Foto:reprodução
A desembargadora Rosita Falcão criticou, na sessão do Tribunal Pleno
desta sexta-feira (9), a proposta do presidente do Tribunal de Justiça
da Bahia (TJ-BA), Eserval Rocha, de cortar o que chamou de “penduricalhos nos subsídios de servidores”.
Para a desembargadora, a medida é “um rolo compressor nos direitos
adquiridos dos servidores, que causa pânico à categoria”. “Que a
situação financeira do Tribunal de Justiça está difícil já é de
conhecimento de todos e isso não é de agora, mas isso não autoriza quem
quer que seja, assessor ou presidente, a nos pressionar através de
reiteradas notícias na mídia e a adotarmos posição precipitada de forma
irresponsável. Os problemas financeiros do Judiciário, devem ser
discutidos aqui, não em jornais. Isso é um problema de postura e
compostura”, criticou Rosita Falcão.
A desembargadora questionou ainda a eficácia das medidas de economia
do TJ-BA, definidas por ela como “economia de palito”, uma vez que o
Tribunal poupa com cortes de materiais e peças de reposição, e, em
contrapartida, onera a folha de pagamento da Casa, com o aumento de 50%
no valor das diárias de desembargadores, juízes e servidores.
Outra medida questionada pela desembargadora foi a criação de mais
duas Câmaras no interior do Estado, que de acordo com ela, terão um alto
custo e pouca produtividade. “Cada Câmara terá oito desembargadores
para julgar um número reduzido de processos, com uma despesa imensa com
estrutura, além das diárias e passagens que cada desembargador terá para
se deslocar para essa capital semanalmente em dias de Pleno, de sessões
cíveis ou criminais”, disse, informando que o custo de um julgamento de
cada processo na Câmara do Oeste chega a quase 9 mil reais.
“São gastos astronômicos, com diária, passagens, alimentação para
comitiva e gasolina para sete ou oito carros oficiais” informou,
comparando as cifras gastas com as viagens de chefe de Estado.
Eserval X Rosita
Esta não a primeira vez que a desembargadora teceu críticas ao
presidente Eserval Rocha. Em artigo publicado no jornal A Tarde em julho
do ano passado, Rosita acusou Eserval de patrocinar denúncias anônimas
contra ela no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No artigo, entretanto,
ela não faz referências a ele.
“Dentro do contexto da perversidade e da vileza do anonimato, pode-se
relembrar os dedos-duros dos anos de chumbo do Brasil”, diz em
determinado trecho, lembrando ainda que, na Inquisição, “denúncias
anônimas, formuladas de forma covarde e vil, foram responsáveis por
milhares de vítimas levadas à fogueira (…)”.
Fonte:Bocão News/reprodução
0 comentários:
Postar um comentário