sábado, 26 de agosto de 2017

Artistas participam de ato de desagravo ao Juiz Marcelo Bretas no Rio

Após decisões de Gilmar Mendes, artistas participam de ato de desagravo a Bretas no Rio
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Rio, juízes federais, políticos e artistas - entre eles Caetano Veloso, Cristiane Torlone, Jorge Vercilo, Lucinha Lins e Marcelo Serrado - participam no início da noite desta quinta-feira (24), de manifestação em apoio ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal. O magistrado teve reformadas decisões no âmbito da Operação Ponto Final, que investiga corrupção envolvendo políticos, funcionários públicos e empresários de transportes.

Foi o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que revogou as determinações de Bretas. Ele atendeu pedidos das defesas e ironizou decisões de Bretas, que chamou de atípicas. O presidente da Associação de Juízes Federais (Ajufe), Roberto Veloso, disse que "está em curso no País uma orquestração contra a magistratura. "Não só a agressão ao Bretas, mas estão sendo tomadas outras medidas, como a (proposta de) Lei de Abuso da Autoridade, para enfraquecer o Judiciário, numa tentativa de intimidação", afirmou. "Não é possível que um ministro venha agredir verbalmente o trabalho de um magistrado. Ele tem todo direito de reformar decisões, mas deve falar sobre isso através dos autos. Ele tem extrapolado todas as expectativas de um ministro. Não são aceitáveis falas que denegriram a imagem de um juiz. Pedimos uma atitude da ministra Carmen Lucia", disse.

O procurador Sérgio Pinel, que integra o Núcleo da Lava Jato no Rio, disse que a atitude do ministro também é contra a sociedade. "Este é um ato em preservação da independência do Judiciário, que é um princípio muito caro para a sociedade", afirmou. "Ao contrário, todas as garantias e direitos individuais estarão indo por terra. Vejo as declarações do ministro, com adjetivações, com muita preocupação". Pinel revelou que uma das manifestações de Gilmar de habeas corpus, que chamava os procuradores de "trêfegos e barulhentos", virou o nome do grupo de Whatsapp dos procuradores da força-tarefa. "Como bons cariocas resolvemos incorporar o termo e levarmos de forma esportiva. É a nossa melhor resposta", disse.

fonte:BN/Estadão

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