sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Brasil: A luta de Pelé contra a forte infecção

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                                                                      Foto: Pelé/reprodução
Internado desde segunda-feira (24) no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, Pelé, de 74 anos, luta contra  uma forte infecção. Entenda o que está acontecendo com o Rei do Futebol e quais os prognósticos para sua recuperação.

1. O que Pelé tem?
Pelé apresentou focos de infecção no rim esquerdo (o direito foi retirado quando ainda era jogador) após uma cirurgia para remover cálculos renais. Já no hospital, sofreu uma parada renal e foi submetido à hemodiálise. 

2. Como é o tratamento do rei?
Pelé está tomando antibióticos potentes. Por causa da infecção, houve uma falha na função renal. Por isso, Pelé permanece com suporte renal, ou seja, está ligado a uma máquina de hemodiálise, cuja função é filtrar as impurezas do sangue. O rei respira normalmente, sem necessidade de outras terapias de suporte, o que é um bom sinal, pois mostra que não há comprometimento severo do aparelho respiratório

3. Por que Pelé teve o problema?
Foi após uma cirurgia para a retirada de cálculos renais. No dia 12 de novembro, o Rei foi internado com dores abdominais depois de sentir um mal-estar em Santos. Exames revelaram cálculos no rim, nos ureteres e na bexiga, que poderiam estar causando uma obstrução do fluxo urinário.

4. Como o caso evoluiu?
Um boletim do hospital divulgado na quarta (26) informou que Pelé recebia tratamento com antibióticos por via endovenosa e o seu estado de saúde era estável. Na noite de quarta-feira, 27, novo Boletim do hospital informou que Pelé tinha apresentado uma "instabilidade clínica", sendo transferido para uma "unidade de cuidados especiais". No dia 28, Pelé continuava na UTI. O informe do hospital afirmou que o quadro era de melhora da condição clínica do paciente.

5. O que pode acontecer a partir de agora?
Se as infecção não ceder, as condições de saúde de Pelé podem se complicar.

6. O que são cálculos renais?
São conhecidos popularmente como pedras nos rins e acometem mais homens do que mulheres. A maior parte dos cálculos é formada por oxalato de cálcio e é resultado de distúrbios metabólicos. O cálculo pode causar obstrução e infecção do aparelho urinário. Quando a obstrução ocorre, a dor é intensa.

7.O que são cálculos na vesícula?
Mais de 70% deles são formados por colesterol. A crise ocorre quando um cálculo fica preso no duto biliar, impedindo que a bile produzida no fígado siga para o intestino.

8.O que causou a infecção de Pelé?
Ter uma infecção urinária após cálculos urinários não é incomum. As pedras, principalmente as que ficam na bexiga, costumam conter bactérias. No processo para sua remoção pode ocorrer a contaminação da região.

9. Por que o rim de Pelé parou?
Uma das possíveis explicações para o fato de o rim esquerdo de Pelé  ter parado de funcionar é a infecção urinária posterior à retirada das pedras. As bactérias responsáveis pela doença liberam toxinas na corrente sanguínea e afetam funções como a filtragem, realizada pelos rins. Por isso a necessidade de hemodiálise.

10. Por que se fala em infecção generalizada?
Há informações de que Pelé também estaria em fase inicial de sepse, antes chamada de septicemia. Por isso, estaria sendo tratado com fortes antibióticos. Também conhecida por infecção generalizada, a enfermidade tem vários estágios e, se não for contida com rapidez, pode ser fatal. Um dos membros da equipe que trata Pelé, o médico Fábio Nasri, negou em entrevista ao canal ESPN que o ex-jogador tenha Sepse. O médico Cláudio Lottenberg, presidente do Hospital Einstein, também refutou na tarde de sexta-feira a possibilidade de Sepse.

11. Por que Pelé foi operado e não foi submetido ao tratamento com ondas de ultrassom para fragmentar as pedras?
Em muitos casos, a eliminação dos cálculos renais é espontânea. Mas quando há obstrução, é necessário retirá-lo. Os procedimentos de retirada podem ser feitos com litotripsia (ondas de choque fragmentam os cálculos), por cirurgias endoscópicas ou por punção direta do rim. 


Fonte: Dr. Celso Gromatski, professor associado de Urologia da Faculdade de Medicina do ABC e médico do Hospital Sírio Libanês; Boletins Médicos do Hospital Israelita Albert Einstein.Publicado pela Revista Istoé na edição de hoje(28/11/14.

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