O senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou nesta 5ª feira (16.set.2021) que a operadora de saúde Prevent Senior não notificou todas as mortes por covid-19 que ocorreram em suas unidades.
“Eles [os pacientes] tiveram como doença inicial e que causou a hospitalização a covid-19. A doença evoluiu, forma a pneumonia por vírus, pode ter insuficiência renal abate o organismo e levar ao óbito. Mas tem que constar no atestado de óbito que o doente internou com covid-19”, disse o senador, que é integrante da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19.
Segundo documentos recebidos pela CPI, de acordo com Otto, as certidões de óbito não indicavam que o paciente tinha sido internado por covid-19 e que a morte foi por complicações da doença.
O diretor-executivo da operadora de saúde, Pedro Benedito Batista Júnior, prestaria depoimento nesta 5ª feira (16.set.) à CPI, mas alegou que não poderia comparecer ao colegiado. Segundo os advogados de Batista Júnior, a convocação não deu tempo hábil para o médico comparecer à comissão.
Para o senador Otto Alencar, o motivo é outro: “Quem deve teme, né? Ele deveria vir e enfrentar as perguntas que temos a fazer.” Para o senador, o caso é “muito grave” e deve ser priorizado por ser “crime contra a vida”.
Uma possível condução coercitiva de Batista Júnior não foi descartada. O senador afirmou que a decisão depende do presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), e do G7 da CPI, senadores independentes e de oposição ao governo no colegiado.
Na 4ª feira (15.set.), o diretor-executivo da Prevent conseguiu uma autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para ficar em silêncio ao depor. Segundo, o ministro Ricardo Lewandowski, ainda que Batista Júnior seja uma testemunha e não investigado, o o depoimento “tem o potencial de repercutir em sua esfera jurídica, ensejando-lhe possível dano”.
A CPI quer apurar uma possível pressão da Prevent Senior para que médicos conveniados prescrevessem medicamentos do chamado tratamento precoce contra a covid –como hidroxicloroquina e ivermectina. Esses remédios não têm eficácia comprovada na prevenção ou tratamento da doença.
O Poder360 revelou, em 10 de maio, que a distribuição dos medicamentos se tornou o procedimento comum em ao menos 3 planos de saúde, entre eles a Prevent Senior. Dois dias depois, reportagem da GloboNews mostrou que médicos que trabalharam na Prevent Senior relataram ter sofrido pressão e assédio para prescrever os fármacos.
Nesta 5ª feira (16.set.), a GloboNews noticiou que a operadora de saúde também teria ocultado mortes durante o estudo de hidroxicloroquina que realizou. O estudo foi questionado no exterior e teve resultados que são contestados por cientistas antecipados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O Poder360 entrou em contato com a Prevent Senior, mas não obteve respostas sobre a ocultação de mortes por covid-19 até a publicação desta reportagem. O espaço continua aberto.
Fonte:Poder 360 - 16/09/2021 15h:21min.
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