sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Eleições 2010: PT articula candidatura de José Alencar em Minas

O presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, disse nesta sexta-feira que uma eventual candidatura do vice-presidente José Alencar (PRB) ao governo de Minas Gerais seria uma alternativa para unificar os pré-candidatos da base aliada governista que pretendem disputar o comando do Estado.
Dutra disse que Alencar será "aclamado" por todos os partidos --inclusive o PT-- se decidir disputar o governo de Minas. "Se o Zé Alencar colocar o nome para o governo, vai ser aclamado por todos os partidos. Eu não conversei com ele, mas há por enquanto dois pré-candidatos do PT e um do PMDB em Minas", afirmou.
Integrantes do PT negociam, nos bastidores, a candidatura de José Alencar ao governo de Minas como forma de superar os impasses dentro da base aliada no Estado. Alencar manifestou disposição em disputar uma cadeira no Senado, mas está reticente em relação ao governo diante de sua saúde --uma vez que enfrenta um tratamento contra o câncer.
Dutra disse que, antes do PT reivindicar do PMDB uma eventual retirada da pré-candidatura do ministro Hélio Costa (Comunicações) ao governo de Minas, tem que solucionar o impasse dentro do próprio partido. No PT, o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e o ex-prefeito Fernando Pimentel disputam nos bastidores a indicação da legenda para o governo estadual.
"Primeiro, temos que resolver as coisas em nosso quintal. Quando o Anastasia [vice-governador de Minas] sentar na cadeira de governador, temos que ver o impacto disso no eleitorado, mas é fundamental resolver a nossa cizânia", afirmou.
Antônio Anastasia (PSDB) é o candidato do governador Aécio Neves (PSDB) para sucedê-lo. Enquanto a oposição está fechada em torno do seu nome, na base governista as três pré-candidaturas provocaram um impasse para o governo federal. O PT negocia firmar aliança nacional com o PMDB, mas em diversos Estados esbarra em dificuldades para unificar as legendas.
Divisões
Além de Minas, o PT terá que superar outros impasses regionais para consolidar a aliança com o PMDB. No Rio, os petistas vão apoiar a reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB), mas trabalham nos bastidores para fechar um acordo com pré-candidato Anthony Garotinho (PR) --que já se mostrou disposto a apoiar a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) na corrida ao Palácio do Planalto.
"Apoio não se rejeita. O PT vai estar coligado com o governador Cabral. Se o Garotinho diz que apoia a Dilma, ela chuta ele? A situação do Garotinho no Rio vai acontecer em diversos Estados", afirmou Dutra.
O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), articulador político do governo, disse que Garotinho já declarou apoio à candidatura de Dilma, por isso é importante para o PT manter as conversas com o ex-governador. "Estamos ouvindo a disposição do governador Garotinho, em sendo candidato ao governo do Rio, apoiar e estar no palanque da ministra Dilma", afirmou Padilha.
O ministro negou que o PT tenha se comprometido a subir no palanque de Garotinho em troca do seu apoio a Dilma --já que o partido apoia Sérgio Cabral. "Não teve promessa de nada. Vamos ter situações em que vamos ter mais de um candidato apoiando a ministra Dilma."
Padilha disse que vai trabalhar para que a base tenha candidatos únicos nos Estados, mas reconhece que em algumas localidades haverá o racha dos governistas. "Vamos ter situações de mais de um palanque. A condução da campanha da ministra Dilma vai tratar desse tema" afirmou.




Fonte:Gabriela Guerreiro
Folhaonline emBrasília
Foto:Google

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