terça-feira, 1 de julho de 2025

INSS: Líderes reagem a fala do bolsonarista Sóstenes sobre dificultar indenização a aposentados


                                             Sostenes é evangélico e bolsonarista -  foto:reprodução

A declaração do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) de que o Congresso Nacional não irá liberar recursos para indenizar vítimas de fraudes no INSS foi dada à Rádio Itatiaia e gerou forte rechaço entre parlamentares aliados ao governo.

Segundo o deputado, o Congresso dificultará liberação de recursos à indenização de vítimas de fraudes do INSS. A fala foi interpretada por deputados governistas como um gesto de insensibilidade com as vítimas e mais um ataque às políticas sociais do governo Lula.

O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) criticou duramente a postura do parlamentar do PL. “Primeiro, quando o deputado alega não gastar, ele escolhe com quem não gastar. Invariavelmente é com os mais pobres”, afirmou Chinaglia.

“Segundo, você nunca vai ouvir nem da imprensa nem desse tipo de, digamos, da oposição, que existe o chamado gasto tributário. Um dos melhores exemplos diz respeito ao juro de capital próprio, que o sujeito é ricaço, ele pega dinheiro dele e coloca na empresa dele e depois recebe os juros para que aquilo fosse e é considerado empréstimo. Absurdos, absurdos”, completou.

Chinaglia também relacionou a declaração de Sóstenes à estratégia da oposição de boicotar medidas que corrijam distorções históricas em favor dos mais ricos. “A questão do IOF é exatamente essa briga, né? Porque milhões e milhões de brasileiros possivelmente já ouviram falar do IOF, mas não conhecem. E com absoluta certeza, a imensa, quase totalidade do povo brasileiro não faz aplicação financeira”, disse o deputado. “Então, quando eles falam para não conter gastos, eles na verdade querem impedir que se faça justiça tributária no Brasil”, reforçou.

sostenes

Na mesma linha, o deputado Alencar Santana (PT-SP), primeiro vice-líder do governo na Câmara, classificou como “prova cabal” da indiferença da oposição com os mais humildes a fala de Sóstenes. “A turma do PL do Bolsonaro só se preocupa com os ricos do país. Os pobres não têm a menor importância para eles. Essa é a realidade por trás dessa fala absurda”, afirmou.

Segundo Alencar, o compromisso do governo Lula desde o início tem sido o de identificar os responsáveis pelas fraudes e ressarcir as vítimas.

“Os aposentados que tanto já contribuíram com o nosso país merecem o nosso respeito, foram lesados, enganados por entidades fraudulentas”, afirmou. “Essas entidades se cadastraram e começaram a operar através de laranja durante o governo Bolsonaro, que não fez nada para cessar esse roubo. E agora eles [PL] não querem que as pessoas sejam ressarcidas”, denunciou.

“Compromisso do presidente Lula desde o primeiro momento foi justamente também ressarcir essas pessoas, além da investigação que foi feita para descobrir as pessoas envolvidas. Pode ter certeza que vamos trabalhar e aprovar aqui na Câmara”, finalizou.

As declarações de Sóstenes e as respostas de Chinaglia e Alencar escancaram o embate ideológico em torno das prioridades do Estado: enquanto a oposição articula o bloqueio de verbas para aposentados lesados, a base do governo cobra justiça social e responsabilidade histórica pelas fraudes cometidas.

Bancada petista discute estratégia contra centrão

A repercussão das declarações de Sóstenes acontece em meio a uma reunião da bancada do PT na Câmara, iniciada às 14h40 desta segunda-feira (30) e que seguiu noite adentro. Segundo apurou o ICL Notícias, o encontro foi marcado por uma série de inscrições para fala e teve como foco a avaliação de conjuntura política e os caminhos a seguir diante da crise com o Congresso.

“Tá uma discussão de que linha seguir ali na bancada, se a gente vai seguir uma linha em relação a manter essa pauta, como é que a gente vai tratar a cúpula do Congresso e tal”, afirmou uma fonte presente à reunião. Apesar das divergências sobre o tom, há tendência de tentar manter o canal de diálogo com a cúpula do Congresso — “com o Hugo Motta ou o Alcolumbre”, disse a fonte, mas sem abrir mão da agenda de taxação dos ricos e defesa dos trabalhadores. “Essa é a linha que está engajando a sociedade, que a gente está ganhando debate nas redes”, resumiu.


Fonte: ICL NOTÍCIAS - 01/07/2025

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