OPINIÃO: O GOVERNO PRECISA ANDAR
Quanto da participação da Presidente Dilma na última reunião da Cúpula Ibero-Americana, realizada na Espanha, o país marcou sua posição de destaque no atual cenário mundial. Com a grave crise que afeta toda a Europa, os líderes europeus escutaram com muita atenção o discurso da nossa Presidente, que se posicionou e chegando mesmo a dar conselhos aos gestores europeus de como enfrentar a crise. De fato, o Brasil após medidas corretas pós - 1994 com a estabilização da moeda e outras medidas de impacto, tem conseguido segurar a “onda” da crise econômica mundial que afeta também os Estados Unidos.
Acontece que a previsão do crescimento do Brasil em 2012 está abaixo de 2%. Muito aquém do esperado. E já se fala em queda do ministro da Fazenda Guido Mantega, tendo em vista que além de não ser o ministro de Dilma na Fazenda, suas previsões de crescimento ficaram longe de serem concretas.
Já em seu pronunciamento de Natal, a Presidente afirmou que “o Brasil está tomando as medidas necessárias para que uma ‘possível piora no cenário internacional não nos traga maiores problemas’". No encerramento do pronunciamento, a Presidente disse ainda: "Teremos força para continuar a luta incessante contra a corrupção ou qualquer tipo de desvio ou malfeito. Tudo isso vai continuar garantindo que o Brasil seja um dos poucos países do mundo que consegue, ao mesmo tempo, crescer com estabilidade, distribuir renda, diminuir a desigualdade, aperfeiçoar a democracia e fortalecer suas instituições".
A grande questão é que os números se contradizem, pois por mais otimismo que a nossa Presidente e sua equipe econômica tenham, o ano de 2013 será mais difícil, se persistir o atual cenário. Quem vai ser mais penalizado, mais uma vez, será o trabalhador brasileiro, o qual o governo Dilma não conseguiu ainda fazer que o Brasil marche firme rumo ao propósito apresentado pela própria presidente, imbuído em um de seus programas de governo.
O enfoque aqui cabe ao crescimento com distribuição de renda e diminuição de desigualdade, pois grandes obras estão paradas a exemplo da transposição do Rio São Francisco e inúmeras obras pelo país a fora em convênios com Estados e municípios. Quando se remete aos estádios para a Copa de 2014 vejam quem são os consórcios que estão gerenciando essas obras. E como exemplo disso, temos a cidade de Salvador que a um ano e meio deste evento, nem o governo da União e nem do Estado não se movimentaram em questões importantíssimas para a infraestrutura da cidade.
O quem vem ocorrendo na verdade, é a iniciativa privada que tem segurado as pontas tanto no setor da Construção Civil, como em outros setores da economia que geram renda e emprego. E em Irecê presenciamos isso, pois a União continua gastando mal, esbanjando os recursos públicos e isso chega por tabela nos Estados e municípios brasileiros, também, mal acostumados com a “gastança” irresponsável de seus gestores e os contribuintes ao pagar essa conta altíssima.
Quando se anuncia o crescimento de famílias brasileiras beneficiadas pelo Bolsa Família, entendo que está faltando geração de empregos, renda e qualificação profissional. Não que sejamos contra o combate a pobreza das famílias carentes, a questão é saber: Até quando iremos atender essa parcela da população com “pão e futebol”?
Na Bahia mais de 1,4 milhão de baianos vive na extrema pobreza e 76% ganham menos de um salário mínimo. A situação faz com que um terço da população do estado receba Bolsa Família, diz o Ipea - Instituto Pesquisa Econômica Aplicada, e estamos falando do maior Estado Nordestino do país, que mesmo com um potencial econômico e turístico que temos, a cidade de Salvador continua entre as primeiras capitais nos índices de desemprego no país. Ou seja, algo precisa mudar.
Portanto, ou o Estado brasileiro administra melhor seu caixa, cria mecanismos de verdade para depois de dois anos do governo Dilma, o país andar, ou continuaremos a assistir a antecipação da campanha presidencial de 2014, desvirtuando o que realmente interessa ao povo Brasileiro que é um crescimento econômico com avanços sociais.
Em 2013, início de novos gestores municipais, onde vão encontrar esse cenário econômico que trará mais dificuldades aos nossos municípios, mas, a população deve ficar atenta, pois o orçamento de 2013 já foi aprovado pelas respectivas câmeras municipais em 2012 e eles não poderão se queixar de que não sabiam o que iriam encontrar, e nem jogar para a União e o Estado a culpa pela coisas não acontecerem, pois o cenário já estava desenhado antes mesmo do início oficial das campanhas eleitorais.
Jorge Luiz Rocha
Pedagogo
Parabéns Jorge, texto muito bom de se ler.
ResponderExcluirObrigado Rodrigo. Um feliz Ano Novo para você e Olivia, um grande abraço.
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