sábado, 20 de agosto de 2011

Artigo: Tomem Nota

A 14 meses da próxima eleição municipal de 2012, as movimentações já começaram em todo o país. Após a redemocratização, as eleições têm acontecido de dois em dois anos num calendário eleitoral que precisa ser reavaliado pelas instâncias competentes, pois somente o exercício do voto não garante uma verdadeira cidadania.


Com a eleição de Lula pela primeira vez em 2002, e, por conseguinte, sua habilidade politica nos dois mandatos, trouxe ao país uma nova configuração na maneira da sociedade enxergar pelo menos, as coisas do governo. Com a economia brasileira bem, e os programas sociais do governo funcionando, Lula consegiu incutir principalmente na classe menos favorecida da população de que quem lhe fazia oposição e críticas, era porque pertencia à chamada “elite” desse país, que segundo o mesmo “não queria melhor condições de vida para o povo brasileiro”. E a eleição de 2010 completou um ciclo que sacramentou algo assim: Quem era do “time de Lula x quem era contra”, tanto que candidatos ao Congresso e Assembleia Legislativa juntamente com os marqueteiros políticos usaram muito o brodão que eram do “time de Lula”. E partidos como o PSDB e DEM foram duramente derrotados em 2010, e até hoje estão atordoados, daí surgir o PSD do Prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, em mais uma prova da fragilidade do sistema partidário brasileiro, que não tem ideal e sim “donos”.


Em outro artigo pontuava que o Brasil vive uma séria crise de falta de verdadeiros líderes, no PT, apenas o ex-presidente Lula, nos demais partidos temos apenas porta-vozes com mandatos eletivos.


Na Bahia, “grego e troiano” gravita em torno do governo Wagner, num verdadeiro “balaio de gato” e como o Estado não tem a mesma estrutura da máquina Federal, o “partir do bolo” é mais criterioso e delicado. O governador com muita habilidade vai tentar ampliar ainda mais a sua base politica nos municípios, até porque 2014, vêm logo em seguida.


Fiz um levantamento com o número de votos que eleitores de 19 municípios do território de Irecê digitaram na urna eletrônica na eleição de 2010(conforme os números divulgados pelo TRE), analisando os 15 candidatos “chamados de fora” mais votados a Câmera Federal e Assembleia Legislativa. Para a Câmera, tirando os votos concedidos aos candidatos Amaro Junior (DEM) e Neno Preto (PV) foram exatamente 152.299 votos computados. Já para assembleia tirando os votos concedidos aos candidatos Adalberto Lélis, Joacy Dourado, Luizinho Sobral, Léo da Unibel e Reinaldo Braga, foram computados 82.229 votos, ou seja, são muitos votos com políticos que salvo poucas exceções não darão retorno a esse território e depois a gente fica reclamando porque as coisas não acontecem.


Diante desses números, fica a pergunta: Os candidatos a eleição e reeleição não vão querer o apoio politico e financeiro na sucessão municipal? Até quando esse ciclo vicioso e maléfico à sociedade regional vai perdurar? Então, em 2012 vai se repetir a mesma coisa da eleição de 2010, não importa que os candidatos briguem nos municípios, de forma que o eleito faça parte da chamada “base governista”, mesmo que o governador tenha mais simpatia por um candidato, isso lhe lembra de algum líder que mandou nesse Estado por décadas? Por isso, que a população regional precisa ficar atenta, pois o discurso que os futuros prefeitos eleitos têm de ter uma “sintonia” com o governo do Estado e Federal é resquício da ditadura, pois, ambos têm uma grande dívida para com esse território não cumprida e entendemos que um povo verdadeiramente livre, é aquele que sabe escolher seus governantes baseado na competência politica e administrativa.

1 comentários:

  1. Essa análise é fantástica. Infelizmente a região de Irecê ainda não entendeu o que é a política e por isso mesmo não a utiliza; estamos alienados e entrelaçados pelos ranços da politicagem tão comum em época de campanhas. Isso só demostra que ao cidadão somente interessa o saco de cimento a carrada de arreia, ou seja, o que lhe é imediato; enquanto isso for regra, a nossa região estará condenada a curral eleitoral para políticos forasteiros.

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