quinta-feira, 29 de março de 2018

Velejadores baianos são condenados a 10 anos de prisão em Cabo Verde


Velejadores estão detidos no país africano após apreensão de uma tonelada de cocaína - Foto: Reprodução | Facebook
Os advogados dos velejadores irão recorrer e solicitar a anulação do julgamento foto:reprodução
Acusados de tráfico internacional de drogas, os velejadores baianos Daniel Guerra, de 36 anos, e Rodrigo Dantas, 25, foram condenados a 10 anos de prisão na manhã desta quinta-feira, 29, pelo Tribunal de Justiça de São Vicente, na cidade de Mindelo, em Cabo Verde (África). 
Eles foram presos no ano passado pela polícia local, após ser encontrado cerca de uma tonelada de cocaína no piso do barco em que eles velejavam. Além deles, outro velejador brasileiro e um frânces também foram condenados.
As famílias dos jovens chegaram a realizar uma manifestação na capital baiana para buscar o apoio da população e chamar atenção dos órgãos federais e da justiça brasileira.
Eles alegam que os velejadores não sabiam da existência do entorpecente encontrado no fundo do casco da embarcação e que os baianos foram vítimas de uma rede internacional de tráfico de drogas.
De acordo com, Alex Coelho, tio de Rodrigo Dantas, no dia 2 de abril, os advogados dos velejadores irão recorrer e solicitar a anulação do julgamento. "No julgamento tínhamos notado que seria tendencioso, pois eles deram a sentença sem ver as provas e não permitiram apresentar as testemunhas, sendo que tínhamos 10 pessoas para falar sobre o caso", disse.
Ainda segundo ele, as provas do inquérito da Policia Federal Brasileira não foi aceito pelo juiz." Foi um momento de instabilidade jurídica por parte do juiz. As provas da PF, chegaram quatro dias antes e ele em nenhum momento analisou o que tinha no inquérito. Isso é um absurdo, estamos revoltados com a decisão do júri e, a forma arbitrária de não querer aceitar as provas e nem escutar as testemunhas", afirmou.
De acordo com o Alex, uma missa com orações e pedidos de justiça, foi realizada na cidade de Mindelo, promovida por moradores da própria Ilha que se comoveram com o caso dos brasileiros. 
Procurada pela reportagem de A TARDE, o Itamaraty informou que a Embaixada do Brasil em Praia acompanha o caso dos brasileiros Daniel Guerra, Rodrigo Dantas e Daniel Dantas desde detenção e mantém contato com as autoridades cabo-verdianas e com as famílias dos brasileiros, prestando assistência consular e informando a respeito do andamento do caso.
Além disso, foi informado que a embaixada e o cônsul honorário do Brasil em São Vicente e Santo Antão, em Cabo Verde, acompanham as audiências judiciais e mantêm contato permanente com os cidadãos brasileiros.
O caso
Em agosto de 2017, os baianos Daniel Guerra e Rodrigo Dantas teriam sido contratados pela agência holandesa de recrutamento "The Yacht Delivery Company" para transportar um veleiro. Pouco tempo depois, o gaúcho Daniel Dantas, 43, foi chamado para integrar a tripulação.
Antes de sair do Brasil, o veleiro passou por inspeções da Polícia Federal em Salvador e em Natal, e o barco foi liberado. No entanto, na Ilha de Mindelo, em Cabo Verde, a embarcação foi mais uma vez inspecionada após uma denúncia. Foi quando a fiscalização do país africano encontrou mais de uma tonelada de cocaína escondida em um piso de concreto na embarcação.

Fonte: Felipe Santana *atardeonline/ Sob a supervisão da editora Meire Oliveira

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