A Professora e advogada Cristiana Santos publica artigo no Politica Livre na coluna Defesa do Consumidor falando sobre o financiamento de imóveis. Vale a pena a leitura, pois, traz dicas importantes para quem deseja financiar um imóvel. Confira abaixo.
Dicas para o financiamento de imóveis:
A aquisição da casa própria sempre esteve entre os sonhos dos brasileiros.
Sonho que, nos dias de hoje, passou a estar próximo da realidade, graças à
estabilidade da nossa moeda, a expansão da classe média e aos baixos juros
cobrados nesta modalidade de financiamento, Mas para que o financiamento da casa
própria venha a ser um bom negócio é conveniente observar algumas dicas.
Em primeiro lugar, compare as taxas de juros e demais custos incidentes
(impostos, taxas cartorárias, etc.). Se tiver em dúvida sobre qual a proposta
mais vantajosa, pergunte qual o Custo Efetivo Total (CET) da operação. Escolha o
menor.
Em todo contrato de financiamento ou empréstimo, os juros correspondem à
remuneração daquele que emprestou seu capital para ser usado por outra pessoa
por determinado tempo. Assim, a além da taxa de juros praticada, é preciso levar
em consideração o montante a ser financiado, o tempo que a pessoa que pegou o
dinheiro emprestado levará para quitá-lo e o valor das parcelas a serem
pagas.
No financiamento de imóveis não é diferente. Quanto maior for o valor
financiado, maior vai ser o montante dos juros que o consumidor vai ter que
pagar. Para reduzir este valor vale a pena dar um bom sinal e usar o FGTS.
Pessoalmente não gosto da ideia de ficar sem nenhuma poupança para uma eventual
emergência. Assim, sugiro que o consumidor separe essa reserva.
Outro fator que deve ser observado diz respeito ao valor das
parcelas x tempo do financiamento. Com frequência
encontro consumidores que optam por alongar o tempo do financiamento por
entender que irão pagar parcelas mais baixas, o que é verdade. Mas também irão
transferir mais dinheiro do seu patrimônio para o agente financiador, na forma
de juros. Como dito acima, os juros correspondem à remuneração devida ao agente
financeiro por termos usado o seu dinheiro durante determinado tempo. E quanto
maior for o tempo…
Explico melhor. Vamos tomar como exemplo uma pessoa que faz um empréstimo de
R$100.000,00 para pagar em prestações mensais e iguais ao longo de 10 anos, a
uma taxa de 1% a.m. Para quitar completamente a dívida ela irá pagar 120
parcelas mensais de R$ 1.434,71, totalizando 172.165,20. Deste valor, R$
100.000,00 referem-se à devolução do dinheiro que lhe foi dado e os outros R$
72.165,20 correspondem aos juros que incidiram durante tempo que levou para
quitar o débito. Se ela levar 20 anos para pagar o mesmo valor, com a mesma taxa
de juros, pagará 240 parcelas mensais e iguais de R$ 1.101,09, totalizando R$
264.261,60, dos quais R$ 164.261,60 corresponderão aos juros. Ou seja, a
prestação mensal será reduzida em R$ 333,62, mas em compensação ela pagará, ou
seja, transferirá do seu patrimônio para o do agente financeiro, R$ 92.096,40 a
mais do que se tivesse quitado a dívida em 10 anos.
Portanto, no quesito tempo é preciso encontrar um ponto de equilíbrio que
permita que o financiamento seja pago no menor número de meses possível e, de
outro lado, a parcela mensal caiba no orçamento familiar.
Por fim, desconfie de promessas de isenção de parcelas de financiamento,
impostos e taxas de registro. Não existe almoço grátis. Esse custo provavelmente
está embutido no preço do imóvel ou nas condições do financiamento.
Fonte:Coluna Defesa Consumidor/Política Livre/03/04/13.
Foto:reprodução
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