Jason Miller, o criador da Gettr, a mais nova rede social para ultraconservadores, falou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus 3 filhos –Flávio, Eduardo e Carlos – são afetados pela “censura das big techs”. A Gettr foi financiada pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump, de quem Miller foi conselheiro. Apesar disso, Trump ainda não criou sua conta na plataforma.
“A verdade é que a censura das big techs atinge a todos no mundo. No Brasil não é diferente. Nós vemos o presidente Bolsonaro e seus filhos, Eduardo, Flávio e Carlos, e também outras pessoas afetadas”, disse, em entrevista ao Poder360.
Eis a íntegra da entrevista (11min44seg):
Miller estará no Brasil nos dias 3 e 4 de setembro para acompanhar o CPAC (Conferência da Ação Política Conservadora, na sigla em inglês) –um dos principais encontros de ultraconservadores do mundo. Eduardo Bolsonaro trouxe o evento ao Brasil em 2019.
Lançada em 4 de julho, dia da independência dos EUA, em todo o mundo, a rede Gettr –um substitutivo para a palavra “together” (juntos, em inglês) –foi bem recebida no Brasil. O país só perde para os EUA em maior número de acessos. Em 3º lugar está o Japão.
“Nós temos um suporte feroz, especialmente do presidente Bolsonaro e seus apoiadores. Eles relatam ataques e censura da mídia. Vejo sinergia no que as pessoas esperam que a plataforma mude”, disse Miller, que acrescentou haver uma “grande paixão pela liberdade de expressão” no Brasil.
O CEO da Gettr delineia as principais pautas da plataforma: a liberdade de expressão, oposição à “cultura do cancelamento” e enfrentamento às big techs do Vale do Silício, como Twitter e Facebook.
“Ninguém nunca vai te cancelar, é o nosso mindset político”, afirmou. “As pessoas têm frustrações reais sobre a oligarquia das big techs e as pessoas que controlam as redes sociais. Elas se preocupam sobre discriminação e sobre como controlam o direito à liberdade de expressão”, completou Miller.
Miller ainda tem esperança de que Trump ingresse na plataforma. Por enquanto, argumenta que talvez o ex-presidente queira ver como a Gettr “caminhará daqui para frente” e qual será o feedback do público. “É claro que alguém tão poderoso como Donald Trump quer ter certeza de que terá sucesso”, pontuou Miller.
Liberdade de expressão
Assim como outras organizações ultraconservadoras, a liberdade de expressão é a principal bandeira da Gettr. Mas há limitações. A rede não permite ameaças físicas, ofensas raciais ou religiosas e invasões de privacidade.
Ao mesmo tempo, Miller diz que a rede é uma “rede segura” para pessoas que “não querem ser canceladas por suas crenças políticas”. Segundo ele, a moderação da plataforma é “robusta”.
Esse ponto é delicado: um levantamento do portal norte-americano Politico mostrou no começo de agosto que a rede Gettr estava inundada de propaganda do EI (Estado Islâmico). Foram identificados vídeos de decapitações e memes que promovem a violência contra o Ocidente. Entre as imagens havia a de um militante executando Trump.
Em entrevista à Business Insider, Miller disse que os jihadistas migraram à plataforma porque Trump “os eliminou da face da terra”. Ele se referiu à operação do governo norte-americano que destruiu a rede de propaganda da organização em 2017.
“Os únicos membros do EI vivos são guerreiros do teclado escondidos em cavernas e comendo biscoitos velhos”, disse ele, com ironia. Na entrevista ao Poder360, Miller ressaltou várias vezes que a moderação é “proativa e robusta”.
O ex-assessor de Donald Trump diz ainda que a plataforma se recusa a vender os dados dos usuários –como, segundo ele, fazem as big techs.
“O que nós fazemos é continuar construindo a nossa plataforma, Gettr, a partir de um modelo independente da oligarquia das big techs do Vale do Silício”, pontuou.
Entre os seus planos para o futuro está a implantação do Gettr Pay –plataforma de pagamentos como a Apple Pay e o Alipay.
Fonte:PODER 360 - 15/08/2021 11h:55min.
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