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domingo, 7 de dezembro de 2025

No Judiciário: CNJ impulsiona modernização tecnológica e ética da IA



                                                     foto:reprodução



A Agência CNJ de Notícias publica uma série de reportagens que consolidam as diretrizes e as ações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) voltadas ao aperfeiçoamento contínuo dos serviços da Justiça. Cada linha de atuação está ligada ao mandato de uma conselheira ou de um conselheiro, cujos destaques do trabalho serão aqui apresentados. 

Em um movimento de modernização tecnológica e governança ética da Inteligência Artificial (IA) no Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) voltou seu foco para o compartilhamento de soluções, a capacitação nacional dos quadros da Justiça, a padronização de critérios e a redução de desigualdades técnicas entre tribunais. As perspectivas apontam para a expansão do uso da IA, o refinamento da qualidade e a padronização nacional. 

O aprofundamento desse trabalho, que já é uma preocupação do CNJ há pelo menos cinco anos, quando editou a primeira regulamentação para o uso da IA, na Resolução 332/2020, está no escopo dos esforços do Comitê Nacional de Inteligência Artificial do Judiciário.  

A conselheira Daniela Madeira, que preside o colegiado, destaca a importância desse trabalho uma vez que o Poder Judiciário possui realidades distintas em todo o país, que demandam capacidade de pessoal e orçamentária de cada tribunal. “O papel do CNJ é adotar medidas que possibilitem um maior nivelamento dessas assimetrias técnicas entre os tribunais e disponibilizar ferramentas ou plataformas de compartilhamento de soluções e ferramentas de IA”, afirmou. 

Conselheira do CNJ Daniela Madeira. Foto: G. Dettmar/CNJ

Em 2025, as diretrizes para o desenvolvimento, a utilização e a governança de soluções desenvolvidas com recursos de inteligência artificial no Poder Judiciário foram atualizadas pela Resolução CNJ n. 615. A norma é hoje o principal instrumento normativo que regula o uso de IA na Justiça.  

A resolução inova ao definir os mecanismos necessários para a governança das soluções desenvolvidas com inteligência artificial no Judiciário. “Ao mesmo tempo, a normativa traz desafios que consistem na forma de apurar os critérios e os indicadores mais relevantes para realizar um diagnóstico da atual situação do uso da IA”, ponderou a conselheira.  

Uma das questões que causam preocupação, segundo Daniela Madeira, é a ausência, em âmbito brasileiro, de uma estratégia de governança de IA baseada em indicadores e parâmetros de mensuração. É por essa razão que o Comitê Nacional de Inteligência Artificial do Judiciário já realizou um diagnóstico das capacitações de IA no âmbito do Poder Judiciário e está finalizando um diagnóstico do uso das ferramentas. 

Iniciativas 

O fomento ao uso de ferramentas tecnológicas pelo Judiciário, muitas delas relacionadas a IA, tem o apoio do Programa Justiça 4.0, uma parceria do CNJ com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Uma das principais iniciativas é o projeto Conecta, que identifica novas soluções tecnológicas desenvolvidas por tribunais e, por meio de mentorias, promove sua incubação, aceleração e nacionalização, potencializando iniciativas criadas localmente, muitas das quais focadas em IA.  

Daniela Madeira explica que o programa também investe fortemente em capacitação e na identificação de padrões de conectividade nacional. “A ideia é promover um esforço de compartilhamento e colaboração tecnológica entre os tribunais, permitindo que uma solução local seja compartilhada a nível nacional e seja disponibilizada na Plataforma Digital do Poder Judiciário Brasileiro (PDPJ-Br)”, disse.  

A PDPJ-Br promove um ambiente integrado que disponibiliza e compartilha serviços negociais, de integração e estruturantes de tecnologia. Dentro da plataforma, como relata a conselheira, há iniciativas que envolvem Inteligência Artificial, como o ApoIA. A aplicação de inteligência artificial generativa permite a sugestão automática de minutas jurídicas com base no conteúdo dos autos, auxiliando na elaboração de relatórios e ementas, na síntese de processos, na revisão da escrita e na conversão em linguagem simples.  

Por meio do programa Conecta, foi promovida uma capacitação nacional que alcançou mais de 82 mil participantes, com foco em formações voltadas ao uso de tecnologias. Esse treinamento provocou significativas transformações nos fluxos de trabalho dos tribunais, impulsionadas pela implementação de ferramentas de IA generativa em atividades como a sumarização de textos, a simplificação da linguagem e a elaboração de ementas conforme os padrões do CNJ. Essas mudanças ocorreram de forma incidental, resultantes da iniciativa individual ou local de magistrados e servidores, como explica a presidente do Comitê Nacional de Inteligência Artificial do Judiciário. 

Ética e equilíbrio  

Os principais pontos relacionados à inteligência artificial permanecem centrados em aspectos de governança, ética e regulação equilibrada. A conselheira enfatiza que uma das maiores dificuldades consiste em estabelecer critérios que acompanhem o estado da arte das técnicas, garantindo que o uso da IA seja humano, sustentável e ético. 

Para Daniela Madeira, é essencial aprofundar o conhecimento sobre os principais conceitos, boas práticas e manuais de governança, tanto nacionais quanto internacionais, a fim de estabelecer critérios claros, mensuráveis e eficazes para avaliar o uso ético das ferramentas. “Definidos esses critérios e realizado o diagnóstico, a meta passa a ser a criação de um fluxo que permita aos tribunais apurar, dentro de suas próprias instituições, o uso ético da inteligência artificial. O objetivo é garantir que a tecnologia seja aplicada com respeito aos direitos fundamentais, livre de vieses de gênero, raça ou outras formas de discriminação”, destacou. 

Há ainda a questão regulatória que, que segundo a conselheira, se encontra na definição dos limites entre o impacto de uma regulação mais extensa e pormenorizada e o risco de uma proteção frágil de uma regulação mais sucinta. “Ao instituir regras de diagnóstico dos riscos do uso da IA, devemos levar em consideração a oportunidade e a necessidade de apuração de cada um dos requisitos. É nesse sentido que o Comitê Nacional de Inteligência Artificial do Judiciário tem pautado sua atuação”, declarou. 

Perspectivas 

O futuro da inovação nos tribunais já pode ser percebido pela expansão natural e espontânea do uso de ferramentas de inteligência artificial. As inovações mais esperadas para os próximos anos já estão sendo sinalizadas pela prática acompanhada pelo Comitê nos tribunais. “Quando os magistrados e os servidores perceberem que tais ferramentas podem facilitar e agilizar o seu trabalho em prol da melhoria da prestação jurisdicional e do interesse público, haverá um gradual incremento nesse uso”, acredita. 

A expectativa, conforme relata a conselheira, é que as inovações do uso da IA não sejam apenas quantitativas, mas qualitativas também. “Seria um incremento na qualidade das respostas de sumarização de documentos, do uso da linguagem simples e acessível, da anonimização de dados, da classificação de documentos e de vários outros usos da IA. As inovações nos próximos anos serão de aprimoramento da qualidade”, concluiu.

Texto: Ana Moura
Edição: Sarah Barros
Revisão: Caroline Zanetti
Agência CNJ de Notícias/reprodução site em 07/12/2025 15h

Interior: Raio mata seis bovinos na zona rural de Cansanção


                                       omontagem  a partir do vídeo publicado no site  Região do Sisal


Na tarde da última  sexta-feira (5), a queda de um raio matou seis bovinos no povoado São Domingos, na zona rural de Cansanção. O caso ocorreu durante uma chuva acompanhada de fortes descargas elétricas na região.

O proprietário relatou que, ao chegar na roça para apartar e prender o gado, encontrou os animais mortos embaixo de um umbuzeiro. A cena surpreendeu e comoveu os moradores locais.

Segundo relatos publicados nas redes sociais, moradores da comunidade afirmaram ter visto diversos raios naquela área pouco antes de os animais serem encontrados.

O incidente chamou atenção para os riscos comuns durante períodos de tempestade, especialmente em regiões rurais onde os animais acabam buscando abrigo sob árvores, aumentando a vulnerabilidade às descargas elétricas.

Redação CN- 07/12/2025

DF: O que se sabe sobre feminicídio de militar no quartel do Exército


Maria Freire era musicista do 1º RCG e estava no Exército há cinco meses-foto:(Reprodução Rede Sociais)   




Mais uma mulher perdeu a vida para o feminicídio no Distrito Federal. No 26º caso registrado neste ano, Maria de Lourdes Freire Matos, 25 anos, teve a trajetória interrompida cinco meses após ingressar no Exército. Cabo e musicista em ascensão da Fanfarra do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RCG), no Setor Militar Urbano, ela foi encontrada carbonizada após um incêndio nas dependências do quartel. Durante o rescaldo, militares do Corpo de Bombeiros (CBMDF) localizaram o corpo com um corte profundo no pescoço. O autor do crime, o soldado Kelvin Barros da Silva, 21, confessou ter golpeado Maria com um punhal e incendiado o local antes de fugir. 

Apaixonada pela música, Maria de Lourdes, Malu, não escondia seu amor pela profissão. Nas redes sociais, quase todas as fotos repetiam a mesma cena: o saxofone em mãos, o olhar concentrado e a promessa da carreira musical em ascensão. 

"Cada vez mais tenho a certeza que é a música que eu quero fazer. A música oferece vários benefícios, dentre eles, a busca incansável de ser melhor. E para isso é preciso estudar, estudar e estudar", escreveu Maria, em uma foto postada em março.

A advogada criminalista Leila Santiago — representante da família da vítima e assistente de acusação — afirma que Maria de Lourdes é a única vítima do caso: "Qualquer tentativa de associá-la ao agressor é falsa, ofensiva e profundamente cruel".

A jovem era católica e atuante em uma das comunidades da igreja que frequentava, relata. A advogada destaca que a postura religiosa, ética e disciplinada eram traços profundos da personalidade de Maria de Lourdes. "Sua conduta sempre foi marcada por seriedade, responsabilidade e retidão."

Solteira e considerada de comportamento exemplar, Maria estava totalmente focada na carreira militar. "Preparava-se para os concursos do Corpo de Bombeiros e da Força Aérea Brasileira, projetos que ela levava com extrema dedicação", disse. "Não tinha interesse em relacionamento naquele momento de sua vida e rejeitava expressamente a ideia de qualquer vínculo amoroso no ambiente de trabalho", acrescenta Leila.

Para Leila Santiago, os elementos já apurados reforçam a hipótese de que o crime tenha sido motivado pela incapacidade do agressor de aceitar a autoridade feminina exercida por Maria naquele dia, quando ela ocupava posição hierárquica superior e tinha o soldado sob sua coordenação. "A dinâmica dos fatos mostra que o agressor a chamou até a sala de isolamento acústico sob o pretexto de um problema técnico. Maria foi até o local porque estava cumprindo sua função e, ali, foi brutalmente atacada", afirma.

A advogada observa ainda que o incêndio provocado pelo suspeito teve o objetivo de destruir provas, o que evidencia um nível ainda mais elevado de violência. "Demonstra desprezo, ódio e violência direcionada à sua condição de mulher, elementos típicos de crimes cometidos em contexto de violência de gênero."

Maria de Lourdes Freire Matos tinha 25 anos de idade, ocupava a patente de Cabo e era musicista do Regimento
Maria de Lourdes Freire Matos tinha 25 anos de idade, ocupava a patente de cabo e era musicista do Regimento(foto: Reprodução/Redes Sociais)

Em nota, o 1º RCG lamentou o ocorrido. "O 1º Regimento de Cavalaria de Guardas manifesta profundo pesar pelo falecimento da cabo Maria de Lourdes Freire Matos, cuja trajetória na instituição foi marcada por dedicação, profissionalismo e um compromisso exemplar com o serviço prestado na Fanfarra. Neste momento de dor, expressamos nossas mais sinceras condolências aos familiares, amigos e irmãos de farda". 

O feminicídio ocorreu na tarde de sexta-feira, próximo às 16h, quando o 1º RCG foi alvo de um incêndio. Pessoas ouvidas pelo Correio contaram que escutaram um grito vindo das dependências do Regimento. Logo depois, viram o incêndio. Militares do Exército entraram no local, que continha muito material combustível, para retirar itens, como instrumentos musicais, mas o corpo de Maria só foi encontrado posteriormente, pelo CBMDF. Para evitar que o fogo se alastrasse, as construções vizinhas foram resfriadas.

O Comando Militar do Planalto afirmou que a família da vítima está recebendo todo o apoio necessário. As perícias estão a cargo do Batalhão de Polícia do Exército, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e do Corpo de Bombeiros (CBMDF).

Quando encontrada, a militar apresentava um corte no pescoço. 

A família aguarda o resultado oficial do exame de corpo de delito, realizado pelo Instituto Médico Legal (IML). Conforme a advogada, somente após isso, será possível providenciar o sepultamento.

Confissão

Após o crime, Kelvin Barros fugiu em direção ao Paranoá. Capturado pouco tempo depois por agentes da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), responsável pelo caso, o suspeito foi preso e confessou o crime na delegacia. De acordo o delegado Paulo Noritika, que está à frente da investigação, ele apresentou cinco versões sucessivas e contraditórias. Em uma, negou o crime. Em outra, confessou, mas prestou relatos incompatíveis entre si.

Depois, disse que o crime teria ocorrido após uma discussão motivada por um suposto relacionamento e que a vítima teria exigido que ele terminasse com a namorada e assumisse a relação com ela.

Maria de Lourdes Freire Matos tinha 25 anos de idade, ocupava a patente de Cabo e era musicista do Regimento
Maria de Lourdes Freire Matos tinha 25 anos de idade, ocupava a patente de Cabo e era musicista do Regimento(foto: Reprodução/Redes Sociais)

À reportagem, familiares da vítima afirmaram que não havia qualquer vínculo e levantaram a hipótese de perseguição por parte do soldado. Pessoas próximas à militar no quartel também relataram que Kelvin se apresentava como "bom samaritano" e costumava "se aproveitar" das recém-chegadas. "Ele se pagava de bom para todas as mulheres. E, como ela chegou agora, não via maldade, e acabou acontecendo isso", disse uma fonte ao Correio.

No depoimento, em outra versão, ele disse que a vítima teria sacado uma arma de fogo e tentado municiá-la. Segundo essa variante do relato, ele teria segurado a pistola com uma das mãos e, com a outra, teria alcançado uma faca militar presa à cintura da própria vítima, golpeando-a no pescoço. Em seguida, Kelvin disse que teria usado álcool e um isqueiro para provocar o incêndio antes de fugir levando a arma, conforme detalhou o delegado-chefe da 2ª DP, Paulo Noritika.

Em outra narrativa, alegou que Maria teria sofrido um surto psicótico. Depois, disse que era alvo de assédio por parte dela. Em outro momento, declarou que "não resistiu" às investidas da militar, que os dois teriam se beijado e que ele prometera terminar com a namorada. Então, ele voltou atrás e negou que tivesse havido uma discussão.

Quanto à arma e ao celular da jovem, também houve mais de uma versão. Primeiro, afirmou ter jogado o armamento na quadra de polo do quartel. Depois, confessou tê-lo descartado em um bueiro no Itapoã. Policiais da 2ª DP encontraram a arma no local, enrolada em uma gadola militar — uniforme de combate. O celular ainda está sumido. 

Prisão

Kelvin passou por audiência de custódia neste sábado (6/12) e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Ele foi autuado por feminicídio, furto de arma de fogo, incêndio e fraude processual. Detido no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, deve ser excluído da Força, segundo a corporação. Em nota, o Exército informou ter instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias do crime e confirmou que o soldado, que é do 1º RGC, conhecido como Dragões da Independência — responsável pela segurança cerimonial do presidente da República — , será expulso.

Ivonete Granjeiro, advogada e consultora legislativa de direitos humanos da Câmara Legislativa do DF (CLDF), destaca que o principal desafio no caso é garantir rapidez, cooperação entre instituições e ausência de interferências na investigação. "O Código Penal Militar é claro no sentido de que a competência para julgar crimes cometidos em instituições militares depende da situação: se o crime for praticado em serviço ou relacionado à função, a Justiça Militar julga; mas se for um crime comum, sem conexão com a caserna, a competência é da Justiça Comum. Assim, o assassino de Maria de Lourdes será julgado pelo Tribunal de Júri, de acordo com a jurisprudência do STF e o Código de Processo Penal", afirma.

A advogada lembra ainda que a Lei nº 14.994/24 tipifica o homicídio de mulheres como crime qualificado e hediondo, com pena de 20 a 40 anos quando motivado por razões de gênero. "Do ponto de vista legislativo, houve mais avanços do que retrocessos. Mas, para que a lei não se torne uma mera folha de papel, é preciso fortalecer a rede de proteção, com Delegacias da Mulher 24h, equipes qualificadas e integração entre saúde, segurança e Judiciário", afirma. "Políticas públicas estruturadas, educação para igualdade de gênero e capacitação obrigatória de agentes do sistema de Justiça em perspectiva de gênero são medidas de alto impacto para enfrentar o feminicídio de forma sistêmica e duradoura", conclui.

Fonte:  Por Darcianne Diogo e Ana Carolina Alves*/Correio Braziliense - 07/12/2025

54% acham prisão de Bolsonaro justa; 34% defendem pena em casa, diz Datafolha


                                             Foto:reprodução



 A prisão de Jair Bolsonaro (PL) foi considerada justa por 54% dos eleitores brasileiros, aponta levantamento do Datafolha, enquanto 40% pensam o contrário. Para 34%, o ex-presidente deveria cumprir sua pena em casa.

 

A execução da condenação a 27 meses e três meses de cadeia, determinada pelo Supremo Tribunal Federal pelo papel central na trama golpista que visava mantê-lo no poder após a derrota para Lula (PT) na eleição presidencial de 2022, começou no dia 25 de novembro.
 

Três dias antes, o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do processo e juiz de execução da pena, havia mandado prender Bolsonaro após o ex-presidente tentar romper sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda.
 

Ele cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto, após ter violado medidas cautelares determinadas por Moraes na reta final de seu julgamento. Em 11 de setembro, acabou condenado ao lado de outros sete réus do chamado núcleo central da trama.
 

O Datafolha ouviu 2.002 pessoas com 16 anos ou mais de terça-feira (2) a quinta (4) em 113 cidades do país. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
 

Não souberam avaliar se a prisão foi justa ou não 6% dos ouvidos.
 

Disseram ter tido conhecimento da condenação definitiva de Bolsonaro e estarem bem informados 36%. Porcentagem similar, 37%, disse ter conhecimento e estar mais ou menos informado; 11% se disseram mal informados, e 16% afirmaram não ter tomado conhecimento.
 

Acerca da questão do local do cumprimento da pena, que gera pressão dos aliados do ex-presidente e de sua defesa, os entrevistados que não apontaram a prisão domicilar como a melhor se dividiram entre presídio comum (26%), unidade militar (20%) ou uma sede da Polícia Federal (13%). Não souberam responder 7%.
 

Bolsonaro está preso na superintendência da PF em Brasília, em uma sala com móveis básicos e banheiro. Moraes decidiu mantê-lo lá logo após o chamado trânsito em julgado, o encerramento do processo, no dia 25 passado.
 

Como a defesa queria que o ex-presidente fosse para casa alegando os problemas de saúde do político, o ministro argumentou que na PF ele terá acompanhamento diuturno de médicos.
 

A decisão foi fortemente influenciada pelo episódio da tentativa de rompimento da tornozeleira e do histórico de fuga de bolsonaristas condenados pela Justiça ou que estão sendo objeto de processos.
 

Foram para os Estados Unidos o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem, condenado com Bolsonaro e hoje foragido, e o filho do ex-presidente Eduardo, deputado pelo PL-SP que é alvo de investigação acusado de coagir o STF com sua campanha contra o Brasil junto ao governo americano.
 

O temor maior dos defensores de Bolsonaro, contudo, era que ele fosse enviado para o complexo prisional da Papuda, perto de Brasília. Foram presos lá, no anexo chamado Papudinha, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
 

Já os oficiais-generais condenados, os ex-ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), além do ex-comandante da Marinha Almir Garnier, foram para unidades militares. O delator Mauro Cid, tenente-coronel que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, cumpre pena em regime aberto.
 

A prisão deles é um marco num país com histórico de golpes militares executados ou fracassados, e tem tensionado as Forças Armadas, principalmente o Exército, a mais importante delas.
 

Questionados sobre a opinião de ver os generais da Força condenados, 57% dos eleitores consideraram a medida justa, e 30%, injusta. Já 13% não souberam responder.
 

A imagem do Exército, que no imaginário popular se confunde com o estamento militar como um todo, sofreu arranhão: 26% disseram ter uma visão pior da Força com o episódio, ante 57% que não mudaram sua opinião. Já 12% tiveram uma impressão melhor. Dada a turbulência dos anos Bolsonaro no setor, o resultado deverá trazer alívio à caserna.
 

Pela estimativa de especialistas, o ex-presidente terá direito a progressão de pena para o regime semiaberto em 2033. Ele já estava sem direitos políticos até 2030 desde 2023, quando foi condenado pela Justiça Eleitoral por sua campanha contra o sistema de votação eletrônico do país. Com as novas penas a ele aplicadas, está fora da urna que combateu até 2060.
 

Como seria previsível neste momento, o início do cumprimento da pena é visto de maneira díspar a depender do gosto político do entrevistado.
 

Grupos associados ao bolsonarismo tendem a considerar mais a prisão injusta. Isso ocorre entre evangélicos (55%), moradores do Norte/Centro-Oeste (48%), apoiadores do PL (95%) e eleitores do ex-presidente no segundo turno de 2022 (81%).
 

Na mão contrária, entre os usualmente lulistas, acham mais que a medida do STF foi justa moradores do Nordeste (65%), apoiadores do PT (92%) e quem votou no atual presidente na eleição passada (87%). Entre quem anulou ou deixou o voto em branco, 57% aprovam a prisão, ante 23% que a desaprovam.
 

Nos grandes estratos socioeconômicos aferidos pelo Datafolha, contudo, há bastante homogeneidade. Apenas os jovens, quem tem só ensino fundamental e os de mais baixa renda acham um pouco mais que a prisão foi justa, 60%, 59% e 58%, respectivamente, mas são grupos com margens de erro superiores à média —logo, o cenário semelhante se impõe.



Fonte:Por Igor Gielow | Folhapress - 07/12/2025

Câmera: Ex-Líder da bancada evangélica e deputado federal rebate ex-esposa que o acusa de traição com duas vereadoras

 O pastor e deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM), um dos criadores e ex-presidente da bancada evangélica no Congresso, respondeu às acusações de traição feitas por sua ex-mulher, a também deputada Antônia Lúcia (Republicanos-AC).

Reprodução / Instagram
Reprodução / Instagram




Nesta semana, ela o chamou de “infiel e desmoralizado” e publicou o caso nas redes sociais.

"Nunca e jamais abandonei alguém, muito menos de minha própria família. Minha vida é e sempre foi de construir, fortalecer e defender alianças. Traições, libertinagem ou qualquer coisa nesse sentido não condizem com meu caráter e muito menos fazem parte da minha história. São verdadeiros absurdos", rebateu o pastor.

Segundo a deputada, tudo começou quando ela encontrou dois cigarros eletrônicos com Silas. Depois disso, ele saiu de casa, parou de falar com a família e não vê mais os quatro netos que moram com ela.

No texto, ele se defendeu dizendo que quem o conhece sabe que é um homem "protetor, provedor, trabalhador, caseiro, fiel à família e dedicado a ela na saúde e na doença".

“Antônia é inteligente, dedicada, mãe cuidadosa, mulher virtuosa e zelosa com todos. No entanto, para não expô-la, o que posso dizer é que, infelizmente, ela não está bem e precisa ser cuidada”, escreveu Silas. “Estamos separados há alguns meses e, mesmo nesse contexto, sempre preservamos nossa intimidade para proteger nossos quatro filhos, nossos oito netos e nossas famílias", disse o pastor.

 Silas também disse que é grato a Antônia pelo casamento e que sempre vai ter “amor, carinho, respeito e consideração” por ela.

“Nossa separação veio de muitos fatores, mas principalmente da necessidade de paz, segurança e uma vida saudável para todos”, explicou. “Seguirei de cabeça erguida, certo de que nada fiz que manche minha honra nesses 28 anos de vida pública”.

Entenda o caso

A deputada revelou nas redes sociais que estava separada de Silas há um ano e afirmou que ele tem um romance com a vereadora Katwyssya Chu Martinelli, (Republicanos) no município Rio Preto da Eva, no Amazonas. Segundo a deputada, a mulher estaria frequentando o centro de apoio Terezinha Duarte Câmara, nome de sua ex-sogra.

Antônia Lúcia e Silas Câmara são deputados federais na atual legislatura e tiveram um relacionamento durante 33 anos. Ela o chamou de "infiel e desmoralizado", dizendo ainda que o deputado teve um caso com duas vereadoras.

"Tirou a aliança? Manda o divórcio, ou melhor, publica para todo saberem. Já entrei na justiça e não será consensual! O divórcio é litigioso. Ele deputado Silas Câmara esqueceu dos mandamentos de Deus? Fazia orgia dentro da minha casa (...) Esqueceu a família do casamento comigo de 33 anos de risos e muita alegria, felicidades extremas sem contar nas vitórias dadas por Deus e esqueceu meus 4 netos".



Fonte: Rebeca Santos/BOCÃO NEWS  c/adaptações -  07/12/2025