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sábado, 14 de setembro de 2024

Bahia: Advogado e ex-jogador do Jacuipense é assassinado na cidade de Pé de Serra

 

                                            foto:reprodução

O advogado Telmo Fernandes foi assassinado a tiros na noite de sexta-feira (13) na cidade de Pé de Serra no  território da bacia do Jacuípe, distante cerca de 30km de Riachão. O jurista que também foi jogador de futebol do Jacuipense e Fluminense de Feira foi morto com vários tiros na boca próximo da cancela do sítio onde morava.

O crime é característico de execução. já que nada foi levado dele, nem mesmo o celular. Telmo  era bastante conhecido na região, pela passagem no futebol profissional, estava cursando Medicina Veterinária e era também sócio da empresa COBAPES, de reciclagem de lixo e poda de árvores.

A motivação e a autoria do crime ainda são desconhecidas.

O Calila Notícias foi informado que o rabecão do Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Serrinha chegou no local do crime para realizar o levantamento cadavérico por volta das 12h40 de hoje (14).

Atividades políticas suspensas

Diante do ocorrido as duas coligações que disputam as eleições do município suspenderam as atividades deste fim de semana. Edgar Miranda (PSD) pela coligação “Avança Mais Pé de Serra” tenta a reeleição de prefeito. Enquanto pela oposição está na disputa Zeide da Farmácia (União Brasil) pela coligação “Pé de Serra Pode Mais”

Redação CN | Informações Interior da Bahia

Eleições 2024: Em cordel, Juiz de Teofilândia rejeita impugnação contra candidato acusado pela oposição de ser analfabeto

 

Zé de Migué – Foto estraída do DivulgacandContas

“Há de ser prestigiado o exercício da cidadania, evitando que redutos, pouco letrados, sejam dominados por elites da Bahia. Por isso, em Comarca do nosso Nordeste, em que brilhou o Rei do Baião, acolho o parecer do Promotor da região”.

Em versos de cordel, o juiz José de Souza Brandão Netto, da 123ª Zona Eleitoral de Araci (BA) responsável também pelo município vizinho, ambos no território do sisal, negou uma impugnação à candidatura de Zé de Migué, no município de Teofilândia, que questionava se o postulante a vereador seria alfabetizado.

A Constituição Federal prevê que os candidatos a cargos eletivos devem ser alfabetizados. José Azevedo Cordeiro, conhecido como Zé de Migué, tem 54 anos e concorre a vereador nas eleições municipais de 2024, pelo PP. Seu nível de alfabetização foi questionado pela coligação Juntos Somos Mais Fortes (PSD, PL, Republicanos e Avante).


Os partidos impugnaram a candidatura ao questionar os “critérios adotados para avaliar a capacidade eleitoral passiva” do candidato. No entanto, ele apresentou declaração de escolaridade, comprovando que concluiu a 4ª série do ensino fundamental, em Socavão (BA).

Em parecer, o promotor responsável pelo caso considerou que o candidato preenchia todas as condições de elegibilidade e que não havia informação que indicassem sua inelegibilidade. “A documentação foi devidamente conferida e considerada regular e suficiente, não se identificando qualquer vício de formação. Foram preenchidos todos os requisitos legais para o registro pleiteado”, afirmou o promotor.

“Trata-se de Processo de Impugnação contra a candidatura do cidadão. Dizem que lhe falta formal educação. Desconfiados, mas sem provas, o deduraram no “Povoado Socavão”. O Promotor, fundamentando, deu corda não! Disse que já havia sentença, por isso, preclusão”.

Na sequência, fora do prazo estabelecido pela legislação eleitoral, os partidos requereram que o candidato fizesse uma prova de alfabetização, na presença de um servidor, ou apresentasse sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para comprovar sua escolaridade. A coligação alegou que “boa parte dos moradores” acreditava que ele não era alfabetizado.

Em versos, o desembargador José de Souza Brandão Netto entendeu que os documentos apresentados nos autos eram suficientes para comprovar o nível de escolaridade do candidato e acrescentou que só a apresentação de CNH já atesta a alfabetização no TSE.

“Mas tem que não saber ler e não saber escrever uma frase inteligível, para a Justiça te reputar inelegível. O País precisa seguir na luta, pois há mais de 9 milhões de analfabetos fora da disputa. Pro TSE, prova-se a escolaridade do cidadão com Carteira Nacional de Habilitação. O certificado escolar acostado afasta o analfabetismo falado contra o réu impugnado”.

Netto acolheu o parecer do promotor, ao considerar que o “exercício da cidadania” tem que ser “prestigiado” para evitar que regiões com menor índice de alfabetização “sejam dominados por elites da Bahia”.

Na decisão, o magistrado manteve a “capacidade eleitoral passiva”, rejeitando a inelegibilidade de Zé de Migué. Netto argumentou que havia uma sentença anterior, o que gerou a preclusão do prazo para o questionamento sobre a candidatura.

“Ao cabo, confirma-se a sentença nos autos já proferida, pois precluiu a ilegalidade a ser perseguida. Portanto, fica mantida capacidade eleitoral passiva, e rejeito a inelegibilidade do réu referida”.



O juiz José de Souza Brandão Netto considera que a decisão em versos “é uma forma mais amena de fazer uma decisão. A gente precisa, às vezes, ter tem uma decisão de uma forma mais amena, para a população ver esse lado. O Judiciário não é só um poder para emitir punições. É preciso a sair um pouco desse formalismo excessivo que, às vezes, o Judiciário trabalha”, afirmou.

Netto pontuou que a legislação não proíbe decisões nesse formato. O desembargador considerou que, “às vezes, é bom para mudar um pouco e mostrar que o Judiciário tem esse lado também, de tocar mais as pessoas nos seus sentimentos”. Para ele, essa forma de se expressar “valoriza a própria língua e a própria pátria”, citando música de Caetano Veloso que faz referência ao poeta português Fernando Pessoa.

CN | reportagem de Humberto Vale, Site Jota Info com pequenas adaptações do Calila Notícias/reprodução 14/09/2024


Eleições 2024: Candidato a vereador procurado por participar do 8/1 é preso pela PF



                                            foto:reprodução

A Polícia Federal prendeu neste sábado (14) um candidato a vereador, que estava com mandado de prisão preventiva em aberto por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Marcos Pereira, conhecido como Marcos Geleia Patriota (Novo) tenta uma vaga na Câmara de Céu Azul, interior do Paraná, e foi preso na cidade de Cascavel. 

 

Geleia Patriota é investigado pelo crime de associação criminosa. Ele foi conduzido pela PF para Foz do Iguaçu e agora, segundo a corporação, a prisão será informada ao Supremo Tribunal Federal (STF) e o preso encaminhado à carceragem. 

 

Ele é um dos três candidatos às eleições municipais com mandados de prisão preventiva em aberto devido ao ataque às sedes dos Três Poderes, em Brasília. A informação foi revelada pelo g1 confirma que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, também expediu ordens de prisão contra Pastor Dirlei Paiz (PL), que tenta se eleger para a Câmara Municipal de Blumenau (SC), e Locutor Henrique Pimenta (PRTB), candidato em Olímpia (SP).

O mandado de prisão contra Marcos havia sido expedido em novembro de 2023. A ordem determina que qualquer oficial de justiça ou autoridade policial "prenda e recolha" o candidato a qualquer unidade prisional.

 

Por lei, pessoas com mandado de prisão preventiva podem concorrer a cargos eletivos na administração pública. Só há proibição para condenados com sentença judicial ou decisão colegiada de juízes — o que não é o caso de Marcos Geleia Patriota.

 

Ao g1, antes de ser preso pela PF, Marcos afirmou ter sido preso em Brasília no dia seguinte à depredação das sedes dos Três Poderes. Ele disse ter sido solto dez dias depois e que, desde então, fazia uso de tornozeleira eletrônica. Além disso, afirmou não ter conhecimento sobre o mandado de prisão em aberto.


fONTE: BN -14/09/2024

Salvador: Paciente em Hospital é colocada em cama suja de sangue

                                      Caso aconteceu na quarta-feira, 11, enquanto a paciente foi ao hospital para fazer cirurgia de hérnia umbilical  |   Bnews - Divulgação O caso aconteceu na última quarta-feira (11), no quarto 106, bloco C, localizado no primeiro andar do edifício. - Reprodução

Paciente que aguardava por cirurgia no Hospital da Bahia, percebeu que a cama em que utilizava, estava coberta com o sangue de uma outra pessoa. O caso aconteceu na última quarta-feira (11), no quarto 106, bloco C, localizado no primeiro andar do edifício. Antes dela, o leito havia sido ocupado por uma paciente que havia sofrido de hemorragia.

Ela entrou na instituição às 11h do mesmo dia para realizar uma cirurgia de hérnia umbilical, que estava prevista para ocorrer às 14h. Entretanto, quando se levantou para ir ao banheiro, a filha que estava acompanhando ela, disse ter percebido que as costas, o colchão, o lençol e o travesseiro que a mãe utilizava, estavam todos ensanguentados. Em contato com a ouvidoria, a família da equipe relatou que não teve retorno do hospital. 

O hospital lamentou a situação e disse, em nota, que o erro se tratava de um erro na equipe que fornecia os tecidos e que resultou em uma falha técnica na impermeabilidade da capa do protetor do colchão. Ainda, informou que já estava tomando as medidas cabíveis. Para os familiares, o fornecimento do colchão é competência do hospital, portanto, a instituição também é responsável. Após o ocorrido, a paciente foi levada ao quarto 115 C, também no primeiro andar, onde ficou internada até a sua alta na manhã de quinta-feira (12).

A família da vítima pretende mover uma ação judicial contra o hospital, mas aguarda a disponibilização do prontuário, que segundo o hospital leva até 30 dias, para oficializar o processo. Entretanto, o advogado responsável pela paciente destaca que, se houver resistência para a entrega da documentação, a ação será iniciada sem o prontuário.

"Quando litigamos com empresas grandes, precisamos antes de entrar com a ação estar munido de documentação que nos direcione ao direito violado do cliente", explicou André França, advogado responsável pela parte da paciente.

O advogado informa ainda que há duas linhas de ação possíveis para o processo. A primeira, caso a mulher não tenha sido contaminada, é responsabilizar civilmente a instituição, solicitando indenização por danos morais. A segunda, caso ela tenha alguma infecção ou contaminação  devido ao contato com os materiais, além da indenização, a família poderá solicitar um pedido de custeio do tratamento necessário devido aos danos físicos.

Fonte:BNEWS -14/09/2024

Ex-genro traficante: entenda a relação da mãe de Deolane com o tráfico

 

                                                Foto:reprodução

Solange Bezerra (foto em destaque), mãe da influenciadora Deolane Bezerra, continua presa por suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro de jogos de azar. No entanto, uma nova acusação chamou a atenção na decisão do ministro do STJ, Herman Benjamin, que manteve a prisão da produtora de conteúdo de 55 anos: tráfico de drogas.

“Diferentemente do que está na impetração, a paciente não está presa porque fez uma transferência bancária. Está presa, sim, porque é suspeita de uma gama de práticas ilícitas, que vão desde o tráfico ilícito de entorpecentes, passando pela exploração de jogos ilícitos e culminando na lavagem de dinheiro”, escreveu o ministro na decisão desta semana.

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Criadora de conteúdo Solange Bezerra já teve carro apreendido em operação contra o tráfico de drogas
Solange Bezerra foi presa em operação da Polícia Civil de Pernambuco
Familiares e fãs defendem inocência da mãe de Deolane

A reportagem do Metrópoles investigou o caso e constatou que a relação de Solange com o tráfico de drogas é pouco mencionada nas 389 páginas da representação pela prisão dos alvos da operação da Polícia Civil, que resultou na prisão de Solange e Deolane em 4 de setembro. O documento funciona como um relatório explicativo do inquérito para o juiz.


Delegado da Polícia Civil de Pernambuco ligou tráfico de drogas à mãe de Deolane

O delegado Paulo Gustavo chegou a fazer um organograma com o nome de Solange ligado ao termo “tráfico de drogas” e à palavra “suspeita”. A relação entre a mãe de Deolane e o tráfico de entorpecentes é mencionada em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que diz o seguinte:

“Envolvida em mídia negativa, juntamente com suas sócias, citando supostas atividades relacionadas a tráfico de drogas e sonegação fiscal”, diz trecho do documento.

De fato, no fim de 2022, chegou a ser noticiada na imprensa a apreensão de um carro no nome de Solange, devido à suspeita de relação com o tráfico de drogas. Essa apreensão aconteceu em 2017 e ainda envolve outra filha de Solange: Dayane Bezerra. No entanto, a Polícia Civil não esclarece a relação desse caso antigo com as investigações atuais de Pernambuco.

Otávio Brito /MetrópolesDescrição de investigação sobre Deolane Bezerra - Metrópoles

Ex-genro traficante

Em setembro de 2017, a Polícia Federal deflagrou uma megaoperação, batizada de Brabo, em que cerca de 80 pessoas foram presas por suspeita de envolvimento com um esquema de tráfico internacional de cocaína.

A quadrilha era tão grande que tinha até envolvimento de integrantes da Máfia dos Bálcãs, na Europa Oriental, e do Primeiro Comando da Capital (PCC). Na época, Deolane ainda não era a influenciadora digital, tampouco ostentava os mais de 20 milhões de seguidores que tem hoje em dia.

Entre as dezenas de presos nesta operação, estava um sujeito chamado Jamiriton Marchiori Calmon, mais conhecido como Jamir, então com 43 anos. Ele dizia ser comerciante de eletrônicos, mas as investigações da PF apontam que na verdade ele era braço direito do traficante Ronaldo Bernardo, o Roni.

De acordo com a PF, Roni e Jamir comandavam o envio de cocaína para a Europa. A droga era escondida em contêineres que saíam do Porto de Santos, em São Paulo.

Na época, Jamir namorava Dayanne Bezerra, irmã de Deolane e filha de Solange. Quando a polícia chegou à residência de Jamir para prendê-lo, deparou-se com uma Mercedes-Benz Gla 200 avaliada em R$ 134 mil. O veículo estava registrado no nome de Solange.

Reprodução/ InstagramFoto colorida de Dayanne Bezerra e Solange Bezerra na Disney - Metrópoles
Dayanne Bezerra e Solange Bezerra, irmã e mãe da influencer Deolane, em viagem à Disney

Dinheiro do tráfico

Para a PF, havia “fortes indícios de que o carro foi adquirido com proveito dos crimes de exportação de grande vulto de quantidade de cocaína“.

Solange negou essa relação com o tráfico e até entrou com um pedido na Justiça Federal para recuperar o carro. Ela apresentou um carnê de financiamento do veículo no valor de R$ 74 mil. No entanto, isso não foi suficiente para convencer o Judiciário e os investigadores.

“Não há comprovação de atividade a justificar a compra de automóvel de luxo. A requerente não logrou êxito em demonstrar a origem lícita do bem”, escreveu o desembargador Maurício Kato, em decisão de março de 2019.

Solange alega que emprestou o carro para a filha Dayanne – que, por sua vez, estava se relacionando com o traficante Jamir. Apesar de serem mencionadas no processo criminal, mãe e filha não chegaram a ser investigadas formalmente por envolvimento com tráfico de drogas.

Em janeiro de 2021, Jamir foi condenado a 19 anos e 7 meses por tráfico de drogas e organização criminosa, com início do cumprimento da pena em regime fechado.

Absurdo muito grande

A também advogada Daniele Bezerra, irmã de Deolane e filha de Solange, gravou um vídeo aos prantos, no qual defende a inocência da mãe e rechaça as acusações de tráfico de drogas.

“Eu estou vendo um monte de notícias, que estão saindo agora, ligando minha mãe a tráfico de drogas. Isso é um absurdo muito grande. Minha mãe está presa, inocente, e ainda saiu uma matéria falando uma coisa dessas, de tráfico de drogas. Pelo amor de Deus”, declara Daniele na gravação.

A reportagem entrou em contato com Dayanne e não obteve retorno até a publicação desta matéria. O Metrópoles ainda tenta localizar a defesa de Jamir.

Já a Polícia Civil de Pernambuco não quis comentar o caso e informou que não repassa informações específicas sobre os alvos da operação.

FONTE: METRÓPOLES/REPRODUÇÃO 14/09/2024

ENSINO SUPERIOR: UNEB OFERTA 102 VAGAS PARA PROFESSOR AUXILIAR ENTRE SALVADOR E CAMPUS DO INTERIOR

                                         Prédio principal da UNEB -Campus XVI - Irecê 


A UNEB - Universidade do Estado da Bahia, divulgou neste sábado(14) o Edital nº 105/2024 ofertando 102 vagas para Professor Auxiliar  para o seu quadro de docentes, via REDA, para Salvador, e em 19 Campus do interior, com carga horária de 20 e 40 horas.

Para o Campus XVI -Irecê estão ofertadas duas vagas, para atender o Curso de Agroecologia do Departamento.

Síntese:

Concurso: Professor Auxiliar

Áreas: Diversas

Período: 19/09/2024 a 03/10/2024 até 23h:59min.

Taxa: R$ 200,00

Critérios seleção: Entrevista, Aula Pública, e Prova de Títulos

ACESSE O EDITAL CONFORME EDITAL ABAIXO:

file:///C:/Users/jorge/Downloads/Edital_105_2024_Aviso_157_2024_Selecao_Publica_Simplificadao_REDA.pdf 

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Orgão aciona PF e pede proteção a ex-diretor que relatou assédio de ex- ministro Silvio Almeida


                                        foto:reprodução


O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) acionou a PF, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos após os relatos de Leonardo Pinho, ex-diretor do Ministério dos Direitos Humanos, de que sofreu assédio moral e ameaças do então ministro da pasta, Silvio Almeida. A decisão foi tomada na quinta-feira (12/9) durante a reunião do colegiado, após Pinho detalhar os supostos episódios de assédio em uma entrevista à coluna.

Órgão ligado ao Ministério dos Direitos Humanos, o Programa de Proteção fará uma análise técnica do pedido de inclusão de Pinho. A PF e o MPT, que abriram inquéritos para apurar os supostos episódios de assédio moral e sexual de Almeida no ministério, receberam formalmente os relatos de Pinho.

Como revelou a coluna na quinta-feira (12/9), Pinho disse que Silvio Almeida lhe pediu para gravar reuniões escondido, além de socar a mesa, bater no próprio peito, xingar e intimidar o então diretor da pasta em reuniões no seu gabinete de ministro.

“Por volta de outubro, ele me chamou ao gabinete dele e me pediu para gravar reuniões com a minha equipe, que tinha se recusado a assinar documentos fora do fluxo do ministério. Também pediu para eu gravar integrantes do Ciamp [Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua], que haviam criticado o plano do ministério por falta de transparência. Eu falei ‘não’. Foi a mesma cena: ele se levantou da mesa, xingou e deu socos na mesa. Me disse que os meus dias estavam contados.

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Leonardo Pinho e Silvio Almeida em agenda externa do Ministério dos Direitos Humanos
Leonardo Pinho e Silvio Almeida em agenda externa do Ministério dos Direitos Humanos
Leonardo Pinho em inspeção do CNDH a Lula na prisão, em 2019
Leonardo Pinho em evento com Lula em 2022
Leonardo Pinho em evento com Lula em 2022

Segundo Pinho, naquela conversa, ele teria sugerido melhorar a relação com os ministérios, e citou Anielle. Disse aquilo porque havia recebido relatos de dificuldade na relação entre os dois ministros. “Imaginei que era assédio moral, por causa da subordinação orçamentária da Igualdade Racial aos Direitos Humanos. A Anielle dependia do Silvio em termos de orçamento para tudo, até para passagens aéreas”, contou.

Mas, de acordo com ele, o ministro reagiu mal. “Ficou descontrolado, transtornado, quando mencionei a Anielle. Me falou: ‘Você está insinuando o quê? Sou ministro de Estado, você é um merda’. Fiquei sem entender e tive medo de ele me agredir. Ele também disse, em relação ao meu trabalho no ministério: ‘Eu vou acabar com a sua vida, você não vai mais existir’”.

“Saí da reunião, liguei para minha esposa e chorei. Tive problemas de saúde por causa dessa situação, pressão alta, diabetes, ganhei peso. Eu já estava decepcionado com ele, mas ali fiquei com medo. Era uma pessoa de envergadura, que foi sócio de escritórios importantes de advocacia.”

Pinho também relatou ter recebido uma ligação em tom de ameaça no último dia 6, após a coluna revelar que Almeida era acusado de assédio sexual contra mulheres.

Segundo o ex-diretor do ministério, uma voz masculina disse, em tom de ameaça: “Não vou aceitar. O complô vai ser desmantelado. Para de falar. O Silvio é sócio de grandes escritórios de advocacia. É sócio do Walfrido Warde”.

Fonte: GUILHERME AMADO/METRÓPOLES - 13/09/2024


Câmera: DEP. TÚLIO GADÊLHA PEDE ESCOLTA ARMADA APÓS RECEBER AMEAÇA DE MORTE


                                                         foto:reprodução/facebook oficial


O deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE) solicitou proteção policial à presidência da Câmara dos Deputados após receber ameaças de morte em seu celular e email nesta semana. As intimidações, de acordo com o deputado, surgiram após ele discutir com colegas bolsonaristas ao se posicionar contra o projeto de anistia aos presos e condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, em reunião na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Túlio registrou boletim de ocorrência na Polícia Legislativa. Além de pedir escolta armada, o deputado cobra que as ameaças sejam objeto de investigação. Em sua fala na CCJ, o deputado afirmou que  parlamentares da extrema direita usavam as famílias dos presos para promover ataques políticos e incitar os manifestantes golpistas. Uma familiar de um dos presos reagiu contra o parlamentar.

O pernambucano conta que passou a sofrer ameaças após deputados bolsonaristas publicarem “ataques e mentiras” contra eles nas redes sociais. Túlio declarou, em seu Instagram, que as ameaças recebidas são uma prova da continuidade dessa manipulação política. “Essas mensagens que recebi hoje são a prova viva de que parlamentares da extrema direita continuam usando a família dos condenados para atacar politicamente outros parlamentares”, afirmou.

“Existe uma clara intenção de impedir a nossa atuação, a atuação de parlamentares progressistas, contra a anistia de quem invadiu e depredou os prédios dos Três Poderes pedindo Golpe de Estado. Isso é grave demais e só mostra o quanto a nossa luta é necessária, o quanto o nosso trabalho contra essa cultura da violência e negacionismo tem de continuar. Não vão nos calar”, afirmou.

Em um áudio recebido pelo deputado, uma vez feminina diz: “Filha da put# do car#alho. Você vai pagar, to vendo você aí”. Em outra ameaça, um homem enviou no chat de uma rede social a seguinte ameaça: “Tu merece umas porradas nessa cara”. “Você será chamado para o inferno”, diz mensagem enviada pelo email pessoal de Túlio.

Fonte: Congresso em Foco - 13/09/2024

8/1: Anistiar crimes contra democracia é inconstitucional, dizem juristas

foto:reprodução/folha/google

                           

                                    
Os crimes contra o Estado Democrático de Direito, previstos na Lei 14.197/2021 não devem ser anistiados por uma questão de coerência interna da Constituição, que afirma que crimes contra a ordem constitucional e a democracia são inafiançáveis e imprescritíveis. A avaliação é da doutora em direito pela Universidade de São Paulo (USP) Eloísa Machado de Almeida.

Em entrevista à Agência Brasil, a professora da FGV Direito de São Paulo acredita que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve considerar inconstitucional o PL da Anistia, caso ele seja aprovado pelo Congresso Nacional.

projeto de lei em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados perdoa os condenados pelos atos do dia 8 de janeiro de 2023, incluindo os financiadores, incentivadores e organizadores. Se aprovada, a lei pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que também é investigado nos inquéritos que apuram o 8 de janeiro.

Brasília (DF), 12/09/2024 - A professora da FGV Direito de São Paulo (SP), Eloísa Machado de Almeida. Repercussão PL da Anistia. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
Professora da FGV Direito de São Paulo Eloísa Machado de Almeida acredita que o STF deve considerar inconstitucional o PL da Anistia - Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

 

“Apesar de não haver expressa menção sobre vedação desse tipo de anistia na Constituição, há um argumento de que, por coerência interna da Constituição, tais crimes seriam impassíveis de anistia. Assim entendeu o ministro Dias Toffoli [do Supremo Tribunal Federal] ao julgar a inconstitucionalidade da concessão de graça ao ex-deputado Daniel Silveira”, explica a jurista.

O ex-deputado Daniel Silveira foi condenado a mais de 8 anos de prisão por atentar contra o regime democrático. Ao anular a anistia concedida a Daniel Silveira pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2022, o ministro Dias Toffoli afirmou na sentença não vislumbrar “coerência interna em ordenamento jurídico-constitucional que, a par de impedir a prescrição de crimes contra a ordem constitucional e o estado democrático de direito, possibilita o perdão constitucional aos que forem condenados por tais crimes. Pergunto: que interesse público haveria em perdoar aquele que foi devidamente condenado por atentar contra a própria existência do estado democrático, de suas instituições e institutos mais caros?”. 

A Constituição, no artigo 5ª, diz que não podem ser objeto de anistia os condenados por tortura, tráfico de drogas, terrorismo e crimes hediondos. O argumento de Dias Toffoli diz que “por coerência interna” da Constituição essa vedação também deve ser atribuída aos crimes contra a ordem democrática.

O PL da Anistia também seria inconstitucional por violar a separação e a independência entre os Poderes uma vez que o Congresso Nacional estaria invadindo uma competência que é do Judiciário, segundo avaliação da jurista Tânia Maria de Oliveira, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).  

“Essas pessoas estão sendo processadas e julgadas no STF. Se o Congresso resolver dar anistia a essas pessoas, ele está claramente fazendo uma invasão de uma competência que é do Supremo”, explicou.

Brasília (DF), 12/09/2024 - A jurista Tânia Maria de Oliveira, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). Repercussão PL da Anistia. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
Jurista Tânia Maria de Oliveira, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, considera Projeto de Lei da Anistia inconstitucional - Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Tânia Oliveira considera que esses parlamentares usam os instrumentos da democracia para uma briga que não é jurídica, mas sim política. “Querem anistia àqueles que atacaram o próprio Parlamento. Virou um debate que é estritamente político, não é um debate jurídico. Eles querem anistiar estritamente por uma posição política”, acrescentou.

Pacificação

Brasília (DF) 10/09/2024   Comissão de Constituição e Justiça da Câmara durante reunião para discutir o projeto de lei que concede anistia a todos os que tenham participado de manifestações em qualquer lugar do território nacional a partir do dia do dia 30 de outubro de 2022Foto Lula Marques/ Agência Brasil
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara durante reunião para discutir o Projeto de Lei da Anistia - Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

No parecer favorável à anistia, o relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, deputado Rodrigo Valadares (União/SE), diz que a medida visa a “pacificação” do país e que “a polarização política pode levar um país a uma guerra civil quando as tentativas de apaziguamento são deixadas de lado”.

O cientista político João Feres Júnior, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj), considera que o projeto deve ter o efeito contrário ao anunciado pelo relator.  

“A libertação dos radicais presos não vai causar qualquer pacificação. Muito pelo contrário, vai sinalizar que é possível atacar as instituições de maneira violenta e sair incólume”, diz.

Brasília (DF), 12/09/2024 - O cientista político João Feres Júnior, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IESP-UERJ). Repercussão PL da Anistia. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
Cientista político João Feres Júnior diz que libertação dos radicais presos não vai causar qualquer pacificação - Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Para o especialista, a tentativa de anistiar os responsáveis pelo 8 de janeiro revela certo desespero dos atores políticos por trás do movimento que questionou, sem provas, o resultado da eleição presidencial de 2022.

“Os parlamentares bolsonaristas estão meio desesperados. Eles estão se aferrando ao que podem. Essa agenda da anistia é bem limitada. Apenas querem livrar a cara de quem se envolveu na tentativa de golpe. Se você não consegue fazer um apelo para um eleitorado maior, então você tem um problema”, analisa.

Crime

Outro argumento usado pelo relator do PL da Anistia, é de que não houve crime contra a democracia, apenas a depredação do patrimônio público e que aquelas pessoas “não souberam naquele momento expressar seu anseio”.

A jurista Eloísa Machado de Almeida acredita que essa é uma tentativa de se reescrever a História e que as investigações em curso no STF são robustas em relação ao que aconteceu antes e durante o dia 8 de janeiro.

“Os argumentos querem fazer crer que não houve crime, mas sim uma mera manifestação de expressão. Isso está em total desacordo com os fatos revelados nas investigações e nas ações penais, onde se viu uma estrutura voltada à prática de crimes contra as instituições democráticas, inclusive com a participação da alta cúpula da Presidência da República, deputados e populares”, afirma.

RETROSPECTIVA_2023 - Atos golpistas de 8 de janeiro. - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Atos golpistas de 8 de janeiro - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No Brasil, é crime tentar depor, por meio da violência ou de grave ameaça, o governo legitimamente constituído ou impedir e restringir o exercício dos poderes constitucionais, conforme define a Lei 14.197/2021. Essa legislação também considera crime incitar, publicamente, a animosidade entre as Forças Armadas e os demais poderes constitucionais. As penas variam e podem chegar a 12 anos de cadeia.

Edição: Fernando Fraga/Agência Brasil -  15/09/2024 09h:18