Incluída na lista das 27 empresas e pessoas físicas que receberam quantias mais vultosas da GAS Consultoria Bitcoin e de seu dono, o ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos — preso na semana passada acusado num esquema de pirâmide financeira com criptomoedas —, a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) entrou com uma ação judicial para antecipar provas, temendo ser "envolvida em crimes que não praticou, pelo simples fato de ter recebido, de boa-fé", doações.
A Igreja Universal afirmou, na ação, que não tem conhecimento sobre a origem
dos valores doados por Glaidson e pela GAS, nem informações precisas sobre
a legalidade das atividades exercidas por ele, que teriam possibilitado o
acúmulo dos recursos.
"Sem os documentos e informações que se encontram em posse dos Réus, restará
a Universal impossibilitada de prestar esses esclarecimentos, podendo ser
investigada e até sancionada, a partir da injusta vinculação a práticas duvidosas,
com as quais não tem nenhuma relação, envolvimento, ou sequer conhecimento",
diz o documento.
Na ação, os advogados informam ainda que Glaidson já atuou como pastor no
templo da Universal na Venezuela, país de origem de sua esposa, há mais de
15 anos. "Em razão da alegada impossibilidade de dedicação exclusiva ao
serviço religioso, Glaidson se desligou da função e, posteriormente, voltou
a frequentar o templo em Cabo Frio, onde fixou residência”, diz o texto.
Leia a nota na íntegra:
" UNIVERSAL JÁ HAVIA ALERTADO AS AUTORIDADES E PÚBLICO SOBRE
SUSPEITA DE PIRÂMIDE FINANCEIRA
Há quase dois anos, desde o final de 2019, em inúmeras ocasiões, como provam
os vídeos abaixo, a Igreja Universal do Reino de Deus vem alertando seu
s membros para os golpes embutidos em supostos investimentos em criptomoedas.
A Universal tomou esta atitude exatamente porque tem ciência de que um dos
alvos destas pirâmides financeiras são as pessoas de boa-fé, especialmente
das comunidades evangélicas. Todos
sabem que o sucesso de uma pirâmide financeira depende da entrada constante
de novos investidores. Daí a razão destas empresas buscarem se infiltrar
em clubes, associações, corporações e especialmente igrejas, a fim de se
valerem do espírito fraterno e de confiança que une seus membros.
A Universal não compactua com nenhuma atividade
ilícita, por mais ganhos que possa gerar. Ofertas que procedam de engano,
fraude e injustiça não têm valor algum para Deus.
Quanto a Glaidson Acácio dos Santos, informamos que ele ingressou no
treinamento pastoral da Universal em 2003 e foi desligado pouco depois por
não atender aos padrões do ministério. Há alguns meses, a Igreja recebeu
informações de que ele estaria assediando e recrutando fiéis e integrantes
do corpo eclesiástico para participar de sua empresa, que demonstrava
sinais que caracterizavam algum envolvimento com pirâmide financeira.
Para combater isso, além dos constantes alertas dados publicamente em seus
cultos e programações de TV e rádio, a Universal tem feito rigorosas
averiguações internas para assegurar que seus oficiais não promovam e
muito menos se envolvam com estas pirâmides.
É por esse rigor que alguns já não fazem mais parte do quadro de pastores da
igreja.
Além disso, em maio deste ano, a Universal apresentou uma notícia-crime na
Justiça contra os envolvidos. Mais recentemente, foi aberto um processo judicial
cível para que Glaidson confirme à Igreja que os dízimos e doações que ofereceu
como frequentador, têm origem lícita. Ou seja, muito antes da operação policial
da última semana que resultou na prisão de Glaidson, a Universal já vem
alertando e cooperando com as autoridades para as devidas investigações.
Link para os vídeos: https://f.io/ROfp3iUJ "
Veja a resposta, também na íntegra, enviada pela GAS Consultoria:
"A G.A.S Consultoria possui rotinas de processamento de repasses e pagamentos
dos valores acertados em contratos dos clientes de forma descentralizada.
Essas movimentações são de capital de terceiros (clientes), sendo transferido
para empresas do Grupo GAS.
É de conhecimento público que os bancos tradicionais possuem a prática
arbitrária de bloquear e até mesmo encerrar contas de pessoas físicas e
pessoas jurídicas sem aviso prévio, simplesmente por estarem envolvidas no
mercado de criptoativos.
Zelando pela segurança de seus cliente e com objetivo de manter o compromisso
de pagamentos de todos os contratos, com faz em quase uma década de
existência, a G.A.S Consultoria sempre adotou a prática de fazer pagamentos
adiantados, pois no caso de bloqueio
de qualquer conta de pagamento, existem outras contas para garantir que
nenhum cliente fique sem receber. Por gerenciamento estratégico, a G.A.S
adota a prática de utilização de múltiplas contas de segurança, tanto de pessoas
jurídicas como de pessoas físicas ligadas à operação da empresa, em diversos
bancos e em âmbito nacional."
FONTE: PORTAL IG- 30/08/2021 23h
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