Parlamentares críticos do governo encararam a ideia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de desfilar em tanques da Marinha pela Esplanada dos Ministérios, nesta terça-feira (10/8), como mais uma tentativa de intimidação do Congresso, e prometem uma derrota acachapante do presidente na votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece a adoção do voto impresso no país nas próximas eleições.
O chefe do Executivo federal receberá militares que participarão do desfile em Brasília com veículos blindados, armamentos e outros equipamentos da Força de Fuzileiros da Esquadra. Segundo a Marinha, o comboio partiu do Rio de Janeiro e passará pela capital federal, a caminho do Campo de Instrução de Formosa (CIF). Apesar de ocorrer anualmente desde 1998, é a primeira vez que os tanques passarão pelo centro de Brasília.
Há uma previsão de que o tema do voto impresso seja apreciado pela Câmara nesta terça-feira. Os parlamentares preveem derrota do governo na votação. Para aprovar a proposta, o governo precisa de, no mínimo, 308 votos entre os 513 deputados. O texto precisa ser aprovado em dois turnos para ser enviado ao Senado.
O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) classificou como ameaça a realização do evento no mesmo dia da apreciação da proposta. “Vamos derrotar Bolsonaro mais uma vez, para lembrá-lo que o poder emana do povo e não das armas”, disse.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) também usou as redes sociais para dizer que Bolsonaro não intimidará o Congresso com tanques.
Da mesma forma, a líder do PSol reagiu e apontou o episódio como desespero do governo.
O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), destacou que, se o desfile é uma ameaça, o governo aprenderá uma lição. “Sobre essa história de tanques nas ruas. Não quero crer que isso seja uma tentativa de intimidação da Câmara dos Deputados mas, se for, aprenderão a lição de que um Parlamento independente e ciente das suas responsabilidades constitucionais é mais forte que tanques nas ruas”, pontuou.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), reagiu à notícia de que Bolsonaro fará o desfile, e também encarou o assunto como uma evidente provocação.
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