segunda-feira, 10 de maio de 2021

Governo Bolsonaro: Mesmo após alertas, ex-ministro mobilizou Itamaraty para garantir cloroquina

 

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo/Agência Brasil
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo/Agência Brasil

 

O ex-chanceler Ernesto Araújo mobilizou o aparato diplomático do Brasil para garantir fornecimento de cloroquina ao país, mesmo após a Organização Mundial da Saúde ter interrompido testes clínicos com a droga e depois de associações médicas terem alertado para a ineficácia e o risco de efeitos colaterais.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a movimentação do então ministro das Relações Exteriorescontam de telegramas diplomáticos obtidos pela reportagem e informações de pessoas envolvidas nas negociações. O ex-ministro, que pediu demissão no fim de março, será ouvido na CPI da Covid na próxima quinta (13), para explicar se houve prejuízo na aquisição de insumos e vacinas por causa da política externa de sua gestão.

A corrida do Itamaraty atrás da cloroquina começou pouco depois de o presidente Jair Bolsonaro falar em “possível cura para a doença” em suas redes sociais, em 21 de março do ano passado.

“Hospital Albert Einstein e a possível cura dos pacientes com Covid-19. Agora há pouco os profissionais do hospital Albert Einstein me informaram que iniciaram um protocolo de pesquisa para avaliar a eficácia da cloroquina nos pacientes com Covid-19”, escreveu ele.

Um dia antes, a Prevent Senior e o hospital Albert Einstein haviam anunciado que tinham iniciado estudos com o medicamento. Em declaração durante reunião do G-20, em 26 de março, relatada em telegrama, Bolsonaro apontou para “testes bem-sucedidos, em hospitais brasileiros, com a utilização de hidroxicloroquina no tratamento de pacientes infectados pela Covid-19, com a possibilidade de cooperação sobre a experiência brasileira”.

A Folha diz que entrou em contato com o Itamaraty por e-mail e telefone em busca de posicionamento do ministério e do ex-ministro Ernesto Araújo sobre a questão. Até a publicação desta reportagem, o Itamaraty não havia respondido.

fonte:BAHIA.bA - 10/05/2021  10H

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