terça-feira, 15 de setembro de 2015

Salvador: Filósofo francês diz que Lula 'tornou as coisas difíceis' para Dilma


Filósofo francês diz que Lula 'tornou as coisas difíceis' para Dilma
Foto: Ailma Teixeira/reprodução
 
Para o filósofo francês Luc Ferry, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é responsável direto pelos resultados propectados pela sucessora, Dilma Rousseff. “A popularidade de Lula, que se beneficiou de um crescimento econômico e distribuiu muito dinheiro, tornou as coisas difíceis para sua sucessora”, opinou, que mostrou conhecer o quadro econômico e político do Brasil. Com mais de 80 livros publicados em suas pesquisas sobre amor e religião, dentre outros assuntos, o filósofo defende uma filosofia acessível para todos. “Eu escrevi 80 livros, metade deles para o grande público. Passei anos a traduzir e comentar grandes filósofos. Não sinto a necessidade de ser obscuro”, explica. Ferry concedeu uma entrevista coletiva à imprensa na tarde desta terça-feira (15), no Hotel Sheraton. Ao lado do filósofo, também estavam presentes o diretor de Relações Instituições da Braskem, Carlos Parente, e o gerente de Relações Instituições da Braskem na Bahia, Hélio Tourinho. Ferry é a atração da segunda edição do projeto Fronteiras Braskem do Pensamento, que acontece nesta quarta (16), no Teatro Castro Alves, às 20h30. 
 
Sua obra é alvo de críticas de filósofos pela linguagem simples. Para Ferry, o filósofo tem um papel triplo atualmente. O primeiro deles seria compreender o que ele considera o maior fenômeno da sociedade atual, a globalização. Em seguida, a tarefa de “estabelecer as regras do jogo”, que ele define como criar uma sociedade pacífica entre os seres. Por último, a árdua tarefa de descobrir o que é uma vida boa para os mortais. A conferência de Ferry terá como tema “A Revolução do Amor”, título do seu livro mais recente. O filósofo já se apresenta falando sobre o sagrado. “Por que e por quem vocês estariam prontos para morrer?”, questiona aos ouvintes. A resposta vem dele mesmo: “Na história do mundo, o sagrado é aquilo pelo qual nós morremos. (...) Hoje existem crentes e patriotas, mas não como antigamente. Para nós, os ocidentais, os únicos seres pelos quais aceitaríamos morrer são pessoas”, defende.

 
Na foto, Hélio Tourinho, Carlos Parente e Luc Ferry | Foto: Ailma Teixeira/reprodução

Em janeiro de 2015, o jornal francês Charlie Hebdo perdeu 12 funcionários entre cartunistas e jornalistas, vítimas de um ataque jihadista. Ferry, que defende que a França é um dos países mais tolerantes da Europa – sendo o único o laico –, não diz se essa tolerância foi abalada após o ataque, mas fala orgulhoso da proibição do uso do véu na escola pública. “Na Europa foi a laicidade que acabou com as guerras”, explica. Em defesa do amor, Ferry destaca o que ele chama de secularização do casamento por amor, quando a religião perde influência no âmbito social. Segundo ele, 60% dos casamentos acabam em divórcio na Europa. “Sem as crianças seriam 90%”, comenta. 

Julgado como um filósofo de direita, Ferry se defende: “Não sou de direita, nem de esquerda, eu não quero nem saber”, brinca. Ele explicou que esteve em um governo centrista quando foi ministro da Juventude, Educação Nacional e Pesquisa da França, de 2002 a 2004, e fez questão de dizer que não votou em Nicolas Sarcozy, candidato de direita, ao contrário de outros filósofos franceses contemporâneos. “Se apenas os imbecis não trocam de ideia, eu sou um imbecil porque nunca mudei”, afirma em tom brincalhão.

Fonte:Coluna Cultura do BN/reprodução

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