quarta-feira, 2 de março de 2011

Educação: Professores da UESB aprovam indicativo de Greve

Sede da UESB em Vitória da Conquista-Foto:Reprodução

Os professores da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) aprovaram indicativo de greve, a ser deflagrada em 30 deste mês, atingindo os campi de Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga. Com a paralisação dos cerca de 700 docentes, mais de 8,5 mil estudantes ficarão sem aulas logo no início do semestre.

A decisão, anunciada após assembleia geral, nessa terça, 1º, no campus de Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, é, de acordo com os docentes, “uma resposta da categoria ao desfecho dado pelo governo do Estado à Campanha Salarial 2010”.

A categoria, por meio da Associação dos Docentes da Uesb (Adusb), também decidiu por uma manifestação na reitoria, dia 15, para “pressionar os gestores (da Uesb) a apresentarem soluções para as demandas”, dentre as quais, o cumprimento da Pauta Interna, entregue à reitoria, no final do ano passado, incluindo contestações apresentadas sobre o laudo de insalubridade.

O reitor da instituição, professor Paulo Roberto Pinto Santos, emitiu uma nota intitulada “Esclarecimentos à Comunidade Universitária”, em que informa que o documento contendo questões trabalhistas, infraestruturais, institucionais e centralidade da luta “foi devidamente apreciado” e resultou em dois encontros realizados na própria reitoria, nos dias 17 e 25 de novembro, respectivamente.

Em relação à insalubridade, a Uesb informou que as contestações “já foram encaminhadas para o engenheiro de segurança do trabalho responsável, solicitando uma nova inspeção e reanálise das demandas, para posterior encaminhamento à Secretaria de Administração do Estado da Bahia (Saeb).

“Na primeira reunião a reitoria deixou claro à diretoria da Adusb que estava à disposição para discutir todos os pontos constantes do referido documento e proceder aos encaminhamentos necessários naquilo que coubesse à administração”, enfatizou.

Em 30 de março, data da paralisação das atividades, os professores devem realizar um ato público em frente à governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB) e participar de sessão na Assembleia Legislativa.

“Vamos aproveitar a oportunidade para denunciar não apenas a cláusula, mas também o recém publicado Decreto 12.583/2011, que corta verbas do Estado no valor de R$1,1 bilhão, ferindo a autonomia universitária, porque impede a contratação de professor substituto em caso de afastamento de docentes para cursos de pós-graduação”, destacou o presidente da Adusb, Alexandre Galvão.

Isso inclui docentes que almejam mestrado, doutorado ou pós-doutorado, além de suspender a concessão de Dedicação Exclusiva (DE) e novas Promoções e Progressões na carreira do professor.

“A assembleia demonstrou que os docentes estão extremamente insatisfeitos com os encaminhamentos dados pelo governo e reitoria em relação às nossas reivindicações, e ao aprovar uma série de atividades de mobilização e o indicativo de greve demonstra às autoridades a sua disposição para um enfrentamento mais duro”, finalizou.

Durante o “estado de greve” estão previstas panfletagens, manifestações, reuniões com as demais categorias universitárias, participação nas reuniões departamentais e visitas ás salas de aula “para explicar aos alunos a realidade atual dos professores”.


Fonte:Reportagem da sucursal de atarde de 02/03/11.

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