sábado, 29 de dezembro de 2012

Artigo: O Governo Precisa Andar

OPINIÃO: O GOVERNO  PRECISA ANDAR

Quanto da participação da Presidente Dilma na última reunião da Cúpula Ibero-Americana, realizada na Espanha, o país marcou sua posição de destaque no atual cenário mundial. Com a grave crise que afeta toda a Europa, os líderes europeus escutaram com muita atenção o discurso da nossa Presidente, que se posicionou e chegando mesmo a dar conselhos aos gestores europeus de como enfrentar a crise. De fato, o Brasil após medidas corretas pós - 1994 com a estabilização da moeda e outras medidas de impacto, tem conseguido segurar a “onda” da crise econômica mundial que afeta também os Estados Unidos.
Acontece que a previsão do crescimento do Brasil em 2012 está abaixo de 2%. Muito aquém do esperado. E já se fala em queda do ministro da Fazenda Guido Mantega, tendo em vista que além de não ser o ministro de Dilma na Fazenda, suas previsões de crescimento ficaram longe de serem concretas.

Já em seu pronunciamento de Natal, a Presidente afirmou que “o Brasil está tomando as medidas necessárias para que uma ‘possível piora no cenário internacional não nos traga maiores problemas’". No encerramento do pronunciamento, a Presidente disse ainda: "Teremos força para continuar a luta incessante contra a corrupção ou qualquer tipo de desvio ou malfeito. Tudo isso vai continuar garantindo que o Brasil seja um dos poucos países do mundo que consegue, ao mesmo tempo, crescer com estabilidade, distribuir renda, diminuir a desigualdade, aperfeiçoar a democracia e fortalecer suas instituições".

A grande questão é que os números se contradizem, pois por mais otimismo que a nossa Presidente e sua equipe econômica tenham, o ano de 2013 será mais difícil, se persistir o atual cenário. Quem vai ser mais penalizado, mais uma vez, será o trabalhador brasileiro, o qual o governo Dilma não conseguiu ainda fazer que o Brasil marche firme rumo ao propósito apresentado pela própria presidente, imbuído em um de seus programas de governo.

O enfoque aqui cabe ao crescimento com distribuição de renda e diminuição de desigualdade, pois grandes obras estão paradas a exemplo da transposição do Rio São Francisco e inúmeras obras pelo país a fora em convênios com Estados e municípios. Quando se remete aos estádios para a Copa de 2014 vejam quem são os consórcios que estão gerenciando essas obras. E como exemplo disso, temos a cidade de Salvador que a um ano e meio deste evento, nem o governo da União e nem do Estado não se movimentaram em questões importantíssimas para a infraestrutura da cidade.

O quem vem ocorrendo na verdade, é  a iniciativa privada que tem segurado as pontas tanto no setor da Construção Civil, como em outros setores da economia que geram renda e emprego. E em Irecê presenciamos isso, pois a  União continua gastando mal, esbanjando os recursos públicos e isso chega por tabela nos Estados e municípios brasileiros, também, mal acostumados com a “gastança” irresponsável de seus gestores e os contribuintes ao pagar essa conta altíssima.

Quando se anuncia o crescimento de famílias brasileiras beneficiadas pelo Bolsa Família, entendo que está faltando geração de empregos, renda e qualificação profissional. Não que sejamos contra o combate a pobreza das famílias carentes, a questão é saber: Até quando iremos atender essa parcela  da população com  “pão e futebol”?  

Na Bahia mais de 1,4 milhão de baianos vive na extrema pobreza e 76% ganham menos de um salário mínimo. A situação faz com que um terço da população do estado receba Bolsa Família, diz o Ipea -  Instituto Pesquisa Econômica  Aplicada, e estamos falando do maior Estado Nordestino do país, que mesmo com um potencial econômico e turístico que temos, a cidade de Salvador continua  entre as primeiras  capitais nos índices de desemprego  no país. Ou seja, algo precisa mudar.

Portanto, ou o Estado brasileiro  administra melhor seu caixa, cria mecanismos de verdade para depois de dois anos do governo Dilma, o país andar, ou continuaremos a assistir a antecipação da campanha presidencial de 2014, desvirtuando o que realmente interessa ao povo Brasileiro que é um crescimento econômico com avanços sociais.

Em 2013, início de novos gestores municipais, onde vão encontrar esse cenário econômico  que trará mais dificuldades aos nossos municípios, mas, a população deve ficar atenta, pois o orçamento de 2013 já foi aprovado pelas respectivas câmeras municipais em 2012 e eles  não poderão se queixar de que não sabiam o  que iriam encontrar, e  nem jogar para a União e o Estado  a culpa pela coisas não acontecerem, pois o cenário já estava desenhado antes mesmo do início oficial das campanhas eleitorais.  

Jorge Luiz Rocha
Pedagogo


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