quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Economia: Depender da soja brasileira endossa desmatamento, diz presidente da França Macron

RITA FRANCA/NURPHOTO VIA GETTY IMAGES

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O presidente da França, Emmanuel Macron, voltou a atacar o desmatamento na Amazônia brasileira, e apelou aos europeus para que passem a produzir sua própria soja, pois comprar a brasileira não seria coerente.

“Continuar a depender da soja brasileira é endossar o desmatamento na Amazônia. Somos coerentes com nossas ambições ecológicas, vamos lutar para produzir soja na Europa”, escreveu o presidente francês no Twitter, onde é seguido por 6,5 milhões de perfis. Veja a postagem, em francês:

As palavras de Macron seguem ações concretas de seu governo. Ainda no fim do ano passado, a França se comprometeu com seus agricultores a aumentar em 40% as áreas destinadas a cultivar plantas ricas em proteína, com a soja.

“Quando importamos a soja produzida a um ritmo rápido a partir da floresta destruída no Brasil, nós não somos coerentes”, afirmou Macron no vídeo que acompanha a postagem. “Precisamos da soja brasileira para viver? Vamos produzir soja europeia ou equivalente”, completou.

Os atritos entre o presidente francês e o governo brasileiro em relação à gestão florestal começaram junto com o governo de Jair Bolsonaro, em 2019.

Em agosto do primeiro ano da gestão Bolsonaro, por exemplo, o francês disse esperar que o Brasil volte a ter um “presidente à altura do cargo”. Na época, Bolsonaro acusou o francês de “disfarçar” as suas intenções em relação à Amazônia e tratar o Brasil como “terra de ninguém”.

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Desmatamento na Amazônia

Alertas de desmatamento na Floresta Amazônica tiveram um aumento de 14% em dezembro de 2020, em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos Espaciais (Inpe). Informações do sistema Deter mostram que foram 216 km² de áreas de mata devastadas.

Com os números de janeiro a dezembro fechados, o Inpe mapeou um desmatamento de 8.426km² no bioma no ano passado. Os dados referem-se ao segundo pior índice do Deter, que começou a operar em 2015, perdendo apenas para 2019, ano em que o desmatamento e as queimadas na Amazônia repercutiram em todo o mundo.

Esperando o Itamaraty

A reportagem escreveu ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil pedindo um posicionamento do Brasil sobre as palavras do presidente francês, mas não recebeu resposta até o fechamento deste texto. O espaço está aberto.

fonte:Metrópoles - 12/01/2021 00h:01min.

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