O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a falar que está “muito bem” após citar, mais uma vez, o resultado de um exame que realizou para checar o nível de sua Imunoglobulina G (IgG) – positiva em 991 – e sugerir que está imune à Covid-19.
Durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira (16/9), o chefe do Executivo mostrou o exame para o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. “O senhor está bem, mas o senhor precisa se vacinar”, disse Queiroga ao olhar o teste.
Na live, Bolsonaro foi questionado sobre se irá se vacinar em razão da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), prevista para ocorrer na semana que vem. O presidente vai pessoalmente à assembleia e deve discursar durante a abertura do evento.
Os Estados-membros da Organização das Nações Unidas devem decidir até o fim desta semana se exigirão que todos os presentes à Assembleia-Geral do órgão apresentem comprovantes de vacinação contra a Covid-19. Bolsonaro está apto a se vacinar contra a Covid-19 desde abril deste ano, porém, tem afirmado que só o fará depois que “o último brasileiro” for imunizado contra a doença.
“O que acontece, você vai tomar vacina para que? Para ter anticorpos. A minha taxa de anticorpos está lá em cima. Eu te apresento o documento, estou com 991 [de IgG]. São os médicos que fazem [o exame], então eu estou bem. Vou tomar vacina para Coronavac, por exemplo, que não vai chegar a essa efetividade, por que eu vou tomar? Agora, todo mundo já tomou vacina no Brasil? Depois que todo mundo tomar, eu vou decidir meu futuro aí”, respondeu o mandatário do país.
Na sequência, o presidente mostra o teste de imunidade para Queiroga, que avalia o exame e responde: “Tem que fazer o exame de corpos neutralizantes, viu presidente. Está bem, o senhor está bem, mas o senhor precisa se vacinar”.
Não é a primeira vez que o presidente sugere que está imune à Covid-19 ao mencionar o teste. No início do mês, ele disse que estava tão bem, que estava “muito melhor do que o pessoal que tomou a Coronavac”, numa ironia à vacina chinesa produzida em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo.
O IgG é uma imunoglubulina, ou seja, um anticorpo, que é produzido a partir do 14º dia do início dos sintomas da doença. Ele costuma ficar no organismo dos indivíduos por muito tempo, o que faz muita gente pensar que ter um “IgG positivo” é sinônimo de organismo imune à infecção.
No caso da Covid-19, no entanto, ainda não há confirmação sobre o período de proteção que a presença dele garantiria ao paciente.
Fonte: METRÓPOLES - 16/09/2021 22h:10min
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