quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Caso Popó: Irmão do ex-pugilista é indiciado por assassinato em Salvador

Após três meses de investigações envoltas de expectativa nos meios policial e esportivo, o ex-pugilista Luís Cláudio Freitas e seis policiais foram indiciados pelo assassinato a tiros do ex-presidiário Moisés Magalhães Pinheiro e pela tentativa de homicídio contra o polidor Jonatas Almeida.
As vítimas foram alvejadas em meio a um matagal no Centro Industrial de Aratu, em 9 de setembro. Sobrevivente do atentado, Jonatas Almeida acabou envolvendo na trama o nome de Acelino Popó Freitas, ex-campeão mundial de boxe e irmão de Luís Cláudio. Entretanto, Popó não foi indiciado.
No inquérito, Luís Cláudio figura como mandante do delito. Indiciados como executores são o policial civil Hamlet Robson Magalhães Escoredo Fernandes e os policiais militares Philip Brito (tenente); Arnaldo Rodrigues Conceição Filho (sargento); Antoniel Rodrigues Conceição, irmão de Arnaldo; Julimar Batista; e Élcio Carvalho (os três últimos soldados).
O inquérito foi remetido ao Ministério Público entre a semana passada e a última segunda-feira. Depois de receber a informação sobre a conclusão do inquérito de uma fonte ligada ao caso, A TARDE conseguiu confirmá-la, na noite desta terça, com a delegada Francineide Moura, titular da Delegacia de Homicídios e à frente das investigações.Sem mencionar maiores detalhes, a delegada relatou que a monitoração telefônica revelou que foram realizadas ligações entre Luís Cláudio e o investigador Hamlet, que é lotado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (unidade de Periperi). “A monitoração confirmou que Luís Cláudio e Hamlet se comunicaram na data do crime e no dia seguinte”, salientou.Conforme a delegada, o dispositivo GPS (sistema de posicionamento global por satélites) da viatura utilizada pelos militares – pertencente à 31ª Companhia Independente (Valéria) – passou por perícia e atestou que o veículo esteve no local do crime na mesma faixa de horário alegada por Jonatas em depoimento.Francineide disse que não foram encontrados elementos para incriminar também o ex-pugilista Popó. “Realizamos as apurações seguindo as provas que nos chegaram. E elas foram suficientes para que fossem indiciadas essas sete pessoas”, concluiu, frisando que não vai requerer à Justiça mandados de prisão contra os indiciados.Defensor constituído pelos irmãos Freitas, o advogado Sérgio Habib disse que já acreditava que Popó sairia livre da acusação policial. “Agora, vamos provar que esses telefonemas (os detectados na monitoração) foram dados porque Hamlet era aluno da academia de boxe de Luís Cláudio”, alegou.Representando Hamlet, o advogado Alberto Carvalho mantém a tese de negativa de autoria. “A participação dele está fora de cogitação. Como já tinha dito antes, pesou contra Hamlet o fato de morar na Baixa de Quintas (bairro de origem dos Freitas e dos irmãos PM Conceição) e ser policial”, disparou. Hamlet seria o autor dos tiros contra Moisés Magalhães.
Adolescente - O crime teria sido motivado porque Luís Cláudio não se conformou com o fato de a filha, de 17 anos, ter saído de casa para morar com o namorado, Jonatas, em Itapuã. Luís Cláudio teria conhecimento do envolvimento de Jonatas com pequenos delitos.Em 9 de setembro, Popó foi ao imóvel para buscar a sobrinha. De acordo com as investigações, cerca de duas horas depois, Hamlet, Antoniel e uma terceira pessoa ainda não identificada teriam forçado Jonatas e o amigo Moisés a acompanhá-los. As vítimas teriam sido algemadas e baleadas. Mesmo ferido, como contou, Jonatas conseguiu escapar pela vegetação e buscou ajuda com moradores da região. A partir daí, envolveu Popó, falando em depoimento que fora sequestrado logo depois que o ex-pugilista esteve em sua residência, na Rua da Sereia, Itapuã.Também em depoimento à delegada Francineide, uma semana após o fato, Popó confirmou que esteve na casa do polidor, mas negou qualquer envolvimento no crime. “Só fui buscar minha sobrinha, que estava em uma casa com quatro caras dentro. Cumpri meu papel de família, foi o que fiz”, disse à época. Todos os indiciados também negaram em seus depoimentos ligação com a morte de Moisés e o atentado contra Jonatas. Este, inclusive, encontra-se preso no Centro de Observação Penal, por força de mandado de prisão preventiva, após admitir em novo depoimento que praticava roubos e tráfico de drogas.
Fonte:Samuel Lima/a tarde
foto:Google

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