Foto:reprodução
Em fase de lançamento do CD e DVD "Ruas de Amores Ao Vivo", registro de um show da turnê iniciada em 2012, o cantor Djavan afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo, que "não é tão simples tocar no rádio quanto já foi". O repertório do novo trabalho reúne canções do disco "Rua dos Amores" (2012) – sem nenhum hit – e antigos sucessos rearranjados. "Já cansei de fazer música pop e nada acontecer", disparou, a despeito dos seus mais de 20 clássicos, tocados diariamente em rádios de todo o país. De acordo com o alagoano, unir músicas novas com velhas é uma "tarefa quase inglória". "Numa velha, a plateia já se rende. Música nova, "nego" fica com cara de paisagem", comparou.
Na conversa, Djavan disse ainda não ver tantas semelhanças entre ele e Jorge Vercillo, mesmo que as pessoas insistam nas aproximações. "Seja qual for a dimensão em que está o Vercillo, não é a mesma minha", disse ao ressaltar o caráter mais popular do trabalho do colega. O cantor também não se esquivou das questões sobre o nível de incompreensão e estranheza de suas letras. "Um dia eles vão entender. Como posso me irritar quando milhões de pessoas no Brasil e no mundo adoram? Preciso dos meus detratores, eles me motivam muito.
Torço para que não entendam nunca. Quero que sempre vejam em mim uma estranheza sem solução", desejou. O cantor lembrou também que muito dessa percepção tem a ver com a própria mídia. "As pessoas da mídia têm que parar de achar que isso me atinge. Sou um homem negro, e um negro não foi feito para fazer ninguém pensar, para produzir influência. É a mesma razão pela qual fui espinafrado naquele caso de outubro [a polêmica das biografias]. Se eu fosse branco, a abordagem seria diferente", alegou.
Fonte: Coluna Cultura/BN
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