Patrulheiros rodoviários, policiais federais e militares tentaram negociar o desbloqueio da BR ao longo do dia, sem sucesso.
Em Brasília, o governador Jaques Wagner requereu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a aplicação do instrumento "garantia da lei e da ordem (GLO)" na região do conflito.
Segundo a assessoria do governador, ele tratou do assunto também com a presidente Dilma Rousseff. A GLO, diz a assessoria, "é utilizada quando situações que fogem do controle colocam em risco a segurança da população".
Durante a vigência, "tropas das Forças Armadas assumem a segurança local e passam a ter poder de polícia". Se o pedido for acatado, haverá a imediata mobilização das tropas para a região. "Repudio qualquer tentativa das partes de fazer justiça com as próprias mãos", disse Wagner.
Picaretas e marretas
Os manifestantes se concentraram nesta terça numa ponte e, com picaretas e marretas, abriram vários buracos na pista, nos quais colocaram madeira e pneus e atearam fogo. Alguns chegaram a ameaçar dinamitar o local, o que interromperia o tráfego por tempo indeterminado.
No final da tarde, a tropa de choque da Polícia Militar entrou em conflito com os manifestantes para tentar liberar a rodovia, sem êxito.
Os moradores gritavam palavras de ordens contra os tupinambás, que iniciaram, desde o ano passado, um processo de ocupação de 300 fazendas numa faixa de 47 mil hectares entre os municípios de Ilhéus, Una e Buerarema.
Os indígenas se baseiam em laudo da Fundação Nacional de Apoio ao Índio (Funai) que garantiria a posse da área. Mas a demarcação só será definida quando o Ministério da Justiça publicar portaria declaratória sobre o caso.
O documento pode ser questionado no Supremo Tribunal Federal, que dará a palavra final no impasse que já dura oito anos.
Santana era presidente da Associação do Assentamento Ipiranga, onde moram 44 famílias há dez anos. O assentamento foi criado em 1998 pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
A área é de 1,2 mil hectares, e os assentados mantêm lavouras de cacau, banana e mandioca. Testemunhas disseram que Santana vinha resistindo para concordar em anexar o assentamento à área reclamada.
Juraci estava em casa com a mulher Elisângela quando um grupo de pistoleiros invadiu o local e disparou várias vezes contra ele. Depois tocaram fogo na casa. A mulher conseguiu fugir com uma filha menor de idade.
A delegacia de Buerarema abriu inquérito para apurar o caso. Os proprietários de terras atribuem o crime a "milícias indígenas" que circulam pela região ameaçando fazendeiros, mas até esta terça isso não havia sido comprovado.
Fonte:A atardeonline /reprodução
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