O governo Jair Bolsonaro está pressionando a Prefeitura de Manaus a distribuir cloroquina e ivermectina para infectados pela Covid-19. A capital do Amazonas sofre fortemente com uma segunda onda da doença, atualmente, e o estado tem batido recordes de internações e mortes, além de sofrer com a falta de leitos e de equipamentos. Os remédios não têm eficácia comprovada para tratar o coronavírus.
De acordo com a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, um documento enviado para a secretaria municipal de Saúde de Manaus trata como "inadimissível" a não utilização dos medicamentos. Neste sentido, o ministério da Saúde pediu autorização para rondar as Unidades Básicas de Saúde e encorajar o uso dos compostos.
"Aproveitamos a oportunidade para ressaltar a comprovação científica sobre o papel das medicações antivirais orientadas pelo Ministério da Saúde, tornando, dessa forma, inadmissível, diante da gravidade da situação de saúde em Manaus a não adoção da referida orientação", diz um trecho do ofício, apesar da eficácia da cloroquina e ivermectina não ser comprovada.
O governo federal sugere ainda uma combinação entre cloroquina/hidroxicloroquina e azitromicina para tratar pacientes que têm sintomas leves, moderados e graves da Covid-19. A ideia faz parte das "orientações do Ministério da Saúde para manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19".
Quem assina o documento endereçado à Prefeitura de Manaus é a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde, Mayra Pinheiro. Em 2013, ela hostilizou cubanos que participavam do curso do Mais Médicos, e em 2019, já com Bolsonaro na Presidência, entrou no governo para cuidar do programa, que mudou de nome.
Ainda segundo a publicação, a secretária de Saúde de Manaus, Shadia Fraxe, afirmou que ainda não leu o documento. Contudo, ela ressaltou que distribuirá apenas medicamentos cuja eficácia tenha sido comprovada por estudos científicos e que tenham passado por aprovação dos conselhos regional e federal de medicina.
Ainda assim, ela revela que entende que a ânsia das pessoas em recorrerem a remédios do tipo em um momento crítico. "Vivemos uma situação muito diferente em Manaus. Existem muitas pessoas que estão desesperadas querendo tentar de tudo. Não posso tirar isso delas", pondera.
Nesta segunda-feira (11), Pazuello foi ao Amazonas. Shadia diz ter perguntado ao ministro sobre a chegada das vacinas. "A vacinação em massa é a nossa grande saída. Preciso receber essa vacina. Foi o que mais eu pedi", afirmou.
fonte:Folha/ BN - 12/01/2021 15h:36min.
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