• Praça do Feijão, Irecê - BA

sábado, 5 de novembro de 2022

Eleições 2022: É falso que candidato à Presidência teve 5,1 milhões de votos roubados

                                                  imagem:reprodução

Circula nas redes sociais um vídeo com uma alegação feita por um empresário norte-americano sobre o resultado das eleições brasileiras. Sem provas, ele afirma que um dos candidatos à Presidência da República teve 5,1 milhões de votos “roubados” durante o pleito.

Fato ou Boato?

Ao contrário do que argumentou o empresário, os resultados do pleito brasileiros refletiram fielmente a vontade do eleitorado do país, que manifestou sua preferência político por meio do voto. As urnas eletrônicas passam por etapas de auditoria realizadas antes, durante e depois do pleito.

Só funcionam no equipamento os softwares desenvolvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e lacrados em cerimônia pública com a participação de entidades como Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF), Tribunal de Contas da União (TCU) e partidos políticos. Desde a adoção do voto eletrônico pela Justiça Eleitoral, em 1996, nenhuma fraude foi comprovada.

Teste de Integridade confirma correspondência entre voto digitado e contabilizado pela urna

Na data do pleito, 641 urnas eletrônicas sorteadas foram submetidas ao Teste de Integridade, um procedimento realizado no Distrito Federal e nos 26 Estados para verificar se o voto digitado é o mesmo que será contabilizado pelo equipamento. Tanto em 2022 quanto em todos os testes pregressos, que ocorreram em todos os anos eleitorais desde 2002, não foi constatada nenhuma divergência no resultado.

Uma novidade das Eleições Gerais de 2022, o projeto-piloto do Teste de Integridade com biometria teve 100% de aprovação nas 58 seções eleitorais em que foi aplicado no primeiro turno do pleito. Participaram da auditoria 2.444 eleitores voluntários, quantitativo que representa 12,9% do eleitorado que efetivamente compareceu para votar.

Auditoria do TCU comprovou segurança das urnas

No dia 27 de outubro, o presidente em exercício do Tribunal de Contas da União, ministro Bruno Dantas, apresentou o resultado parcial da auditoria conduzida pelo órgão. Até aquele momento, 3.100 boletins de urna (BUs) haviam sido processados pelos auditores, o que representa 74,5% do total da amostra definida para o primeiro turno do pleito. Cerca de 4,5 milhões de informações foram comparadas e nenhuma divergência foi encontrada.

Os BUs impressos foram encaminhados pelo correio e digitalizados. Os dados estão disponíveis para consulta no site do TCU, em uma página dedicada às eleições. Qualquer cidadão pode acessar os documentos, inclusive com as assinaturas dos mesários. O presidente do TCU definiu a auditoria nos Boletins de Urna como um “sucesso” e destacou que o TSE foi extremamente cooperativo com os auditores da Corte de Contas.

Fonte: Site do TSE - 05/11/2022

RJ: Pastor Batista diz que petistas são inimigos de Deus e que nordestinos são "preguiçosos"

                                            Youtube/UOL


Chapada: Acidente deixa 10 pessoas feridas entre carretas e ônibus na BR-242


                                           A pista dos dois lados ficou bloqueada -foto:reprodução

Cerca de 10 pessoas ficaram feridas no acidente entre três carretas e um ônibus, por volta das 6h deste sábado (5), no km 322 da BR-242, no entroncamento de ligação entre os municípios de Andaraí e Wagner, na Chapada Diamantina. As informações são da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A pista precisou ser interditada e ainda não há informações sobre o estado de saúde das vítimas. De acordo com a PRF, todos feridos estavam no coletivo. Pelo menos duas pessoas foram encaminhadas em estado grave para um hospital na cidade de Wagner.

São elas: o motorista do ônibus e um passageiro, que estava sentado na primeira poltrona. O ônibus operava em linha de turismo e saiu de Salvador com passageiros que passariam o final de semana no município de Seabra.


Ocorrência foi registrada em um trecho próximo do entrocamento da cidade de Andaraí | FOTO: Divulgação |

Pessoas no local registraram imagens do acidente. É possível identificar um ônibus com a frente danificada. Um caminhão aparece tombado na pista.


                                              Youtube/Vitor Fernandes/reprodução


Ainda não há previsão de quando a pista será liberada. Equipes da PRF e do Corpo de Bombeiros já estão no local. Jornal da Chapada Com informações do G1.

Eleições 2022: ‘Tá na hora do Jair já ir embora’ rendeu ligação de Lula, e turnê de Maderada

                                              foto:reprodução/Arquivo pessoal



Tiago Doidão viajou de avião pela 1ª vez na vida para cantar na Paulista; Juliano Maderada ficou tão tenso na apuração que teve que ser acalmado pelo próprio Lula. Banda faz agora 'turnê da vitória'.


CONFIRA A REPORTAGEM COMPLETA NO LINK ABAIXO DO SITE G1 de Hoje(5):

Eleições 2022: Dep. mais votado do Brasil tem contas suspensas após atacar lisura das urnas

 Nikolas Ferreira foi o deputado federal mais votado de Minas Gerais

Reprodução - 05.11.2022 - Nikolas Ferreira foi o deputado federal mais votado de Minas Gerais
O  deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL-MG) teve sua conta do Twitter e do Instagram  suspensas após atacar a lisura das urnas alegando uma suposta fraude nas eleições presidenciais em uma publicação na plataforma. O perfil do político aparece como 'retido' por decisão judicial.

O deputado publicou uma live feita pelo argentino Fernando Cerimedo em que ele diz que versões anteriores ao modelo 2020 da urna eletrônica não seriam auditáveis e contabilizaram menos votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL). A suspeita também foi mencionada pelo por outros bolsonaristas e apoiadores do atual mandatário do país.  

As alegações de suposta fraude não são verdadeiras, já que em maio a Comissão Avaliadora do TPS (Teste Público de Segurança) emitiu relatório comprovando a segurança e integridade das urnas.

No dia 30 de outubro, as Forças Armadas e outras três entidades fiscalizadoras também assinaram a zerésima dos sistemas de totalização de votos. O documento comprova que não há votos computados na máquina antes do início da votação.

Fonte: Portal IG  -05/11/2022

Fim de semana com muita chuva para Irecê e Região

                                           Praça do feijão nesta manhã de sábado -foto:Blog Fique Informado

                                  Contorno da rodoviária com a av. 1º de janeiro -foto:Blog Fique Informado

Desde a última quinta-feira(3) que o volume de chuvas registrados na cidade de Irecê, Centro Norte do Estado, tem aumentado, como também na região. Segundo os orgãos climáticos, o volume registrado já passou de 150m até o dia de ontem(4).

Nesta madrugada de sábado e manhã(5) continuaram a registrar um bom volume para a alegria de todos, que residem e trabalham na cidade e região.

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Eleições 2022: "Patriota do caminhão" reclama de exposição após viralizar nas redes

 (crédito: Reprodução)

(crédito: Reprodução)

O momento em que bolsonarista ficou pendurado em um caminhão durante as manifestações de teor golpista em Caruaru, Pernambuco, viralizou nas redes sociais. O fato inusitado ocorreu após o motorista furar o bloqueio de uma rodovia feito por apoiadores do presidente Bolsonaro. O homem, identificado como Junior Cesar Peixoto, falou brevemente ao portal g1 e reclamou que foi muito exposto na internet.

O G1 tentou contato com o homem por telefone. Em uma rápida ligação, o bolsonarista negou dar uma entrevista."Já fui muito exposto", disse ao repórter.

Junior, ao tentar impedir a passagem do caminhão, ficou pendurado no para-brisa e foi levado por quilômetros. "Vou parar ali para você descer, você desce, beleza? Não quero confusão, velho, tô trabalhando. Saí da minha casa... tenho três filhos", diz o caminhoneiro no vídeo.

O assunto se tornou um dos mais comentados nas redes sociais na quinta-feira (3/11) e gerou uma série de memes.

 

Os bloqueios ilegais de rodovias aconteceram em várias cidades brasileiras realizados por bolsonaristas que não aceitaram o resultado das eleições. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), não há mais bloqueios registrados no país, mas há 11 interdições.

Fonte:Correio Braziliense - 04/11/2022

DF: Tebet pede segurança reforçada no Senado após ameaças

 

Simone Tebet durante campanha com Lula em Justinópolis, distrito de Ribeirão das Neves, cidade mineira da Região Metropolitana de Belo Horizonte -  (crédito: Ricardo Stuckert/Lula)

Simone Tebet durante campanha com Lula em Justinópolis, distrito de Ribeirão das Neves, cidade mineira da Região Metropolitana de Belo Horizonte - (crédito: Ricardo Stuckert/Lula)

Apoiadora do presidente eleito Lula (PT), a senadora Simone Tebet (MDB-MS) solicitou ao senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, reforço de segurança e escolta da Polícia Legislativa após receber ameaças de morte. A informação é da Veja, divulgada na manhã desta sexta-feira (04/11).

Tebet disputou a Presidência da República nas eleições deste ano. No primeiro turno, em 2 de outubro, ela ficou na terceira posição, com 4,16% dos votos válidos. Lula, com 48,43%, e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), com 43,20%, disputaram o segundo turno.

ebet se aliou a Lula no segundo turno. Em votação realizada no último domingo (30), o petista venceu com 50,9%, contra 49,1% do candidato à reeleição. Com isso, Lula governará o Brasil de 2023 a 2026.

"Depois de entrar de cabeça na campanha de Lula, a senadora Simone Tebet passou a ser alvo de ataques raivosos de bolsonaristas, principalmente pelas redes sociais", diz trecho da matéria da Veja.

Fonte: Correio Braziliense - 04/11/2022

Freud explica: como psicanálise ajuda a entender reação de bolsonaristas


Bolsonaristas em Porto Alegre comemorando a fake news da "prisão" do ministro Alexandre de Moraes-foto:reprodução/Esquerda Diário
                                       
A obra “Psicologia das Massas”, do precursor da psicanálise Sigmund Freud, foi escrita em 1921. Nesse período, a Europa vivenciava a expansão do fascismo na Itália (1922) e do nazismo na Alemanha (1933). O livro é essencial para compreender a composição dos grupos e os modos como as pessoas se identificam com suas coletividades e reagem ao diferente.

A obra de Freud se configura como um estudo capaz de organizar o conhecimento sobre as movimentações políticas e sociais e seus efeitos coletivos e subjetivos. Portanto, ajuda a entender os acontecimentos recentes na eleição presidencial no Brasil entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

Nos últimos dias, após a vitória de Lula, manifestações tomaram conta das ruas em várias regiões do país. O motivo era um só: bolsonaristas não aceitaram o resultado das urnas. Os movimentos reuniram grande quantidade de pessoas, bloquearam rodovias e ruas, disseminaram fake news, pregaram a violência e pediram intervenção militar e a anulação do resultado.

A criação destes grupos manifestantes se baseia em identificações compartilhadas, aspirações e ideais que podem ser localizados em comum. “Essa lógica é organizadora de nossos laços sociais, e explica como nos identificamos com o grupo, elegendo uma figura de liderança”, explica Débora Ferreira Bossa, professora de Psicologia e doutoranda em Estudos Psicanalíticos pela Universidade Federal de Minas Gerais.

De acordo com Débora, essa figura pode ser personificada - como é o caso de representantes políticos (a exemplo de Jair Bolsonaro) e religiosos - ou uma ideia compartilhada que estabelece a identificação do grupo em sua unicidade. “Entretanto, essa mesma lógica pode influenciar atos de rejeição, desprezo, rivalidade, com aqueles que não compartilham das mesmas características que unem tal grupo.”

A especialista salienta que a Psicologia das Massas fundamentou os estudos sobre os modos como as pessoas se relacionam com seus semelhantes e rejeitam aqueles que não compartilham das mesmas aspirações. “Desse modo, ações violentas, em pequeno ou grande porte, podem ser dirigidas aos demais como modo de eliminação dos rivais, compreendidos como inimigos”.

Reiterando as explicações de Débora, o historiador Mateus Roque da Silva comenta que o movimento irrefletido das massas, do ponto de vista histórico, não chega ser uma grande novidade. "Na Alemanha nazista, por exemplo, não foram homens loucos e mulheres desreguladas que promoveram o holocausto, ceifando a vida de milhares de judias e judeus, mas pelo contrário, foram os homens e mulheres comuns, cegos em seu posicionamento ideológico, que irrefletidamente agiram pelo ódio disseminado".

"O fortalecimento do bolsonarismo mostrou-se, nos últimos anos, uma réplica grosseira dos movimentos antidemocráticos do século XX. O sujeito perde sua capacidade de avaliar e sentir, de colocar-se no lugar do outro e, com isso, ações extremas tornam-se habituais", completa Mateus.

Manifestações bolsonaristas e a 'servidão voluntária'

 

 

Retomando a explicação sobre a formação de grupos, Débora esclarece que os indivíduos se sentem autorizados a realizarem atos que não fariam sem esse suporte coletivo e que não há sentimentos de violências ou hostilidades que já não tenham sido anteriormente experimentados ou desejados por seus membros.

“Assim, podemos considerar que a comemoração das notícias falsas sobre as fraudes das eleições e a prisão de Alexandre de Moraes, são informações que distorcem a realidade factual, mas que correspondem ao desejoso sentimento de punição e violência que já habitam as aspirações individuais dos membros”, diz a psicóloga.

Segundo a professora, tais atos se configuram como elementos compartilhados da cultura punição e violência trajadas pelo sentimento de segurança em torno de um líder autoritário. A doutoranda em psicanálise relembra um importante termo construído no século XVI pelo filósofo Étienne de La Boétie.

“O filósofo nos apresentou o termo ‘servidão voluntária’, que embora tenha ressalvas para o momento histórico e político com o qual as observações foram construídas, podemos resgatar sua inquietação ao se questionar sobre o porquê as massas apoiam os tiranos. Para o filósofo, esse fenômeno diz respeito aos sentimentos de submissão entre os membros que depositam na autoridade a resolução de todos os problemas ou anseios frente aos dilemas sociais”.

Sendo assim, mesmo que o líder escolhido não garantisse a vida de seus cidadãos, ele continua sendo a figura sobre a qual as massas depositam a realização de seus sentimentos de segurança frente a um inimigo ficcional. No Brasil, esses rivais podem ter várias construções.

“Esse tema é passível de discussão extensa, mas para o caso em evidência, temos que a ameaça do comunismo, a ameaça da ‘ditadura gay’ pela distribuição dos fantasiosos ‘kits gays’, ou então os discursos pró-vida, que criminalizam o aborto sob quaisquer circunstâncias, mostram a contrariedade das pautas, a pouca sustentação intelectual e o parco desconhecimento desses grupos sobre as dimensões políticas de uma sociedade democrática. A eleição dessas pautas evidencia a inexistência de coerência com a realidade, e coincidência com as aspirações violentas e hostis individuais, as quais compõem um território promissor para a implantação das Fake News”, destaca Débora Ferreira.

Fake news e a Psicologia das Massas

 

 De acordo com a professora, as fake news fazem parte de um discurso totalmente incoerente com a realidade. “Isso quer dizer, informações que não correspondem à realidade, mas sim, aos desejos e aspirações de ‘retradução’ dessa realidade em uma verdade que pareça ser mais próxima das impressões que o grupo está disposto a compreender sobre a realidade.”


Débora elucida que as fake news são provocativas e tocam diretamente em emoções e crenças que as pessoas já portam e estão disponíveis para serem despertadas - por exemplo, a garantia da própria segurança e ao reconhecimento de si, “o que promove aderência aos discursos de eliminação dos inimigos, ilusórios, como tentativa de segurança e garantia de sua própria vida”.

“Sendo assim, notícias falsas são um elemento perigoso de anunciação das rivalidades e construção distorcida da realidade que promove violências e pode despertar sentimentos agressivos nos indivíduos passíveis de acreditarem nessas informações. Devemos lembrar que não há sentimentos hostis implantados, mas despertados, isso quer dizer que os atos reacionários, antidemocráticos e violentos desses grupos já existiam na individualidade de seus membros, e encontram na coletividade modos de expressão e realização”.

Engana-se quem pensa que as fake news fazem parte de um fenômeno atual. A psicóloga observa que o modo mais extremo em que esses atos foram estabelecidos a partir de uma política de Estado foi o fascismo e o nazismo, nos quais os grupos de extrema-direita se orientaram a fim de regular e determinar a eliminação da vida daqueles que não eram considerados como dignos de existência.

“Os atos antidemocráticos e violentos despertados pela situação política do Brasil contemporâneo, leva-nos a questionar sobre o impacto e o efeito que os ideais nazistas ainda estão inseridos nas coletividades, em que a violência e o sentimento de destrutividade passam a ser o organizador do grupo, ou um operador comum entre seus membros”, conclui Débora.


Fonte: Amanda Serrano*Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Arruda do Estado de Minas - 04/11/2022/reprodução ÀS 22h:37

Eleições ampliaram conflitos familiares: mãe manda filho mudar para o Nordeste, "porque só tem vagabundo e petista"


BBC News Brasil conversou com pessoas que disseram ter as relações familiares abaladas por conta das eleições

BBC News Brasil conversou com pessoas que disseram ter as relações familiares abaladas por conta das eleições - Foto: EPA / BBC News Brasil


Um dia após a vitória de Lula nas eleições presidenciais de 2022, Gustavo*, um jovem que trabalha com a família, conta ter sido ignorado pelos irmãos, desprezado pelo pai e xingado pela própria mãe por ter votado no petista. Em entrevista à BBC News Brasil, ele conta, sob a condição de anonimato, que se sente humilhado e planeja pedir demissão.

"Comemorei a vitória com todas as minhas forças. Eu trabalho com meus pais, mas moro sozinho. No dia seguinte, quando cheguei na empresa para trabalhar, meu pai - bolsonarista - me cumprimentou normalmente e fez zero comentários sobre o pleito. Por mim, tudo bem. Minha mãe, por outro lado, tão logo sentou em sua mesa, passou a me atacar. Disse que, se eu voto em ladrão e corrupto, não sou mais bem-vindo na empresa da família", conta ele à reportagem.

Gustavo disse ter ficado muito abalado pelas frases ditas pela mãe dele, mas a que mais incomodou foi a mãe dizer que "eu preciso dela mais do que ela precisa de mim, então devo calar a boca". A maneira como ela reagiu e olhou para o próprio filho foi o que mais o abalou.

"Foi um choque ver que minha mãe não estava me vendo como filho, mas como inimigo político. Ela foi cruel nas palavras. Ela pegou em pontos pesados. Ela falou com raiva. Ela falou com cólera no olhar", lembra ele.

A eleição mais acirrada e polarizada da história da democracia brasileira dividiu o país, distanciou amigos e rompeu laços afetivos. A BBC News Brasil conversou com pessoas que disseram ter brigado com familiares por conta das eleições deste ano. Todos os depoimentos foram enviados por meio de um formulário, que recebeu mais de 50 relatos.

Ele conta que sempre houve divergências políticas na família dele. No entanto, desde o início da campanha, as discussões se tornaram mais ríspidas por conta principalmente do volume de mensagens que eles passaram a receber por meio do WhatsApp. Ele relata que pesquisava na internet e, juntos, eles identificavam as notícias falsas.

"Ela recebia mensagens dizendo que o filho do Lula tem uma Ferrari de ouro. Ela acredita que o Brasil vai virar comunista. Que a gente vai comer cachorro, que vamos fechar as igrejas e vão atear fogo nos padres. Mas, a partir da metade da campanha, eu acho que começaram a intensificar os disparos de maneira perversa. E chegou o momento em que meus pais não me perguntavam mais se aquilo era verdade ou não. Eles aceitavam aquilo como verdade", relata.

Com o passar do tempo, Gustavo relata que as discussões sobre política no trabalho se intensificaram e ficaram cada vez mais acaloradas.

Gustavo conta que o pai e o primo nunca o destrataram por suas opções políticas e que as reações vêm da mãe. "Eu só quero sumir daqui. Todo esse ódio, essa cólera desmedida, está me fazendo muito mal. Estou segurando meu choro há duas horas já. Não darei esse gostinho para minha mãe e seus devaneios fascistóides", diz Gustavo à reportagem."Ela falou que eu sou um filhinho de papai que trabalha na empresa dos pais e que eu deveria me mudar para o Nordeste porque lá só tem vagabundo e petista", relata.

Ao ser questionado sobre uma bandeira branca e um sinal de paz e reconciliação com a mãe, Gustavo diz que vai esperar até o início da próxima semana para saber como será o futuro da relação entre eles.

"Eu sou rancoroso, mas eu consigo ver uma possibilidade de reaproximação. Se ela tiver a maturidade de vir pedir desculpas, eu talvez releve o ser perverso que ela revelou ser. Mas o mais provável de acontecer é que eu já estou procurando outro emprego para sair de lá o quanto antes", afirma.

'Refém em casa'

Pedro, que mora em Brasília, disse que é o único na casa dele que não votou em Bolsonaro nestas eleições. E que tem pouco espaço para discutir política no mesmo ambiente onde mora com os pais e a irmã.

"Quando expliquei que talvez o Bolsonaro tenha perdido apoio por causa da maneira como ele lidou com a pandemia, a minha irmã começou a chorar e falar que 'agora não importa mais esse tanto de morte já que o aborto vai ser legalizado'. Desde então, fiquei de boca fechada para tudo o que eles falavam", relembra, dizendo-se triste por não conseguir impedir que os familiares dele acreditem em notícias falsas.

Ele acreditava que a relação com os familiares melhoraria após o resultado das eleições.

"Com a vitória do Lula, agora o papo é outro. De eleições roubadas a intervenção federal. Não sinto que adianta eu explicar para eles que isso é inconstitucional porque ouço como resposta que 'é obrigação das Forças Armadas proteger o país'. Não aguento mais isso, me sinto um refém na minha própria casa", relata.

Ódio despejado aos gritos

Moradora de Curitiba, no Paraná, Clarice disse que assistiu à apuração do segundo turno das eleições ao lado da mãe e do filho. Segundo ela, o clima passivo-agressivo tomou conta do ambiente durante boa parte do tempo.

A mãe dela, bolsonarista, fazia constantes críticas ao voto da filha em Lula. Mas, quando o pleito foi definido e Lula foi declarado presidente eleito, o clima mudou de maneira drástica.

Lula recebeu 60.345.999 votos (50,90% dos votos válidos) e Jair Bolsonaro (PL), 58.206.354 votos (49,10% dos votos válidos)
Lula recebeu 60.345.999 votos (50,90% dos votos válidos) e Jair Bolsonaro (PL), 58.206.354 votos (49,10% dos votos válidos) - Foto: BBC News Brasil

"O ódio foi despejado aos gritos. Minha mãe me chamou de comunista, me agrediu verbalmente e não conseguiu manter o verniz religioso que sustenta a imagem bolsonarista. Ela não se importou nem em ser avó, destilando maldade na frente do meu filho. Usou até meu pai, morto durante a pandemia e enterrado nu em um saco plástico, para me entristecer, afirmando que ele não me aceitaria", conta ela à BBC News Brasil.

Clarice relata que a mãe dela, com os dentes cerrados, disse que o país se tornará como a Venezuela, o que a deixou extremamente triste.

"Parece que tudo aquilo que estava compactado ali há anos veio à tona. Então foi uma hecatombe. Jamais fui petista e lulista. Apenas me posicionei contra a política de Bolsonaro. Enfim, venceu a democracia nas urnas, mas perdeu muito a humanidade nos últimos quatro anos, destruindo as famílias até o último voto apurado", diz.

Em seu ponto de vista, a mistura entre religião e política prejudicou ainda mais o debate em casa, pois a mãe é religiosa e deslegitima todos os seus argumentos por não frequentar a igreja.

Para Clarice, o clima ruim entre ela e a mãe deve perdurar "por um bom tempo". A solução para ela, pelo menos por enquanto, será o distanciamento.

"Infelizmente, estou me afastando da minha mãe para curar minha saúde emocional e a do meu filho. Penso em me mudar nas próximas semanas. Espero que em algum momento, no futuro, isso possa ser diferente."

*O nomes usados nesta reportagem são fictícios para preservar os entrevistados

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63509500

FONTE: BBC/REPRODUÇÃO - 04/11/2022 19H:25

Bolsonaro consultou Exército querendo judicializar eleições, diz CNN

                                           youtube/CNN Brasil


No dia que quebrou o silêncio e fez um pronunciamento no Palácio da Alvorada após o resultado da eleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL), horas antes, consultou os militares do Exército Brasileiro sobre a possibilidade de judicializar o resultado das urnas sob a justificativa de que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderia ser considerado inelegível por conta das condenações na Lava Jato.

Integrantes das Forças Armadas, entretanto, não deram apoio ao presidente para seguir nessa investida. Fontes militares ouvidas pela CNN disseram que a sugestão chegou a receber o aval de uma das Forças e negada por outra, além do Exército, o fiel da balança que não endossou a tentativa do presidente.

Até o momento, levantamento do Comitê de Transparência não encontrou irregularidades nos testes, feitos em 641 urnas, sendo 56 com uso de biometria de eleitores. O Exército integra esse comitê.

Militares do Alto Comando do Exército Brasileiro estão fechados no posicionamento de aceitar o resultado das eleições presidenciais e descartam qualquer possibilidade de intervenção ou golpe.

CNN apurou que a leitura interna é de que as eleições ocorreram dentro da lisura do processo eleitoral e que não houve fraude comprovada nas urnas eletrônicas. Porém, a instituição não deve se posicionar sobre o assunto. A ordem na caserna é que esse posicionamento, se ocorrer, será por meio do Ministério da Defesa.

Entre os generais de quatro estrelas, o resultado das eleições é considerado página virada e agora os militares já alinham os preparativos para a transição de governo e aguardam a divulgação do nome do novo ministro da Defesa. Na semana que vem, os generais que compõem o Alto Comando devem marcar a primeira reunião para apresentar a situação atual da Força e as perspectivas para o ano que vem. A reunião faz parte dos trâmites para a passagem para o próximo governo.

Procurado, o Exército Brasileiro informou que não iria se manifestar sobre o tema. A CNN também entrou em contato com a assessoria de imprensa do Planalto a aguarda posicionamento.

Fonte:CNN - Brasil - 04/11/2022

ADEMI-BA realiza a 14ª edição Salão Imobiliário; entrada grátis

 A ADEMI-BA (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário) realizará, entre os dias 03 a 06 de novembro, no Centro de Convenções Salvador, o Salão Imobiliário da Bahia, um dos mais esperados eventos para quem deseja comprar ou vender um imóvel. Nas edições anteriores, cerca de 200 mil pessoas visitaram os stands de vendas, movimentando mais de R$ 1 bilhão em vendas.

A edição deste ano marca o retorno do evento presencial após a pandemia. A expectativa é apresentar tendências do mercado e promover experiências para os participantes. Serão 30 stands, de tamanhos variados, além de palestras com especialistas.

Grandes incorporadoras e construtoras baianas estão confirmadas para o evento e deverão apresentar lançamentos a partir de R$ 170 mil, com diversas tipologias,  vantagens exclusivas e análise de crédito imediato.

"Nossa expectativa é realizar um evento ainda maior do que a última edição. Queremos fazer com que a população tenha uma grande experiência na compra do seu imóvel. Serão apresentados produtos inovadores, com condições diferenciadas tanto na venda, quanto na tipologia e qualidade dos projetos” (Cláudio Cunha, presidente da ADEMI-BA).

O Salão Imobiliário é aberto ao público. O acesso aos stands e a toda a programação do evento é gratuito.

Fonte: Correio da Bahia - 04/11/2022