Marcelo Camargo/ag.Brasil -foto:reprodução
Um bolsonarista que participou dos atos terroristas contra as sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro, tentou ganhar dinheiro com uma câmera que roubou de um fotógrafo da Folha de S. Paulo que cobria a depredação e se deu mal.
Pedro Ladeira fazia registros do levante antidemocrático e foi agredido por um grupo de apoiadores de Jair Bolsonaro, sendo que um deles levou embora seu equipamento de trabalho.
Um mês após o ocorrido, em 8 de janeiro, o fotógrafo acionou a Polícia Civil do Distrito Federal e conseguiu recuperar a câmera roubada. Isso porque ele foi alertado por amigos que o aparelho estava à venda na internet por um preço muito abaixo do valor de mercado.
"Ao ver as fotos do anúncio, tive certeza tratar-se da minha câmera, pois havia uma marca de uso —um arranhão bem característico", relatou Ladeira.
Os amigos do fotógrafo, então, marcaram um encontro com o "vendedor", simulando interesse na compra, em um shopping da capital federal. O Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) da Polícia Civil, por sua vez, armou uma tocaia para prender o golpista em flagrante no ato da "venda".
O homem que estava com a câmera de Ladeira tem 26 anos e, em depoimento, disse ter "achado" o equipamento em meio aos atos golpistas. Ele assinou um termo circunstanciado na delegacia e foi liberado na sequência.
"Precisamente um mês depois dos ataques antidemocráticos, mais ou menos na mesma hora em que eu havia sido agredido e roubado, a polícia prendeu o rapaz que estava com minha câmera. Surpresa maior, os policiais recuperaram também o cartão de memória intacto com todas as fotos feitas naquele dia. Fui tomado por uma felicidade incrível. Muito mais do que a perda dos equipamentos e a agressão sofrida, ter perdido as fotos históricas feitas naquele dia era o que mais me entristecia", afirmou o fotógrafo.
Fonte:Revista Fórum - 13/02/2023
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