sábado, 20 de agosto de 2011

Artigo: Dilma precisa governar

A posse de Dilma Rousseff na Presidência da República como a primeira mulher a assumir o cargo máximo de um país como o nosso consolidou o amadurecimento da sociedade brasileira após a redemocratização no início da década de 80.


Dilma, com todas as qualidades de uma mulher com larga experiência em gestão pública, ainda não consegiu direcionar o seu próprio governo que em menos de oito meses no Planalto, o que não faltou foi dificuldades para que possa tirar o atual estágio de “engessamento” de seu governo. Quatro ministros que saíram, denúncias de corrupção em alguns ministérios, dezenas de pessoas do segundo escalão demitidos, Polícia Federal fazendo operações sem o conhecimento da Presidente, obras do PAC emperradas, foi o que marcou esses meses de gestão, soma-se a isso, um Congresso lento e chantagista.


A presidente que segundo analistas não gosta de lidar com o legislativo, mas que já sentiu que se não mudar seu posicionamento terá sérias dificuldades para governar e identifico dois fatores principais, que estão contribuindo para esse momento do governo Dilma.


O primeiro, é o próprio PT e suas diversas tendências, e os partidos da “chamada base aliada por cargos”, o PT, que em seus quadros historicamente tem grande grama de sindicalistas, após o governo Lula, a “companheirada” saiu dos pátios das fábricas para os confortáveis gabinetes do poder, e não que mais retornar as suas origens, perceberam o silêncio das centrais sindicais nesses últimos 08 anos? Para completar, temos o PMDB como maior partido da base, que não importa quem esteja no comando do Palácio do Planalto e sim que não fique de fora, e isso vem desde quando José Sarney assumiu o país em março de 1985, hoje temos também o PP,PDT,PTB,PR e o histórico PCdoB, que também tomou gosto pelo grande bolo da pesada máquina pública federal, que a sociedade tem pagado um preço muito alto para manté-la.


O segundo fator chama-se Luiz Inácio Lula da Silva, que quando saiu da presidência disse que precisaria “desencarnar” do cargo, mas que até agora não consegiu. O ex-presidente é um uma cara que nem mesmo uma tese de Doutorado conseguiria explicar e, por isso, está se sentindo um “semi-deus”. Se Dilma manteve Antonio Palocci,Nelson Jobim, e Alfredo Nascimento e outros tantos a pedido de Lula, o ônus também é dele e o ex-presidente, com toda sua popularidade e experiência precisa se conter em suas declarações públicas, pois, está colocando em xeque a autoridade e a competência de sua afilhada.


Portanto, Lula deveria se lembrar de seu slogan, da então, campanha de reeleição em 2006, e parafraseando a frase: “Deixe a mulher trabalhar”.

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