segunda-feira, 18 de junho de 2018

Em Feira: Comandante-geral da PM declara que haverá ações mais duras de repressão à criminalidade

O comandante-geral da Polícia Militar (PM), Anselmo Brandão, esteve em Feira de Santana nesta segunda-feira (18) e participou de uma coletiva de imprensa sobre o elevado número de crimes neste final de semana na cidade: a morte do policial militar Wagner Silva Araújo, de 27 anos, que foi vítima de latrocínio, ao tentar impedir um assalto no bairro São João e 17 homicídios que foram registrados pela Polícia Civil entre a manhã de sábado (16) e o domingo (17).
O grande número de mortes violentas deixou a população apreensiva e aumentou as estatísticas da violência em Feira de Santana. Este mês já houve 39 homicídios e subiu para 199 os registros de homicídios no ano, além dos nove latrocínios, que totalizam 208 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs).
Segundo o coronel, em relação à morte do policial, o comando se solidariza com toda a família. Ele ressaltou que o policial foi vítima ao tentar defender terceiros e mesmo fora de serviço atendeu à vocação, ao espírito que todo policial deve ter.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade/reprodução
“Infelizmente aconteceu esse infortúnio. Nosso policial foi vitimado e após isso estamos aqui para dar todo o suporte para a tropa e também tranquilizar a comunidade feirense diante dos fatos que ocorreram”, salientou.
"Eu não quero ser leviano em dizer que esses crimes foram cometidos por qualquer pessoa. Esses crimes têm sido cometidos por grupos criminosos. Eu não afirmo que são policiais, porque na minha tropa não há marginais e se tiver marginais nós vamos buscar as autorias. Nesse instante eu não posso afirmar nada de autoria em relação a esses grupos. Não sabemos o que levou esses grupos criminosos a tomar atitudes nos bairros, principalmente nos bairros mais carentes. Eles aproveitaram da oportunidade para o cometimento dos crimes. Os delegados e nossas ações de inteligência estão buscando a autoria”, explicou.
O coronel relatou que o caso da morte do policial que tentou impedir o assalto, não é preciso que haja considerações e avaliações sobre a técnica que ele usou. Para ele, o soldado Wagner foi um herói e um guerreiro que colocou em risco a sua vida.
“Ele estava em lazer e poderia ter se omitido. Mas, ele foi para o enfrentamento, sem estar de serviço ele colocou em risco a sua vida. Foi muito rápido. Às vezes, somos muito injustiçados na forma como o policial atua. As pessoas pensam que é como um videogame e não é. É uma linha tênue e é preciso tomar decisão. Tanto que ele foi vitimado por um tiro só”, disse.
Anselmo Brandão afirmou que a polícia está imbuída na captura dos assassinos do policial e na manhã de hoje houve uma reunião com o delegado regional de Polícia Civil e sua equipe no sentido de dar essa resposta.
“É uma orientação nossa, da Secretaria de Segurança Pública (SSP), e do governador Rui Costa, para que haja um apoio sobre os policiais que são vitimados na corporação do estado. Não podemos tolerar que ações como essa se repitam, mas infelizmente com o nosso policial aconteceu. Mas, não é hora de baixar a cabeça, é hora de levantar. Buscar mais ações e protocolos para fazer uma atuação mais dura, mais repressiva em cima disso”, observou.
Reforço das companhias especializadas e grupamento aéreo
Com a onda de crimes violentos no fim de semana, companhias especializadas de polícia e o Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) estão na cidade para reforçar o combate e a repressão aos crimes. O coronel comentou que grupos criminosos aproveitaram o momento de dor da tropa e agiram. “São grupos criminosos bem articulados. Eu não posso adiantar nada de autorias, porque é um trabalho que está sendo feito pela Polícia Civil e bem coordenado pelo delegado Roberto Leal. A gente espera que em breve ele possa informar a linha investigativa. Mas, repito que a comunidade saiba que todos os esforços estão sendo feitos e foram feitos para que essa paz que sempre reinou em nossa cidade continue”, pontuou.
Sobre o clamor da população de pedir o grupamento aéreo e outras companhias especializadas para Feira de Santana, ele disse que esse é um desejo de várias cidades. Segundo o coronel, o Graer tem cinco aeronaves e a distância de Feira de Santana até Salvador não impede que o grupamento esteja mais presente na cidade. Além disso, ele frisou que ao longo de três anos, várias ações e investimentos foram voltados para a segurança pública na cidade.
“Ultimamente Feira de Santana foi contemplada por muitas viaturas e isso aumenta a prevenção. O Graer tem sempre atuado e é um grupamento de elite que não está só para uma cidade, está para o estado. Temos cinco aeronaves e a distância como é Salvador e Feira não impede que ele se desloque pra cá. Lógico que numa situação como essa nós demos uma ação mais especial, mais forte, porque os riscos estão bastante normalizados. Não vamos aqui dizer que a gente vai evitar que se mate em Feira de Santana e em qualquer lugar. Porque a questão da morte não está associada somente à questão da polícia. Temos muitos fatores que contribuem para isso", disse. 
O prefeito Colbert Martins declarou que irá oficializar mais segurança para Feira de Santana e segundo o coronel, essa documentação deverá ser avaliada pelo estado. Ele ressaltou sobre os muitos investimentos que existem nessa área, porém preferiu não emitir opinião e considerou que os problemas na legislação, assim como o tráfico de drogas aumentam os índices da violência.
“Se as leis fossem mais duras e encarcerassem mais os marginais, com certeza teríamos um quadro completamente diferente”, concluiu.
FONTE: Acorda Cidade/ c/informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
 

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