quarta-feira, 9 de maio de 2018

Feira: Estudantes desenvolvem TCC sobre a história do rádio

Com o surgimento da televisão, cogitou-se o fim do rádio, mas ele resistiu e se aperfeiçoou. Passaram-se os anos, vieram computadores, web, celulares... E ao invés de confrontar ou ceder espaço, o rádio mantém-se firme e usa as novas ferramentas tecnológicas a seu favor, para continuar fazendo parte da vida dos ouvintes.

Em termos acadêmicos, isso é chamado de convergência (direção para um ponto comum) e é o tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de estudantes de jornalismo da Faculdade Anísio Teixeira (FAT), que escolheram o programa Transnotícias, ancorado por Dilton Coutinho, para estudo de caso.
Ligue o rádio. O título do documentário se apresenta como uma sugestão para quem assistir o vídeo de 20 minutos, resultante de pesquisas e entrevistas feitas pelos agora jornalistas recém formados Israel Silva, Joaquim Neto e Quirino Silva. Já pela ilustração da capa - em que aparecem pessoas ouvindo rádio em tablet e celulares, ao invés do tradicional aparelho de som - é possível ter uma ideia da discussão proposta pelos jornalistas.
A escolha do Transnotícias para estudo foi motivada, segundo Joaquim Neto, por ter, apesar de aspectos tradicionais dos programas de rádio, o que, em Feira de Santana, mais se aproxima do tema em questão: o envolvimento do veículo com as novas tecnologias.
Equipe do Transnotícias (Dilton Coutinho, Laiane Cruz e Juvenal Martins). Foto de 2014, ano de estreia do programa
No documentário, a linha de raciocínio sobre a convergência do rádio como veículo e meio de comunicação é construída através das opiniões e análises dos professores da FAT Andrews Pedra Branca e Daniela Ribeiro, que também leciona na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), do radialista Dilton Coutinho, que além de ancorar o Transnotícias (Transamérica FM), desempenha o mesmo papel no programa Acorda Cidade (Rádio Sociedade AM) e é o diretor do portal Acorda Cidade; do jornalista Emerson Azevedo, âncora do programa Terra de Lucas da rádioweb Geral e do jornalista Jefferson Beltrão, apresentador do programa A Tarde Notícias 1ª Edição e gerente da rádio A Tarde FM.
Mudança
Os entrevistados concordam que quem trabalha no rádio atualmente precisa considerar que a apresentação já não é mais feita apenas para quem pega o sinal no ar. Agora, existem também aplicativos de celulares, páginas na internet, que possibilitam ouvir a programação via web e, para quem quer se manter no mercado, é necessário considerar tudo isso.
“O rádio se reinventa e vem passando por uma transformação há muito tempo, desde a televisão. Quando todo mundo olha pro rádio e diz: ‘Ih, ele vai morrer! Ele se reinventa e traz algo novo”, observa a professora Daniela Ribeiro.
O professor Andrews Pedra Branca completa: “O rádio conseguiu acumular, agregar esses elementos que permeiam a cultura radiofônica, criando um efeito positivo. Por outro lado é preciso ter uma preocupação de como utilizar de forma potencial para o rádio. Hoje, uma ferramenta como o WhatsApp poderia passar despercebida. O rádio, como veículo instantâneo, soube aproveitar essas instantaneidades e incluiu o whatsapp na programação. Agregou.”
Sobre o WhatsApp, Dilton Coutinho e Emerson Azevedo alertam que a ferramenta dá muita comodidade aos profissionais da área, por facilitar a transmissão e acesso às informações, mas é preciso muita responsabilidade nesses atos. Nem tudo é verdade.

Rádio em som e imagem

Durante muito tempo o rádio mexeu com a fantasia dos ouvintes, que tinham acesso apenas aos som e deixavam a mente viajar, seja para criar a imagem de personagens das antigas novelas de rádio ou dos próprios apresentadores dos programas, a partir das vozes. Com as transmissões ao vivo de imagens dos estúdios de rádio ou mesmo a radioweb, isso tem sido cada vez menos comum. Mas a união do rádio com o vídeo ainda é algo novo e ainda pouco aproveitado pelos profissionais, de acordom com o jornalista Jefferson Beltrão.
“Radio de imagem ainda é aperitivo, está sendo pouco explorado. Se quiser ir além, aí é diferente”, opina sugerindo incrementar as transmissões de estúdio. Um exemplo do que pode ser feito, segundo o jornalista, é ao tocar uma música na programação, ao invés do internauta ficar assistindo as imagens dos apresentadores no estúdio parados ou em conversas paralelas com microfones fechados, assistir ao clipe.
Nesses e em outros aspectos o rádio ainda precisa evoluir, mas é unanimidade entre os entrevistados do documentário que “o rádio sempre terá o seu lugar”, como afirmou Emerson Azevedo, e “continuará sendo um veículo muito forte”, como completa Dilton Coutinho.
Além do vídeo, foi produzida a parte escrita do trabalho de conclusão de curso de jornalismo, sob a orientação da professora Andréa Souza.  

FONTE: SITE ACORDA CIDADE/REPRODUÇÃO
fotos:Acorda Cidade/reprodução

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