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sábado, 18 de março de 2023

Bahia: Estado divulga resultado provisório da 3ª Etapa concurso para professor e Coordenador Pedagógico


O Governo do Estado da Bahia divulgou, no DOE deste sábado (18), na página da SAEB -Secretaria de Administração os resultados provisórios da 3ª etapa do concurso público da Secretaria da Educação do Estado para professores e coordenadores pedagógicos. 

Etapa  essa referente à prova de títulos e ao procedimento de heteroidentificação dos candidatos que se declararam negros no momento da inscrição e à perícia médica dos candidatos com deficiência

A relação também está disponível no site da Fundação Carlos Chagas.

CONFIRA NO LINK ABAIXO:

https://www.concursosfcc.com.br/concursos/govba122/result/7/index.html 


Fonte: 

Salvador: Apresentador desabafa sobre 'Golpe do Pix' na Record: 'Eu que descobri'


                                               foto:reprodução/Youtube

O caso do 'Golpe do Pix da RecordTV Itapoan' tinha como palco o programa Balanço Geral, onde apareciam pessoas necessitadas em busca de ajuda financeira. Apresentador da atração, José Eduardo voltou a desabafar e revelou ser o responsável pela descoberta do esquema.

“O mundo desabou na minha cabeça. Foi exatamente o que eu senti. Porque eu que descobri a situação, através do empresário do Talisca. E na hora ele me explicou, eu dizia: 'não é possível, não são essas pessoas'. Fiquei três dias sem dormir, tentando acreditar que aquilo era um pesadelo, que era uma mentira”, contou em entrevista ao podcast BahiaCast.

Zé, como é conhecido, disse que sua primeira atitude foi procurar a direção da empresa para delatar o caso. Segundo ele, dois funcionários da emissora seriam os envolvidos na atividade criminosa. 

"É um fato que me choca... São pessoas que eram de total confiança. Até hoje se você me perguntar o porquê eu vou dizer: a explicação é inexplicável! São pessoas bem empregadas, com total confiança dentro da empresa, com uma carreira monstruosa pela frente, com possibilidade de ir a São Paulo. Que eu apostava as fichas e a televisão também”, lamenta.


O nome dos envolvidos não foi divulgado pelo apresentador e nem pela emissora. A Polícia Civil, responsável pela investigação do caso, também não revelou as identidades dos investigados. José Eduardo explicou o motivo do silêncio.

“Muitas pessoas me cobram, mas eu não posso falar por ordem judicial, a pedido do delegado, da direção da empresa porque os trâmites têm que ser fechados. Então, ninguém pode falar. O que posso dizer é que o mundo está desabando e eu estou segurando. Que acabe o mais rápido possível e que o mundo volte a ser o que a gente idealizou, dos sonhos, da ajuda, de tantas mil pessoas que nossa equipe ajudou e vai continuar ajudando, independentemente da ilegalidade, da irregularidade e ganância de outras pessoas”, afirmou.

Fonte: Correio da Bahia - 18/03/2023

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Ex- jogador Robinho relata estar sendo perseguido e constrangido publicamente pela imprensa

 Robinho diz estar sendo constrangido publicamente

Ricardo Saibun / Santos FC - 


O ex- jogador Robinho  relatou oficialmente em petição na Justiça que vem sofrendo constrangimento público por parte da imprensa.

Segundo os representantes do atleta, jornalistas de diferentes emissoras estão acampados na portaria do prédio onde o jogador vive com a família, em Santos. A situação estaria inclusive atingindo o dia a dia dos filhos. 

O ex-jogador do alvinegro praiano de São Paulo alega que o assédio da imprensa está afetando o menores. A defesa do atleta ainda criticou o Ministério Público, que procurou o atleta em São Vicente e alegou que o endereço do jogador é publicamente conhecido. 

obinho foi condenado a 9 anos de prisão na Itália após ter sido acusado de estupro por uma jovem. A Justiça italiana busca que o atleta cumpra a pena no Brasil e o processo para que isto aconteça já está em andamento. O ex-jogador do Santos pede que os italianos enviem os documentos do julgamento traduzidos. 

Fonte: Portal IG -18/03/2023

PF localiza blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio no Paraguai

                                            foto:reprodução

A Polícia Federal (PF) localizou nesta sexta-feira (17) o influenciador bolsonarista Oswaldo Eustáquio, foragido desde dezembro, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou sua prisão . Localizado no Paraguai, Eustáquio teve prisão decretada por ataques ao processo eleitoral e por apoiar manifestações no quartel-general do Exército.

De acordo com o próprio influenciador, que deu entrevista à RPC, filiada da TV Globo no Paraná, o mandado de prisão não foi cumprido porque ele apresentou um documento provando que pediu asilo político no Paraguai.

Em 2020, Eustáquio já havia sido preso durante o inquérito dos atos antidemocráticos. No ano passado, ele se candidatou a deputado federal pelo União Brasil, mas não foi eleito.

O youtuber bolsonarista Bismark Fugazza, do canal 'Hipócritas', com quem Eustáquio dividia apartamento, foi preso pela polícia paraguaia e entregue a autoridades brasileiras na Ponte da Amizade. Ele será ouvido pela PF e encaminhado ao sistema prisional.

Fonte: Portal IG- 18/03/2023

sexta-feira, 17 de março de 2023

Presidente do STM reconhece politização das Forças Armadas sob Bolsonaro "O que não pode é pregar golpe"

Joseli Parente presidente do STM em entrevista para o portal de notícias MetrópolesHugo Barreto/Metrópoles
          
                                
                              

O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Joseli Parente Camelo, reconheceu que houve uma grande politização das Forças Armadas e um exagero de militares no Executivo durante o governo Jair Bolsonaro.

A declaração foi dada pelo tenente-brigadeiro do ar em entrevista exclusiva à coluna nesta sexta-feira (17/3), um dia após ele assumir o comando da Corte para o biênio 2023-2025.

Ao ser questionado se houve uma politização muito grande das Forças Armadas durante a gestão Bolsonaro, Camelo concordou. Entretanto, fez ressalvas.

“Houve. Mas isso, se você for ver a história, quando Deodoro foi presidente e tivemos a Constituinte, os militares foram arrastados para a política. Na década de 20, tivemos o movimento tenentista. Muitos aderiram ao Bolsonaro. Tem os radicais e tem os bolsonaristas naturais. Estamos em uma democracia, vota-se no Bolsonaro ou no Lula, vota-se em quem quiser. O que não pode é pregar o golpe”, disse.

O presidente do STM ainda afirmou ser completamente favorável à PEC articulada pelo ministro da Defesa, José Múcio, para obrigar militares a irem para a reserva, caso assumam cargos públicos.

“Apoio completamente. Acho que as Forças Armadas têm que estar dentro dos quartéis, se preparando, para a defesa da pátria, das fronteiras. O que estão propondo é, se o elemento for candidato, ele passa imediatamente para a reserva. E não poderia voltar”, afirmou.

A posição de Joseli é semelhante a dos atuais comandantes das Forças Armadas, que avaliam que a nova regra deve desencorajar impulsos aventureiros de militares atraídos para a política por ondas ideológicas.

FONTE: IGOR GADELHA/REPRODUÇÃO - 17/03/2023





CE: Boi é encontrado dentro do porta-malas de um Uno no interior; vídeo







                                    
                                              
Um boi foi encontrado dentro de um veículo abandonado na fazenda Melancia, no município de Russas, a 171,1 km de Fortaleza, por volta das 21h30min dessa terça-feira, 14. O animal foi retirado de dentro do carro e foi solto nas dependências da fazenda.    

De acordo com a Polícia Militar do Estado do Ceará (PM-CE), o veículo em que o bovino de grande porte foi encontrado apresentava registro de roubo. O seguro do automóvel foi acionado, mas não foi possível identificar o proprietário. O momento do resgate do animal foi gravado:

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Bovino de grande porte é encontrado dentro de carro em Russas
A nota da PM diz que o animal se trata de um bovino de grande porte, mas não especifica qual a espécie dele. A veterinária Luzia Natthalia diz que, pelas imagens divulgadas, é difícil dizer se o animal se trata de um boi ou um touro.

Ela, no entanto, explica que o “touro possui os chifres maiores e mais robustos, e a cauda é maior e mais grossa comparada a do boi”.

“Em relação à pelagem, eles não seguem uma norma propriamente dita, mas, normalmente, os touros possuem manchas escuras. Já os bois, em sua grande maioria, vão possuir manchas na tonalidade marrom clara”, complementa.

Fonte: Correio da Bahia - 17/03/2023

SP: Edir Macedo cobra Lula por oração contra câncer: 'Eu que fiz um favor a ele'

(Foto: Reprodução/Instagram Edir Macedo)

O bispo e fundador da Igreja Universal, Edir Macedo, usou as redes sociais para criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em vídeo divulgado na quinta-feira 16, o religioso afirmou que o petista estaria lhe devendo um favor após ter recebido uma oração de cura contra o diagnóstico de câncer na laringe, que Lula recebeu em 2011. 

“Agora, ele me deve. Não a mim, mas a Deus. Mas obviamente Deus nos usou”, afirmou Macedo. “Quando ele estava com câncer na garganta, ele foi lá na Igreja falar comigo. Fechamos a sala. Fechei a porta. Impus as mãos sobre o pescoço dele e orei por ele. Eu orei pelo Lula. E ele ficou curado. Fez tratamento lá no Einstein e ficou curado”, completou o bispo.

O religioso acusou Lula de não dedicar medidas ao setor evangélico, nem à Record TV, emissora que comanda. “O Lula esteve oito anos no governo. Pergunta a ele o que ele me fez, o que ele me deu? O que ele me deu? O que ele deu à Igreja? O que ele deu à Record?”, questionou Edir Macedo.

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“Ele não deu nada, ele apenas fez o que ele tinha de fazer, assim como fez com as demais emissoras. Obviamente que pagou, honrou lá seus compromissos. Mas eu não devo nada ao Lula”, criticou o fundador da Universal, em vídeo.


Fonte: Correio da Bahia - 17/03/2023

Rio: Primeira diretora negra do Arquivo Nacional defende direito à memória

                                                 foto:Tomáz Silva/ag.Brasil

A historiadora e jornalista Ana Flávia Magalhães toma posse como nova diretora-geral do Arquivo Nacional, nesta sexta-feira (17), no Rio de Janeiro. Primeira mulher negra a ocupar o cargo, ela tem a responsabilidade de valorizar e promover a diversidade do acervo, além de tornar mais transparente o acesso à instituição, criada há 185 anos.

No atual governo, o Arquivo Nacional ganhou status de secretaria dentro do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, que é comandado pela ministra Esther Dweck.

Com sede no Rio de Janeiro, a instituição reúne acervo de diferentes períodos da história brasileira. São milhões de documentos textuais, cerca de 1,91 milhão de fotografias e negativos, 44 mil mapas e plantas arquitetônicas, filmes, registros sonoros e mais 112 mil livros, sendo 8 mil raros. Além disso, possui importante série histórica de dados que auxiliam na formulação e no monitoramento de políticas públicas.

Ana Flávia é professora adjunta do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Ela tem licenciatura (Unip), mestrado (UnB) e doutorado em história (Unicamp), além de bacharelado em jornalismo (UniCeub).

A historiadora substituiu Ricardo Borda D’Água Braga. Nomeado na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele foi alvo de críticas de entidades civis por ser considerado sem qualificação para o cargo: era formado em direito, possuía empresa de consultoria e treinamento em segurança e participava de competições de tiro esportivo. Na época, servidores fizeram denúncias de censura e assédio. Eles alegavam receber ordens para não divulgar datas e documentos de determinados temas, como sobre a ditadura militar.

Rio de Janeiro (RJ), 16/03/2023 – A diretora-geral do Arquivo Nacional, Ana Flávia Magalhães Pinto concede entrevista à Agência Brasil. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Tomaz Silva/Agência Brasil

Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, Ana Flávia prometeu que sua gestão vai aproximar o Arquivo Nacional da sociedade, com foco em projetos que resgatem a memória dos grupos historicamente oprimidos. Além disso, disse que temas tidos como sensíveis e controversos não vão ser evitados. Segundo ela, é preciso lidar com os traumas e não "esconder os nossos esqueletos no armário".

Agência Brasil: Como foi construída a sua trajetória profissional e intelectual antes de chegar à direção do Arquivo Nacional? Por que optou pela carreira de historiadora e professora?

Ana Flávia Magalhães Pinto: A minha história começa a partir de uma graduação em jornalismo, em um período anterior às políticas de ações afirmativas, quando as universidades brasileiras ofereciam pouquíssimas vagas e o curso de comunicação era extremamente concorrido. Venho de escola pública e de uma região periférica do Distrito Federal, de uma cidade chamada Planaltina. Assim como várias outras pessoas negras daquele final da década de 90, eu ingressei no ensino superior em uma faculdade privada, a partir de uma decisão familiar de comprometer o orçamento geral para garantir esse sonho. E eu tenho experiências que me marcam bastante: a primeira é a de perceber que as expectativas de uma jovem negra de uma cidade satélite do Distrito Federal para o curso de jornalismo não eram tão compatíveis. Porque havia uma expectativa de que essa formação me tornasse uma excelente profissional para o mercado de trabalho, mas a imprensa corporativa queria profissionais enquadrados com aquilo que a gente chama de jogos de poder. Isso me deu uma certa sensação de desajuste.

Por essa razão, logo no início da graduação, eu começo a me dedicar à pesquisa e nessa experiência eu tomo conhecimento de um jornal chamado O mulato ou O Homem de cor. O meu contato com essa fonte me marcou bastante, porque ela colocava em xeque tudo aquilo que eu tinha aprendido sobre história do Brasil. Era um jornal editado em 1833, na cidade do Rio de Janeiro, que afirmava uma identidade racial e era escrito por pessoas negras não escravizadas que sabiam, não só ler, mas tinham acesso àquele ambiente da produção da comunicação nos modos do século 19. Pensei, isso não faz sentido nenhum porque o que eu sei sobre a história da população negra é que todas eram escravas e não sabiam ler. E a partir daquela fonte se abre um horizonte sem limites.

Cada vez menos parecia possível que eu aplicasse esses conhecimentos na comunicação. Mas ao mesmo tempo, eu via que ali tinha uma possibilidade de promover ações de reparação sobre como a comunicação era pensada no Brasil e como a própria história do Brasil estava sendo contada. Com isso, eu tenho uma experiência de contato não só com a pesquisa, mas com o ativismo. No final da década de 90, estamos vivendo no Brasil aquela efervescência em defesa das ações afirmativas. Nesse sentido, eu vou travar contato com uma experiência, um grupo de ativistas que estavam trabalhando na publicação de um jornal chamado Irohin, com o Edson Cardoso, que retoma o projeto no início dos anos 2000, e eu sou convidada a contribuir. Eu me formo em 2001 e entro no mestrado em história. Nesse momento, a comunicação não estava nem um pouco interessada em estudos sobre a imprensa negra. E concluo essa pesquisa sobre os estudos de imprensa negra para o século 19. Até então, se considerava que a imprensa negra era um fenômeno do pós-abolição, que as pessoas negras teriam construído esses veículos se inspirando na imprensa operária feita por imigrantes. Pessoas negras não eram vistas como agentes da imprensa operária e a gente vai desconstruir essa narrativa com fontes, com documentos que estão aqui no Arquivo Nacional e em outros acervos documentais. E a gente vai reencontrando esses documentos que não estavam perdidos, estavam até bem acessíveis, bem fáceis, mas as perguntas não estavam sendo feitas.

No doutorado, eu fiz uma pesquisa sobre trajetórias. Eu estava lidando com homens negros livres atuantes na imprensa e na política na segunda metade do século 19 em duas cidades: Rio de Janeiro e São Paulo. Qual a chance que eu tinha de não pensar logo de cara sobre a possibilidade de essas pessoas se conhecerem? Era praticamente impossível. Com o avanço na pesquisa documental, eu começo a perceber uma possibilidade de contar essa história de uma outra forma, de pensar em simultaneidade e conexões diretas e indiretas. E aí, então, eu concluo essa tese que vai acabar sendo premiada na Unicamp.

Eu não tinha dúvida de que eu era uma historiadora que contribuía ao longo desse tempo para ações do movimento negro. Nesse processo, eu acabo percebendo o diálogo entre ativismo e comunicação popular, uma história engajada, que hoje a gente chama de história pública. Eu percebia demandas populares a respeito do direito à memória. As pessoas queriam ter acesso a essas informações, queriam ter contato com os documentos. A gente fala sempre que o Brasil tem um problema com a sua memória, mas existe o desejo. E eu percebo uma série de iniciativas de formação de acervos particulares da preservação da memória do ativismo. E eu vejo também uma série de fragilidades da preservação desses acervos. Nesse contexto, enquanto eu tentava encontrar um caminho de estabilidade profissional, eu começo a mobilizar organizações, para que as pessoas olhassem para o que tinham nas casas, nas organizações com respeito, cuidado e reconhecimento da sua legitimidade.

E a gente tem nos últimos anos uma sensibilidade para incorporação desses acervos naquilo que está abrigado em instituições públicas. Eu estou falando de uma demanda popular para o direito à memória. A gente vai ver o reconhecimento da presença negra, indígena, de mulheres, de populações subalternizadas, das chamadas populações periféricas. Esses documentos, essas pistas estão nos arquivos públicos. Não estão visíveis na intensidade que a gente gostaria, mas a gente está lidando com o fato de que pessoas negras, indígenas, mulheres e outros segmentos sempre existiram. É nesse sentido que eu chamo atenção para a própria ação do Arquivo Nacional, que ao longo da sua existência, por força da ação de pesquisadores e de servidores, têm empenhado esforços para tornar visível o potencial que essas instituições têm na promoção do direito à memória. E a gente tem muito interesse de que ele seja fortalecido, porque sabe que encontra bastante coisa aqui e pode encontrar ainda mais.

Agência Brasil: Como foi receber o convite para dirigir o Arquivo Nacional?

Ana Flávia Magalhães Pinto: Eu recebo o convite para o Arquivo Nacional no melhor momento da minha presença na Universidade de Brasília. Era um momento em que eu tinha inclusive assumido o compromisso de não sair de lá em hipótese alguma. Nem que fosse para composição do governo eleito em 2022, porque dificilmente pensava que pudesse ser convidada para dirigir o Arquivo Nacional, considerando a tradição, considerando as disputas e as prioridades. Eu cheguei a recusar um convite para estar em outro ministério, porque eu estava na universidade estabelecendo práticas de letramento histórico com os arquivos do Distrito Federal, com arquivos de outras instituições. E o convite vem no momento em que compartilhava essa certeza de que não sairia da sociedade civil.

Mas há o reconhecimento de que estar à frente de uma instituição como o Arquivo Nacional é estratégico para a promoção de uma série de ações de reparação histórica que são fundamentais. E é por essa razão, inclusive, que o convite chega.

Não é por uma simples alteração na fotografia: 'Ah, precisamos ter um número, uma mulher negra, primeira vez como titular na direção do Arquivo Nacional'. Mais do que a minha presença como uma mulher negra historiadora, eu venho com uma perspectiva, com um compromisso de propor um reposicionamento da imagem do Arquivo Nacional naquilo que é mais caro: um instrumento de promoção da cidadania, via acesso à informação e pelo direito à memória. Isso impacta não só o diálogo com a sociedade geral, mas até mesmo a maneira como os órgãos da administração pública federal têm pensado o processamento de documentos. Aquilo que é prioritário, como esses parâmetros são estabelecidos, de modo que a gente pense não só nas necessidades imediatas da gestão dos órgãos, mas como a gente constrói uma memória que dê visibilidade aos sujeitos que são impactados pela ação dos órgãos.

A gente sabe da importância que o Arquivo tem para fornecer dados que fomentem não só a proposição de políticas públicas, mas o monitoramento com foco na promoção da cidadania. É importante que a gente lembre que o Arquivo Nacional ou qualquer outro arquivo público não têm clientes. Eles têm usuários. O público precisa ser entendido assim. E usuário de equipamento público é cidadão. Temos por óbvio o desejo de orientar a rota do Arquivo Nacional para que ele jamais se afaste desse objetivo de ser um instrumento de promoção de cidadania, de ser fundamentador de direitos humanos.

Agência Brasil: Na gestão passada, houve denúncias de censura dentro do Arquivo Nacional, de que era proibido divulgar datas e documentos sobre determinados temas, como a ditadura militar. A nomeação do diretor anterior, Ricardo Borda D’Água Braga, foi criticada por não ter experiência e formação profissional adequadas ao cargo. Havia ainda uma preocupação pelo fato de o Arquivo Nacional estar subordinado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Como você encontra o Arquivo Nacional depois desse período e como se posiciona sobre o tipo de gestão que se construiu no governo passado?

Ana Flávia Magalhães Pinto: Estar no Ministério da Justiça não é um problema. O Arquivo Nacional já esteve na Casa Civil, foi para o Ministério da Justiça e agora está no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Muitas vezes, os arquivos públicos estaduais estão vinculados à Secretaria de Cultura. Não existe um lugar óbvio, um lugar obrigatório para se vincular os arquivos. Ao contrário do que as pessoas pensam, os arquivos são espaços dinâmicos. Arquivo não é depósito. E, por isso, que cabe interface com a cultura, com o direito, com a ideia de gestão e inovação de serviços públicos.

A gente sobreviveu a um governo que não tinha um compromisso com uma ideia de cidadania ampliada e com isonomia. Não era esse o projeto. É preciso dizer que a isonomia entre cidadãos, inclusive, é um problema da história do Brasil. Ano que vem, a gente chega aos 200 anos da Constituição do Império. Se a gente observar a Constituição do Império, não tinha como projeto a igualdade entre os cidadãos. A gente tem lutado ao longo desses 200 anos. Memória é política, direito à memória é espaço de disputa política. Neste sentido, a memória está associada diretamente ao esquecimento e tem a ver com as prioridades estabelecidas por quem pode pautar, quem tem mais poder ao longo do tempo. Temos segmentos que merecem receber um tratamento de reparação pelas injustiças. Temos uma oportunidade para isso já em 2023.

Uma das coisas prioritárias dessa gestão é que não precisamos esconder os nossos esqueletos no armário. É preciso que a gente explicite quais são os nossos traumas. Porque sem um reencontro com a nossa história, não teremos chance de resolver os nossos desafios fundantes e estruturantes. É uma tarefa fácil? Não. É algo que implica dialogar com os próprios gestores dos diferentes órgãos sobre como se lê, como se dimensiona o potencial histórico dos documentos que têm sido produzidos hoje. É preciso lidar com a própria sociedade a respeito de quem são e quais são os documentos importantes, que são capazes de dar a medida da nossa experiência coletiva.

A gente percebe uma certa obsessão do anterior governo em silenciar as memórias sobre o período da ditadura, decorrente do golpe civil militar, mas é uma tradição. A gente tem desde 1824 uma tentativa de colocar para fora do primeiro plano da paisagem vários outros segmentos populacionais, sobretudo populações negras, indígenas e mulheres, sendo elas ou não das classes poderosas concentradoras de renda desse país. Então, é importante que a gente tenha uma postura um pouco mais propositiva. Não vamos mudar a nossa naturalização da violência de raça, gênero, de classe, de sexualidade, se nós não criarmos estratégias de reconhecimento da legitimidade desses sujeitos. E para isso essa gestão vai trabalhar arduamente. E não é porque ela é contra determinado grupo. É porque ela é a favor do direito de todo mundo.

Agência Brasil: Quais mudanças você pretende fazer no Arquivo Nacional?

Ana Flávia Magalhães Pinto: É preciso retomar e fazer uma análise do impacto que teve nesses anos de governo o projeto Memórias Reveladas. É preciso reestruturar esse projeto, reposicioná-lo. É também preciso arregimentar forças que estão dispostas a contribuir com o Arquivo Nacional. Vamos nos reunir com representantes dos segmentos que serão prioritários: pessoas negras, indígenas, da comunidade LGBTQIA+. E temos uma dimensão que é muito cara: a internacionalização. É preciso ampliar os territórios a partir da documentação do Arquivo Nacional. Nesse sentido, a gente tem sinalizado uma parceria com a Universidade de Pittsburgh, com a Universidade de Harvard e outras. Essas universidades estão com projetos de história da Amazônia, que permitem a gente não só perceber sujeitos negligenciados, mas territórios negligenciados, e um reposicionamento a partir do acervo do Arquivo Nacional.

Outra ação que a gente já movimentou foi a garantia da presença do Arquivo Nacional no Comitê Gestor do Cais do Valongo. O Arquivo Nacional não era um sujeito político protagonista dessa iniciativa, mesmo estando localizado nesse território que é chamado de Pequena África. Então, houve uma negociação via Ministério da Igualdade Racial, em diálogo com a ministra Anielle Franco, que estabeleceu uma interlocução com o círculo do Cais do Valongo. E a gente conseguiu uma cadeira com direito a voz e voto nos debates que vão acontecer para construção desse equipamento de letramento histórico e de reparação.

Agência Brasil: A senhora é a primeira mulher negra a ocupar o cargo mais alto do Arquivo Nacional. Temos visto outras mulheres negras assumindo postos de poder no governo federal. Qual a importância simbólica disso e de que maneira essas presenças impactam o funcionamento das instituições e como elas atuam no provimento de serviços públicos?

Ana Flávia Magalhães Pinto: Representa um esforço de rompimento com a naturalização da exclusão. A nossa presença em si não significa a superação dos problemas que temos enfrentado historicamente. Muito pelo contrário. Ainda temos uma presença reduzida se considerarmos a nossa participação na totalidade da população brasileira. Se fizer um recorte de raça e gênero, percebe-se que mulheres negras formam o maior segmento da nossa população. Existe um descompasso e as pessoas não estão acostumadas a encontrar mulheres negras nesses lugares. Portanto, há uma certa bravura em topar encarar esse desafio, mas é importante que se diga que não se pode impor às mulheres negras que resolvam sozinhas os problemas historicamente construídos nessa sociedade.

Há um esforço e um entendimento da necessidade da mudança, mas também do quão vulnerável somos se a nossa presença lida com pensamentos como: 'agora mostre o seu talento'. Bom, a gente tem feito isso, nós sobrevivemos a um país estruturado em termos de raça e gênero. Se temos hoje mulheres negras com currículos para serem acionadas a compor essas pastas que estamos, significa que já temos demonstrado talentos e virtudes.

É por isso que há uma discussão para que a gente não fique confortável só com esses lugares. Porque há uma cultura da nossa exclusão. As pessoas que estão sendo chamadas a compor a nova direção do Arquivo Nacional, as que não são da casa, estão sendo convocadas considerando o perfil técnico, mas também a necessidade de se promover uma diversidade de gênero e de região. Porque não dá para gente seguir priorizando só profissionais do eixo Rio-São Paulo, tem gente boa no Brasil espalhada por todos os cantos.

Estamos lidando com uma série de fragilidades, então é preciso ter criatividade para que se proponha soluções para os nossos problemas e não fique paralisada neles. Afinal de contas, só estamos aqui porque não estivemos inertes perante os desafios, perante as barreiras.

Edição: Kleber Sampaio e Kelly Oliveira

Feira de Santana: Ex-vereador e sargento da reserva da PM é preso na operação Lessa Pátria

 

                                          foto:reprodução/redes sociais

O ex-vereador e sargento da reserva Josafá Ramos da Polícia Militar (PM) foi preso na manhã desta sexta-feira (17) pela da Polícia Federal (PF), em Feira de Santana, pela participação nos atos antidemocráticos no dia 8 de janeiro, na sede dos Três Poderes, em Brasília. 





Segundo o advogado Hercules Oliveira, que representa Josafá, a prisão preventiva foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda de acordo com o defensor, o ex-vereador permanecerá preso na Bahia. Em suas redes sociais, ele aparece em vídeos gravados em acampamentos montadas em frente aos quartéis do exército em Brasília.

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A prisão de Josafá faz parte a oitava fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada nesta sexta-feira (17), com o objetivo de identificar pessoas que participaram, financiaram, omitiram ou fomentaram os fatos ocorridos em 8 de janeiro, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos por indivíduos que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos das instituições.

Fonte: Correio da Bahia c/adaptações 17/03/2023


Na Bahia foram expedidos dois mandados de busca e apreensão e dois de prisão. A segunda prisão não foi divulgada pela PF.

Os fatos investigados constituem os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
 

Salvador: Adolescente de 12 anos desaparece após chamar carro por aplicativo

 

                                              imagem:reprodução


A adolescente Geisa Silva Souza, 12 anos, desapareceu na quarta-feira (15) após pedir um carro de transporte por aplicativo em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador.

De com informações da TV Bahia, Geisa estava na casa do avô quando chamou o carro. Em nota, a Polícia Civil informou que a adolescente ainda chegou a enviar uma mensagem para a mãe dizendo que estava no bairro do Arenoso, em Salvador.

A Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP) também foi acionada. Quem souber informações do paradeiro de Geisa, basta entrar em contato com o número 181. Informações do Correio da Bahia,

 


SP: Vídeo mostra momento da queda de helicóptero que deixou 4 mortos

Helicóptero cai na Barra Funda, zona oeste de São Paulo
Reprodução/@BombeirosPMESP - Helicóptero cai na Barra Funda, zona oeste de São Paulo


Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento que o helicóptero cai sobre um terreno no bairro da Barra Funda , na zona oeste de São Paulo . O piloto e três homens morreram no acidente. Ainda não se sabe as causas da queda do helicóptero.

A aeronave caiu em um prédio desativado. Os bombeiros informaram que o helicóptero saiu de Guarujá e estava próximo do pouso no Aeroporto Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo.

Pelo vídeo, o horário da queda foi às 14h28 desta sexta-feira. Segundo o subcomandante Yuri Moraes, a aeronave bateu contra um coqueiro antes de atingir o solo. Ele também afirmou para a reportagem que a "ocorrência chegou aos Bombeiros por volta das 14h45", mas que a aeronave caiu às 14h35.

 

Mulher que pichou 'perdeu, mané' em estátua da Justiça é presa pela PF

Estátua da Justiça pichada
Reprodução: Agência Brasil - Estátua da Justiça pichada

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (17) a mulher que pichou a frase "perdeu, mané" na estátua da Justiça em frente ao Supremo Tribunal Federal ( STF ) durante os atos golpistas de 8 de janeiro . Ela foi detida no início da manhã, durante a oitava fase da Operação Lesa Pátria .

A corporação cumpre hoje 46 mandados de busca e apreensão e 32 de prisão preventiva, que foram emitidos pelo Supremo em dez estados do país, incluindo São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.

São Paulo e Minas Gerais são as principais áreas de foco dessa fase da operação, com a polícia realizando 13 mandados de busca e apreensão e 13 de prisão preventiva em São Paulo, e 9 mandados de busca e 8 de prisão em Minas Gerais.

A chamada Operação Lesa Pátria tem como objetivo identificar os responsáveis e os financiadores envolvidos nas invasões. Os crimes investigados são:

  • abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

  • golpe de Estado;

  • dano qualificado;

    • associação criminosa;

    • incitação ao crime;

    • destruição, deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido. 

    • A Polícia Federal segue cumprindo a sua missão constitucional, na condição de Polícia Judiciária da União. Os atos criminosos do dia 8 de janeiro seguem em investigação e mandados judiciais estão sendo cumpridos hoje, em 10 estados", disse o ministro.

    • Fonte:Portal IG- 17/03/2023