de aprovação que os não cubanos. Então não é muito uma questão do nível dos médicos, é uma questão dos médicos brasileiros quererem se espalhar pelo Brasil.
Como você reagiu quando recebeu a notícia sobre a saída dos médicos cubanos?
Eu achei muito grave. Não basta ter o médico pra você fazer assistência médica, você tem que ter condições mínimas de trabalho. Mas sem médicos você não faz assistência médica de jeito nenhum.
Pense o seguinte, essas pessoas que estão sendo atendidas com doenças crônicas, que são muito frequentes no Brasil. Pessoas que têm pressão alta e recebem o remédio gratuitamente, que precisam levar a receita, mas agora não têm médicos, o que eles vão fazer? Parar de levar a receita e comprar na farmácia?
A gente não imagina o drama que isso causa nessas famílias. Se tiver o remédio na cidade vizinha, pra gente é fácil pegar o carro e ir 30 km ao lado, mas pra população do sertão não é, ficam dependendo de ambulâncias para ir.
Cidades como essas que eu vejo por aí, onde o homem diz que você tem que votar no prefeito porque se tiver um problema de saúde não consegue ambulância pra prestar socorro. É esse o Brasilzão de verdade.
Você acha que o Mais Médicos está ameaçado?
Acho. Um programa de interiorização em que de repente você tira 8 mil médicos de um dia para outro, é o início de um drama. Ninguém estava preparado, não havia nada planejado.
Se fosse pra ser bem feito, teria que ter um planejamento.
Lógico. E também tem a sacanagem do governo de Cuba, que não pode ser eximidos dessa responsabilidade. Eles não precisavam fazer isso de uma dia para o outro. Eles precisavam ter dado um prazo para tentar organizar melhor as coisas. Isso mostra que eles não estavam interessados na saúde do povo brasileiro.
Eles sabiam os problemas que iam causar, poderiam ter esperado dia primeiro de janeiro, que é quando o novo presidente assume. Os médicos cubanos relataram que receberam a notícia de que no dia seguinte não atenderiam mais. De repente eles perceberam que as coisas estavam desorganizadas, que mudou o presidente da república, que ele falou coisas que não deveria ter falado e tomaram a atitude de tirar todo mundo daqui, imediatamente.
Mas você acha que teve uma inviabilidade do presidente novo?
Sem dúvida. Os cubanos poderiam ter dito que não se dariam bem com o presidente, que não haveria possibilidade de entendimento. Mas deveriam ter pensado nas pessoas que estão sendo atendidas. Ter fixado uma data, não 24 horas.
O povo foi tratado como massa de manobra.
Exatamente. Como massa de manobra.
Também tinha essa questão dos cubanos não receberem o salário integral, de ficar uma grande parte do salário deles com o governo de seu país, e dos familiares não poderem vir para o Brasil.
Cuba é uma ditadura. Eu acho que essa discussão da parte política já estava acertada, isso é outra discussão, outro ponto. Se era injusto com os médicos, se não tinha cabimento… mas o fato é que fizeram, agora estamos dentro dessa situação.
Recentemente foi nomeado o novo ministro da saúde. É o sexto ministro em cinco anos. Como você vê essa troca?
É um absurdo. A última vez que chequei esse dado, dava 10,4 meses por ministro. É por isso que o Brasil ainda não tem política de saúde. Não dá pra ficar trocando as pessoas desse jeito, o governo não consegue colocar as coisas em prática.
E que pessoas são essas? Os ministros anteriores quem foram?
O atual ministro era presidente da Caixa Econômica Federal, saiu de lá pra ir pro ministério da saúde. O ministério hoje é feudo do PP (um dos partidos mais envolvidos em investigações da Lava Jato e do Mensalão), não tem cabimento um ministério com essa importância, com esse impacto na vida da população, estar nas mãos de um feudo de um partido político.
Você conhece o ministro que o Bolsonaro escolheu?
Não conheço. Ele fez uma declaração sobre a AIDS que desgostou muito o pessoal da área, ele começou mal (O novo ministro, Luiz Mandetta, disse descrer da eficiência de campanhas de prevenção contra HIV realizadas em escolas e Unidades Básicas de Saúde). Mas devemos aguardar pois ele nem assumiu ainda.
Você tem algum recado para o novo ministro da saúde?
Ouvir os técnicos. Tem gente muito bem preparada dentro do ministério da saúde. Muitas vezes já aconteceu de eu estar gravando uma série e querer fazer uma entrevista com uma pessoa que entende sobre um assunto, um técnico do ministério, mas vem o chefe dele para a entrevista e você percebe que ele está completamente por fora do assunto, toda hora ele fica perguntando para aquele que sabe.
Imagina a pessoa preparada que está ali, que fez pós graduação, tem mestrado, doutorado no exterior, fez estágio na organização mundial da saúde e de repente vem um jejuno na área para chefiar.
O problema não é que troca o ministro, é que troca o ministro e mais um bando de gente. Trocam os diretores de autarquia, diretores de hospitais, trocam diretores de programas, fazem uma salada que desarticula todo o sistema e precisa começar tudo outra vez. Esse é realmente o problema da politização do ministério.
fonte:Estadãoonline 01/12/18 - 20:44hs.

Mundo: Atriz egípcia é acusada de imoralidade por usar vestido transparente

Vestido usado por Rania Youssef deixava suas pernas à mostra.

Vestido usado por Rania Youssef deixava suas pernas à mostra. Foto: Suhail Saleh/AFP/reprodução
A atriz egípcia Rania Youssef será julgada no próximo mês acusada de ter promovido a imoralidade após participar do Festival de Cinema do Cairo usando um vestido transparente (veja mais abaixo). A informação é do jornal online estatal Al-Ahram Gate deste sábado, 1º.
Rania enfrentará um julgamento em janeiro no Cairo depois de receber uma série de reclamações sobre seu traje, sendo acusada de incitação à imoralidade e promoção do vício.
A atriz foi alvo de olhares na cerimônia de encerramento do festival na quinta-feira, 29, quando apareceu com um vestido preto que expôs o que alguns comentaristas descreveram como um 'maiô por baixo'.
As fotos da estrela de 44 anos deixaram os usuários das redes sociais divididos, com alguns desferindo críticas e outros defendendo seu direito de usar o que quiser.
fonte:Estadãoonline 01/12/18 -20:07min.

Gov. nomeia irmão de deputado do PP para cargo de diretor em secretaria do Estado


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O irmão do deputado federal Eduardo Salles (PP), Cláudio Salles, foi nomeado pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT), para o cargo de diretor, símbolo DAS-2B, da Superintendência de Saneamento, da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento.
A nomeação foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) deste sábado (1º). Reeleito este ano, Salles já foi  secretário estadual da Agricultura no governo de Jaques Wagner.



O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições,

 

R E S O L V E


exonerar, a pedido, GERALDO DE SENNA LUZ do cargo de Diretor, símbolo DAS-2B, da Superintendência de Saneamento, da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento.

nomear CLÁUDIO SEIXAS DE SALLES para o cargo de Diretor, símbolo DAS-2B, da Superintendência de Saneamento, da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento.



PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, em 30 de novembro de 2018.

RUI COSTA

Governador

fonte: DOE 01/12/18 E BN c/adaptções

Região de Irecê: Desmontados esconderijos de facção liderada por 8 de Paus do Baralho




[Polícia desmonta esconderijos de líder de facção criminosa na Bahia]
foto:reprodução

Uma operação integrada deflagrada em quatro cidades do interior da Bahia, na tarde de sexta-feira (30), apreendeu veículos, arma, colete balístico e munições pertencentes a uma facção envolvida com tráfico de drogas, homicídios e roubos. A organização criminosa é liderada por Amauri Francisco de Sousa, o 'Babá', 8 de Paus do Baralho do Crime da SSP.


Cerca de 80 policiais militares e civis promoveram ações simultâneas nas cidades de Souto Soares, Canarana, Barro Alto e Mulungu do Morro. Em endereços mapeados, foram encontrados dois automóveis e duas motocicletas empregadas em práticas criminosas.


Já em Barro Alto, no distrito de Gameleira, as equipes localizaram Edipo da Silva Oliveira, o 'Kinho', braço direito de Babá. Cabia a ele executar as ordens do líder da quadrilha. Após tentativa de fuga e confronto, Kinho ficou ferido, foi socorrido até uma unidade médica local, mas não resistiu. Com ele foram apreendidos uma pistola calibre 40, carregadores, munições e colete balístico.



Equipes da PM (Bope, Graer, CPR-Chapada, Rondesp Chapada, 7° BPM, 29ª   CIPM, 42ª   CIPM, BPRv, Cipes Semiárido e Chapada, além da Cippa de Lençóis) e da PC (13ª   e 14ª   Coorpins) seguem realizando diligências na região à procura de Babá.




foto:reprodução SSP/BA
Fonte: Ascom: Alberto Maraux

Futuro governo: Presidente eleito diz que não repassará dinheiro de multas ambientais a ONGs

O presidente eleito, Jair Bolsonaro come cachorro-quente no Hot Dog do Senhor, em Resende (RJ)
foto:reprodução
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse que em seu governo vai enfrentar o que chamou de “indústria da multa” do agronegócio. Segundo ele, o dinheiro arrecadado com multas ambientais deixará de ser destinado a ONGs (Organizações não governamentais).
“Quero preservar, mas não dessa forma que vêm fazendo nos últimos anos. Dessas multas no campo, 40% vão para ONGs. Isso vai deixar de existir”, afirmou, ao dizer a comunidade ambientalista acha que é dona do meio ambiente.
Bolsonaro disse que o futuro ministro do Meio Ambiente terá de ser afinado com o Ministério da Agricultura e estar disposto a colocar em prática a medida de acabar com a destinação de recursos a ONGs.
Segundo o presidente eleito, a decisão sobre quem será o futuro ministro do Meio Ambiente ainda não foi tomada e há “meia dúzia” de nomes sendo avaliados.
As declarações foram concedidas na noite desta 6ª feira(30). 
fonte: Poder 360 c/adaptações

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Bahia: Reforma é enviada a Alba e corta cargos comissionados



O governador Rui Costa encaminhou, nesta sexta-feira (30), à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) Projeto de Lei propondo uma nova reforma administrativa do Estado, com o objetivo de torná-lo mais enxuto e eficiente na prestação de serviços à sociedade. Além de dar respostas rápidas e eficazes às demandas sociais, a reforma pretende enxugar, ainda mais, a máquina administrativa, por meio de corte de despesas com cargos comissionados e reestruturação de empresas e autarquias do Estado. A reforma visa fortalecer a capacidade executiva do Estado baiano em um contexto de grave crise econômica do País. A previsão é de que mais de mil cargos comissionados sejam extintos.


O Governo enfatiza a importância de manter o equilíbrio fiscal e garantir o total cumprimento de suas obrigações financeiras, sobretudo em um momento de grave crise econômica que atinge todo o país. “O nosso grande desafio, neste momento, é prestar serviços com elevado grau de eficiência para toda a sociedade”, afirmou o governador Rui Costa, destacando a necessidade de buscar alternativas para manter a estrutura do Estado funcionando adequadamente neste período de crise.


Reforma de 2014

“É preciso ter responsabilidade para tomar medidas necessárias em um período tão turbulento de nossa economia. A Bahia seguirá com seus investimentos em infraestrutura e serviços básicos, e em áreas prioritárias como saúde, educação e segurança. Continuaremos sendo destaque positivo no cenário nacional e para isso é fundamental enxugar e modernizar a máquina pública”, ressaltou o governador.


Em 2014, logo depois de eleito, Rui liderou uma reforma que modernizou o Estado e contribuiu para manter o equilíbrio financeiro, com esforço no controle de gastos iniciados com os Decretos de Contingenciamento, ainda na gestão Wagner. Somente com a reforma administrativa, foram extintas secretarias e 1,6 mil cargos na ocasião, gerando uma economia de R$ 200 milhões aos cofres públicos.



Passados quatro anos, e com a permanência da crise aguda que afeta a economia do país, se torna necessária uma série de ajustes para superar os desafios que se aproximam. No atual cenário, a Bahia voltou a ultrapassar o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para gastos com pessoal, ficando legalmente impossibilitado de conceder reajustes. O Estado vem conseguindo manter o equilíbrio das contas a despeito dos efeitos da crise em função de uma estratégia que combina a melhoria do desempenho do fisco, ampliando inclusive a participação do Estado no conjunto do ICMS nacional, com o controle rigoroso dos gastos públicos. Isso em meio a um processo de redução, nos últimos anos, na participação das transferências federais ao orçamento estadual.




Reestruturação necessária



Neste sentido, com este novo projeto ficam extintos o Centro Industrial Subaé (CIS) e a Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Sudic), que se tornarão superintendências integradas à estrutura da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). A Bahia Pesca poderá ser adquirida pela iniciativa privada, ou, ainda, ser gerida por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). Importante ressaltar que atividades industriais e pesqueiras permanecerão na agenda do Estado, especialmente em se tratando de políticas públicas, sendo fomentadas pelo Governo. A reforma também prevê a extinção da Conder.



O projeto Reforma Administrativa, além de extinguir cargos comissionados, também reduz o número de diretorias e extingue cargos de presidente de empresas, a exemplo da Prodeb. Empresas e autarquias do Estado passarão por um processo de reestruturação, de modo a operar com uma estrutura enxuta e eficiente. Neste âmbito, estão, por exemplo, CAR, ADAB, Bahiater, CBPM, EGBA, INEMA, Ibametro, Juceb e Procon.



Todas as medidas propostas pelo projeto asseguram que o Estado continue pagando rigorosamente em dia os salários dos servidores, siga honrando compromissos com fornecedores e mantendo um perfil confortável de endividamento. A Bahia está entre os doze estados que pagam o salário dos seus servidores dentro do mês trabalhado. Outros cinco estados pagam os salários até o quinto dia útil do mês subsequente. Sete seguem parcelando os salários e três pagando a folha até o décimo dia útil do mês subsequente, ou seja, dez estados pagam a folha fora do prazo previsto em lei.

fonte:Site Secom/Ba.

futuro governo: Presidente eleito associa indígenas em reservas a animais em zoológicos

"Justifica, por exemplo, ter a reserva ianomâmi, duas vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro, para talvez, 9 mil índios? Não se justifica isso aí", disse Bolsonaro.
foto:reprodução
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) comparou nesta sexta-feira (30) indígenas em reservas a animais em zoológicos. A afirmação foi feita em Cachoeira Paulista (SP) em resposta a uma pergunta sobre o Acordo de Paris, que envolve políticas para redução do desmatamento. Na campanha eleitoral, Bolsonaro ameaçou retirar o Brasil do acordo.
"Sobre o Acordo de Paris, nos últimos 20 anos, eu sempre notei uma pressão externa – e que foi acolhida no Brasil – no tocante, por exemplo, a cada vez mais demarcar terra para índio, demarcar terra para reservas ambientais, entre outros acordos que no meu entender foram nocivos para o Brasil. Ninguém quer maltratar o índio. Agora, veja, na Bolívia temos um índio que é presidente. Por que no Brasil temos que mantê-los reclusos em reservas, como se fossem animais em zoológicos?", questionou, segundo o G1.
Não é a primeira vez que o presidente eleito faz este tipo de declaração. Em 2014, segundo o jornal O Globo, Bolsonaro afirmou que "índio não fala nossa língua, não tem dinheiro, é um pobre coitado, tem que ser integrado à sociedade, não criado em zoológicos milionários".
Nesta sexta-feira, Bolsonaro disse ainda que o índio é "um ser humano igualzinho a nós". "Querem o que nós queremos, e não podemos usar o índio, que ainda está em situação inferior a nós, para demarcar essa enormidade de terras, que no meu entender poderão ser, sim, de acordo com a determinação da ONU, novos países no futuro. Justifica, por exemplo, ter a reserva ianomâmi, duas vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro, para talvez, 9 mil índios? Não se justifica isso aí."
O Brasil, entretanto, se comprometeu nesta sexta-feira a fortalecer o Acordo de Paris. Em conjunto com os demais líderes dos Brics (grupo de países que une Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o presidente Michel Temer assinou um texto no qual o bloco fortalece a relação com o acordo e pede a países desenvolvidos que façam o mesmo.
fonte:HuffPost Brasil30/11/2018 - 22:34min.

SP: 'O fogo veio para cima do carro', diz motorista sobre explosão de avião

Slide 14 de 14: Avião de pequeno porte cai sobre uma casa na zona norte de São Paulo - 30/11/2018
foto:reprodução
Um morador do bairro da Casa Verde, na Zona Norte de São Paulo, e uma testemunha da queda de um avião de pequeno porte na Rua Antonio Nascimento Moura, na tarde desta sexta-feira, 30, relataram a VEJA os momentos que sucederam o acidente com o monomotor Cessa 210 Centurion. A aeronave, que havia decolado do Campo de Marte às 15h55 rumo a Jundiaí (SP), explodiu após bater em uma casa na rua. Dois pilotos, os únicos ocupantes do avião, morreram, e 13 pessoas ficaram feridas. 
O motorista de aplicativo Selmo Eugênio da Silva, 44 anos, vinha com um passageiro da Barra Funda, na Zona Oeste, e passava pela região no momento do acidente. “O fogo veio para cima do carro, o passageiro se desesperou e saiu por cima de mim. Tentei sair, mas estava preso no cinto do carro. Quando consegui sair, poucos segundos depois, houve a explosão”, contou Silva. “Nasci de novo, é mais um aniversário, não morri por pouco”, diz.
A queda da aeronave destruiu uma casa e afetou, em menor parte, duas residências vizinhas. Segundo a capitão dos bombeiros Adriana Leandro de Araújo, as três casas não correm risco de desabamento, mas foram interditadas e as famílias não poderão passar a noite nelas. Um quarto imóvel, no fundo da casa mais atingida, passa por perícia.
As chamas da explosão, que também atingiram sete veículos, incluindo um caminhão, foram rapidamente controladas pelas dezesseis viaturas e 56 bombeiros que aturaram no local do acidente. Investigadores Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apuram as causas da queda do monomotor.
O consultor de segurança Ricardo Bustamante, 47 anos, mora na rua onde ocorreu o acidente desde que nasceu e estava em casa, a aproximadamente 50 metros do local da queda, com a porta da garagem aberta. Sua mãe, Tânia, de 70 anos, estava com ele. “Quando sai pra fora de casa, corri até a esquina, havia o incêndio, mas não sabia o que era”, relatou.
Segundo Bustamante, o combustível começou a escorrer pela rua e os moradores passaram a orientar a retirada de carros e pessoas do local. Ele conta que, após o acidente, os moradores estão sem energia e internet nas residências.
Este não é, contudo, a primeira queda de avião que ele presenciou. “Fazendo um churrasco em casa, no ano passado, chegamos antes dos bombeiros no Jardim São Bento [no acidente aéreo que matou sete pessoas, entre as quais o ex-presidente da Vale Roger Agnelli]”, relata.
Ele afirma que tem medo de viver na região, mas não pensa em se mudar. “Quem mora na cabeceira do aeroporto vive com medo, é terrível. Fazemos uma brincadeira, de quando é que vão acertar nossa cabeça, porque dá medo de vê-los passando o dia todo”, afirma.
Amigo de um de Guilherme Murback, um dos pilotos que morreu no acidente, Pedro Henrique Castaldelli Ramos, 19 anos, também foi ao local da queda do Cessna 210 Centurion. Ele trabalhou em um bar do qual Murback foi sócio, em São Paulo, e manteve a amizade com ele mesmo depois de o jovem piloto deixar o empreendimento. “Mesmo depois que ele saiu, não conseguimos nos distanciar, criamos um laço muito forte”, disse a VEJA.
fonte:Vejaonlie/reprodução

Bahia: Cupins constroem cidade milenar no subsolo da Chapada Diamantina


Campo de murundus na região da cidade de Palmeiras, na Chapada Diamantina (Foto: Jaime Sampaio/AFP)-reprodução
No luar do Sertão baiano, há cerca de 4 mil anos, começou a ser erguida aquela que é, provavelmente, a maior cidade construída por um ser vivo na superfície da Terra. Nome nem tem, mas em extensão territorial vai longe: caberia nela uma Grã-Bretanha! Aliás, vamos de comparações mais próximas: a área é equivalente a 330 cidades de Salvador; ou dois estados de Pernambuco; ou quase metade da Bahia. Sim, a bicha é grande, mas seus habitantes – reclusos e discretos, de hábitos noturnos –, bichos bem pequenininhos.
Construída por cupins da espécie Syntermes dirus, que mede aproximadamente 1 cm e se alimenta basicamente de folhas secas, a cidade subterrânea que fica quase totalmente em território baiano (cerca de 90%) virou notícia internacional, esta semana, após a publicação numa revista norte-americana de um artigo científico comandado por um pesquisador com doutorado na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
Americano naturalizado brasileiro, o biólogo Roy Funch, 70 anos, já havia percebido há muito tempo que os montes de areia feitos por cupins, conhecidos como murundus, eram muito frequentes na região de Lençóis, cidade da Chapada Diamantina onde mora há mais de 40 anos. No entanto, tardou a encontrar parceiros para estudá-los a fundo.
“Quando cheguei aqui, comecei a reparar esses montes. Em 1986, escrevi um pequeno artigo sobre os murundus para a revista Ciência Hoje, esperando alguém mostrar interesse para assim pesquisar, mas nada aconteceu. Então, quase 30 anos depois, eu pensei: ‘ah, vou investigar’. E iniciei a pesquisa em 2011”, contou ele ao CORREIO.
Com a ajuda de pesquisadores estrangeiros, nos últimos três anos, as descobertas foram impressionantes. Uma delas, vista do solo, dava conta de certo padrão entre as formações: cerca de 9 metros de diâmetro e 2,5 metros de altura por montículo. 
Outros achados, agora vistos do alto, também chamaram a atenção. Primeiro por outro padrão sobre a distância dos murundus: cerca de 20 metros entre eles. Depois, a estimativa de que haja 200 milhões deles, formados a partir da construção da rede subterrânea que compõe o grande cupinzeiro. 
“A quantidade de material que os cupins mexeram para deixar esses montes cobriram uma área enorme e é algo inédito no mundo”, comenta Funch, que nasceu perto de Nova York, mas encontrou seu lugar no universo, por acaso, ao visitar a Cachoeira da Fumaça, em 1977. “Foi amor à primeira vista na Chapada Diamantina”, diz ele, que se mudou para a Bahia no ano seguinte – atualmente é casado, tem cinco filhos e sete netos baianos.
Estudo mostra extensão dos cupinzeiros: área é do mesmo tamanho da Grã-Bretanha (Foto: Reprodução)
Acaso
Foi bastante por acaso, também, que Roy Funch encontrou os parceiros ideais para estudar o maior exemplo conhecido de bioengenharia e construção na superfície da Terra por uma espécie não humana. 

“Eu tava fazendo pesquisas aqui no campo, em Lençóis, durante vários anos. Aqui é uma cidade turística e, num dia, estava indo tomar banho no rio e vi duas pessoas. Uma delas era obviamente um gringo e eu encostei para bater um papo. É sempre bom encontrar pessoas novas, e ele me falou que era entomólogo (cientista que estuda insetos)”, relembra Roy, citando o primeiro encontro com Stephen J. Martin, da Universidade de Salford, em Manchester, Inglaterra.
“Ele disse que viu os montes de terra e que achava que era casa de cupim. Disse que procurou na internet e não achou nada publicado sobre eles. E eu falei: 'ô, rapaz, você encontrou com a única pessoa na Bahia, provavelmente no Brasil, que tá estudando esses bichos'. E foi um choque incrível, porque ele é um crânio (referência) em insetos sociais como abelhas, cupins, formigas. Aí a gente passou uns três dias falando sobre isso e decidimos se juntar para a pesquisa”, relatou Roy.
O biólogo Roy Funch, "chapadense com orgulho", em frente a um dos murundus (Foto: Divulgação)
A sequência de acasos continua com a forma como ele conheceu a pesquisadora Eun-Hye Yoo, professora do Instituto de Geografia da Universidade de Buffalo, Nova York, especialista em estudos espaciais. Numa pizzaria de Lençóis, de novo numa conversa despretensiosa com turistas aleatórios, comentou sobre a pesquisa, e encontrou a nova aliada. “Eu falei com ela sobre o projeto, e ela aceitou”. E foi daí que saiu o georreferenciamento que permitiu estimar onde estão os murundus, fechando a conta dos 230 mil km² de área dessa Atlântida fora d’água.
“Dá para ver muito nitidamente os murundus no campo, inclusive pelo Google Earth. Tivemos um mapeamento dos locais e fizemos o cálculo através das áreas de abrangência”, explicou Roy.
Datação
Para não dizer que nem tudo foi acaso, o terceiro e último aliado gringo no estudo – publicado na semana passada na revista científica Current Biology – foi agregado após uma pesquisa na internet. Trata-se do americano Paul R. Hanson, professor assistente e diretor associado da Escola de Recursos Naturais da Universidade de Nebraska-Lincoln. Especialista em análises macrotécnicas do solo, ele indicou os caminhos para descobrir a idade do material analisado.

“Usamos uma técnica de datação de solo chamada luminescência opticamente estimulada (da sigla OSL, em inglês). Existem máquinas especiais que tiram a terra em canos, no escuro, e mandamos para o laboratório”, lista Roy.
As amostras de solo coletadas dos centros de 11 murundus, usando a técnica OSL – verificou-se a última vez que estiveram expostas ao sol –, indicaram datas de preenchimento de montículos entre 690 a 3.820 anos atrás.
 
“Essas idades são comparáveis aos cupinzeiros conhecidos mais antigos do mundo na África. Durante esse período, as térmitas de S. dirus construíram vastas redes de túneis que geraram enormes volumes de material extraído que foi descartado para formar montes cônicos uniformemente grandes”, destaca o artigo cientifico.

Cada monte, cita ainda Roy, é composto de cerca de 50 metros cúbicos de material retirado da escavação de mais de 10 km³ de terra, o equivalente a 4 mil grandes pirâmides de Gizé, no Egito.
Imagem de satélite mostra regularidade de distanciamento entre montículos
Imagem de satélite mostra regularidade de distanciamento entre montículos (Imagem: Google Earth)
Rede
Mas se a música baiana, e até essas referências do estudo, conseguiram misturar o Brasil com o Egito, a rede subterrânea de cupinzeiros não parece tão integrada assim.

“Cupins e formigas têm famílias, que ocupam certa área, mas eles não têm comunicação entre famílias diferentes. São como gangues. É como o PCC que não fala com os Amigos dos Amigos. Ou como vizinhos que brigam entre si”, exemplifica Roy, ao destacar que nas rodinhas de cupins é cada um no seu quadrado. 
A interdependência entre as ‘gangues’, no entanto, é um assunto para os próximos capítulos da pesquisa. “Se eles continuam se espalhando, a gente ainda não sabe. Ainda tá muito incipiente e tem muitas perguntas a serem respondidas”, comenta Roy, que ainda não tem ideia de como é a dinâmica social da cidade subterrânea.
O que se sabe, desde já, é como os cupins atuam para fora dela, a fim de manter cada casinha abastecida e resguardada. Sempre na calada da noite, de 10 a 50 guerreirinhos sobem pelos murundus passando por tubos temporários fininhos, de oito milímetros de diâmetro, em busca de mantimentos. 
“Em geral, todos os tipos de cupins não podem viver na superfície, como formigas, porque eles não têm uma casca dura. Eles iriam ressecar, no clima semiárido, e saem apenas à noite, para diminuir o perigo com predadores. Por um túnel, saem como soldados. Uns fazem a segurança e outros buscam o alimento”, explica Roy.
Apesar de poucos amistosos entre si, os bichinhos não são tão ruins. “Tem muitos cupins diferentes. Alguns são os malvados, que comem nossas portas e armários, mas esses são inócuos. Eles só vivem na caatinga e só comem folhas secas. São cupins neutros, do bem, que não incomodam a gente”, brinca o pesquisador, antes de destacar o papel dos bichinhos na natureza. 
“Cupins, em geral, comem madeira. Eles são responsáveis por reciclar as madeiras. Senão, a madeira de árvore podre, por exemplo, fica lá para sempre. Eles fazem a reciclagem da matéria orgânica, cuidam das folhas, são os varredores da rua”, compara.
Cupins do tipo Syntermes dirus, de 1 cm, saem à noite em busca de alimentos: folhas secas (Foto: Divulgação)
Repercussão
Sobre as conclusões que o mundo chegou sobre seu trabalho, Roy Funch diz que não esperava tamanha atenção. “Fiquei muito surpreso, porque, realmente, pegou a imaginação das pessoas. Muito em função do fato de isso ser o maior exemplo de bioengenharia da natureza, fora o ser humano. A revista científica que publicou o estudo ficou muito animada. Deu muito ibope”.

Diante da boa recepção, é hora de planejar os próximos passos. “Ainda há muita coisa para saber, especialmente sobre a arquitetura subterrânea criada por esses animais. Os murundus também podem guardar informações do passado, sobre as mudanças climáticas”, estima o pesquisador, dando spoiler do que as entranhas da Bahia ainda podem revelar ao mundo.
fonte:Correio da Bahia/reprodução 30/11/2018 06:45hs.