Uma semana depois do temporal que deixou 17 mortos em Lajedinho (a 355 quilômetros de Salvador), a cidade da Chapada Diamantina tenta, aos poucos, reerguer-se, com a resistência de moradores, que, mesmo vítimas da enxurrada, encontram motivos de gratidão à vida.
São histórias de pessoas simples, como o aposentado José Quintino, o Zé Brabo, que completou 93 anos de sabedoria na última quarta-feira, três dias após ter a casa invadida pela água que transbordou do rio Saracura, que corta a cidade.
Sem nunca ter frequentado a escola, o homem - um dos mais antigos moradores do local -, que nadou para driblar a morte, encontra na tão falada responsabilidade ambiental uma explicação quase acadêmica para a pior das seis inundações ocorridas na cidade.
"O rio pediu largura. Depois que a burguesia comprou as terras, mandou desmatar tudo para o gado pastar. Para onde vai escoar a água, então?", questiona o marido de dona Terezinha de Jesus, 63, ao lembrar dos tempos em que Lajedinho era uma fazenda de 2.400 tarefas, com verdes pastos.
"Mesmo sem comer nem dormir direito nesses dias", revela a mulher de Zé Brabo, o homem vigoroso, de voz alta e firme, não perde a espirituosidade. "Tô tão consciente que pareço ter 14 anos", diz, soltando uma estridente gargalhada, estranhada por alguns vizinhos, por causa do luto na cidade.
"Mas ele sempre foi assim. Uma pessoa pra cima", justifica a professora Adriana Oliveira, 42, vizinha "de porta" de Zé Brabo. "Esse homem é uma enciclopédia viva. Quem quiser saber alguma coisa antiga de Lajedinho é só procurar por ele", revela, enquanto deseja feliz aniversário a Zé.
Fonte:atardeonline/reprodução
Sem nunca ter frequentado a escola, o homem - um dos mais antigos moradores do local -, que nadou para driblar a morte, encontra na tão falada responsabilidade ambiental uma explicação quase acadêmica para a pior das seis inundações ocorridas na cidade.
"O rio pediu largura. Depois que a burguesia comprou as terras, mandou desmatar tudo para o gado pastar. Para onde vai escoar a água, então?", questiona o marido de dona Terezinha de Jesus, 63, ao lembrar dos tempos em que Lajedinho era uma fazenda de 2.400 tarefas, com verdes pastos.
"Mesmo sem comer nem dormir direito nesses dias", revela a mulher de Zé Brabo, o homem vigoroso, de voz alta e firme, não perde a espirituosidade. "Tô tão consciente que pareço ter 14 anos", diz, soltando uma estridente gargalhada, estranhada por alguns vizinhos, por causa do luto na cidade.
"Mas ele sempre foi assim. Uma pessoa pra cima", justifica a professora Adriana Oliveira, 42, vizinha "de porta" de Zé Brabo. "Esse homem é uma enciclopédia viva. Quem quiser saber alguma coisa antiga de Lajedinho é só procurar por ele", revela, enquanto deseja feliz aniversário a Zé.
Fonte:atardeonline/reprodução
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