São Paulo, 23/10/2023 -- A diplomacia brasileira teve papel fundamental na consolidação do Brasil no fornecimento de alimentos ao mundo muçulmano, na avaliação do chanceler brasileiro, Mauro Veira, em fala exibida na manhã de hoje (23) em evento em São Paulo.
“O esforço de aproximação cultural e humana promovido pela diplomacia brasileira décadas atrás, rendeu frutos no presente”, afirmou o chanceler em vídeo exibido hoje (23) no Global Halal Brazil Business Forum, organizado pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e pela certificadora Fambras Halal em São Paulo (SP).
“Hoje as principais empresas brasileiras exportadoras de alimentos investiram em procedimentos específicos para cumprir as normas halal [padronização exigida em mercados muçulmanos de alimentos], beneficiando-se, inclusive, de certificadoras nacionais, que trabalham para atestar a integridade, a conformidade e a qualidade da produção brasileira”, prosseguiu o chefe da diplomacia.
Veira, que gravou a mensagem no Egito participando de uma cúpula de países convocada para discutir os desdobramentos do conflito deflagrado no Oriente Médio, lembrou que, nos anos 1970, o episódio conhecido como Crise do Petróleo provocou uma reorientação na política externa brasileira, fortalecendo laços com os países árabes produtores da commodity.
“Já a partir de 1973, vimos a expansão dos laços comerciais, a instalação de novas embaixadas brasileiras e a ampliação da cooperação bilateral em todas as suas vertentes. É nessa época que o mercado brasileiro começa a se familiarizar com os produtos halal, produzidos de acordo com os preceitos religiosos adequados à fé muçulmana”, seguiu.
Em sua fala, o chanceler brasileiro destacou ainda o papel da comunidade árabe no Brasil, estimada em 12 milhões de pessoas pela Câmara Árabe-Brasileira, no processo de especialização da agroindústria na produção de alimentos halal, aqueles fabricados em conformidade com a tradição islâmica.
Esse esforço, disse o diplomata, fez do Brasil o maior exportador global de alimentos halal do mundo. Só para os 57 países listados na Organização para Cooperação Islâmica (OCI), o Brasil enviou no ano passado US$ 23,41 bilhões em alimentos e bebidas, boa parte em carnes bovina e de frango, além de açúcar e grãos, nas contas da Câmara Árabe.
Vieira também instou as empresas brasileiras a perseguir oportunidades nos mercados muçulmanos. “A cultura halal não se limita à comida. Há um universo de serviços e produtos que podemos e devemos explorar. Destaco aqui os ramos de cosméticos e da moda com amplo potencial de crescimento dos países muçulmanos”, seguiu.
O diplomata disse também que sua pasta está à disposição do empresariado brasileiro disposto a buscar oportunidades no mundo muçulmano, destacando, também, o apoio disponibilizado de entidades setoriais ligadas à relação bilateral entre o Brasil e os países da OCI.
O Global Halal é patrocinado por BRF, Marfrig, Minerva Foods, Laila Travel, Turkish Airlines e Embratur, tem parceria da Apex Brasil, Câmara Islâmica de Comércio, Indústria e Agricultura, União das Câmaras Árabes e Liga Árabe, e apoio da Halal Academy.
Íntegra da fala de Mauro Vieira: https://drive.google.com/file/d/1Apnef-AikEmeKU5FJtIB6Kp1Ae0Pa5dC/view?usp=sharing
Fonte: a4&holofote comunicação/Daniel Medeiros via email - 23/10/2023
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