“A minha indicação para o diretório estadual do PT é o
secretário da Casa Civil Rui Costa. Tem que respeitar todo mundo, a
riqueza do PT é a sua unidade, escolhido o nome, vamos todo mundo para
rua. Agora é Rui se colocar e se apresentar”. Com essa fala, o
governador Jaques Wagner pôs fim à celeuma criada em torno da indicação
do nome do PT para candidatura ao governo da Bahia em 2014. Favorito de
Wagner desde o princípio, Costa foi finalmente alçado à condição de
candidato, em meio à surpresa dos demais pré-candidatos, que ainda discutiam o processo de escolha.
A previsão do PT era que o nome do candidato do partido à sucessão estadual fosse apresentado apenas amanhã,
quando a sigla realiza a posse do novo presidente da legenda na Bahia,
Everaldo Anunciação. Citado sempre como o condutor do processo, Wagner
antecipou a divulgação do escolhido – situação que era aventada assim
que Costa licenciou-se da Câmara Federal para assumir o papel de braço
direito do governador. Sem dar espaço para continuar as discussões, o
atual morador do Palácio de Ondina apenas sacramentou a posição já
esperada dele, que ressaltou, em diversos momentos, sua proximidade com
o chefe da Casa Civil.
Durante a entrevista à Rádio Metrópole, logo no começo da
manhã, Wagner ainda tentou deixar um indicativo de que o PT teria
participação na escolha, ao sugerir que “vai bater o martelo amanhã (hoje)”,
porém, para os demais participantes do pleito, José Sérgio Gabrielli,
Walter Pinheiro e Luiz Caetano, a declaração foi o suficiente para
entender o recado. Rui Costa é, a partir da opção do condutor do
processo, candidato a governador.
Governador não escondia favoritismo
A surpresa com a indicação de Rui Costa como candidato à sucessão de
Jaques Wagner foi maior pela forma como aconteceu do que pelo nome em
si. Nos bastidores, petistas de diversas frentes já admitiam que a
possibilidade de reverter o quadro favorável ao secretário da Casa
Civil era pequena, porém, na reta final, José Sérgio Gabrielli e Walter
Pinheiro arregimentaram correligionários e apoios para tentar ampliar o
leque de opções para a decisão final do partido.
Enquanto o PT e o próprio Wagner sugeriam a existência de uma
lista com quatro nomes – Costa, Gabrielli, Pinheiro e o ex-prefeito de
Camaçari, Luiz Caetano –, o titular da Casa Civil ocupou espaços
disponibilizados pelo governador e foi alçado à vitrine do governo
estadual ao conduzir programas
de combate à seca e investimentos em mobilidade urbana em Salvador,
como o metrô e as intervenções em infraestrutura. Sob intenso holofote,
Costa negava sempre o favoritismo no discurso, mas, nas entrelinhas,
sinalizava estar à frente na disputa, ancorado no padrinho político,
Jaques Wagner, que era reconhecido por todos os pré-candidatos como o
condutor do processo.
O próprio movimento de chegada de Rui Costa de Brasília – de onde
vinha como deputado mais votado do PT na Bahia – mostrou que a
articulação de Wagner para indicá-lo na sucessão era clara. Parceiro do
governador desde a época de sindicalismo, Costa veio para a pasta forte
do primeiro escalão com uma missão similar a de Dilma Rousseff quando
ministra da Casa Civil: viabilizar-se candidato ao governo em 2014.
“Rui Costa foi vereador duas vezes na capital, deputado federal mais
votado no estado. Foi meu articular político e construiu a maioria na
Assembleia em 2006. Ele cumpriu um ano de mandato no Congresso
Nacional, teve um desempenho positivo e voltou quando Eva (Chiavon) foi
ser vice-ministra do Planejamento. Eu chamei ele. É um jovem, tem 50
anos, economista formado, tem o pique e é histórico do PT e do
movimento sindical. Ele é um tocador de obras”, argumentou Wagner.
Fonte:TribunadaBahia
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