Briêda,
do Senai-BA, explica o que as empresas querem do trabalhador -(Foto: João Alvarez - Sistema Fieb)
As formações mais requisitadas são Mecânica, Elétrica, Mecatrônica, Eletromecânica, Química e Automação e Controle
Foi-se o tempo em que o Polo Petroquímico de Camaçari era um grande
empregador e concentrava a colocação dos sonhos de muitos baianos. Apesar de
hoje ser chamado de Polo Industrial, ele já não é um grande empregador, pelo
menos em termos de quantidade.
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Mas, quando o assunto é qualidade, as vagas dali ainda são muito
disputadas por quem deseja um bom salário e oportunidades de
crescimento. O setor petroquímico na Bahia emprega atualmente cerca de 45
mil pessoas. Dessas, 15 mil são diretos e mais de 30 mil indiretos, sendo que
60% dos profissionais envolvidos se concentram nas áreas de operação e
manutenção.
Como as necessidades aumentam e as vagas são poucas, empresas do
setor procuram empregados vindos de cursos técnicos. Um profissional com o
perfil desejado por essas empresas pode chegar a ganhar até R$ 10 mil como
salário inicial.
A oferta de técnicos diminuiu. Por
isso, o salário aumenta e as empresas retêm os profissionais qualificados
Rita Luciana Aguiar, sócia da People2People
As formações mais requisitadas são Mecânica, Elétrica, Mecatrônica,
Eletromecânica, Química, Automação e Controle, Operação de Processos Químicos e
Petroquímicos e de Segurança do Trabalho.
Técnicos
Para a sócia da empresa de recursos humanos People2People Rita
Luciana Aguiar, sobram vagas nas áreas técnicas por conta de uma
supervalorização dos cursos superiores.
“A oferta de técnicos diminuiu. Por isso, o salário aumenta e as empresas
retêm os profissionais qualificados. Por falta de pessoas qualificadas, muitos
dos negócios procuram por colaboradores que atuem no mesmo segmento. Quando não
acham, acabam por selecionar talentos fora da Bahia. No caso de empresas que
optam por aceitar membros sem experiência prévia, a opção é recorrer aos
centros técnicos formadores ”, diz.
Perfil
A gerente da Braskem Kricia Galvão, responsável por Pessoas &
Organização Vinílicos, afirma que 51% dos colaboradores da empresa são
técnicos. “São essas pessoas que fazem as coisas (da empresa) acontecerem. Por
isso, estimulamos e capacitamos os funcionários para que eles adquiram o
conhecimento tácito, aquele que o indivíduo adquire ao longo da vida, pela
experiência”.
Já o gerente do Núcleo Estratégico do Senai da Bahia, Luis Alberto
Brêda, ressalta que o domínio técnico é essencial, mas que é preciso ter noções
de segurança, bom relacionamento, dentre outras competências, para
conseguir uma vaga na indústria petroquímica.
“Muitos cursos nascem em função da demanda da própria indústria. O
diferencial (para o trabalhador), além dos conhecimentos técnicos, são,
sobretudo, as competências e habilidades de relacionamento intrapessoal e
liderança”.
Jovens devem apostar no Polo, diz vice-presidente da ACB
Em entrevista exclusiva para o CORREIO, o vice-presidente da Associação
Comercial da Bahia (ACB), Adary Oliveira, afirma que o Polo Industrial de
Camaçari, que responde por 20% do PIB estadual, apesar de enfrentar um período
instável, deve ser almejado pelos profissionais do futuro. Confira os
principais trechos da entrevista.
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Que análise você faz sobre a situação do Polo Industrial?
Hoje o Polo é o lugar de maior concentração de investimentos industriais
no estado. São mais de US$ 16 bilhões de dólares em investimentos globais. Até
2015, o Polo deve ter novas inversões acima de US$ 6,2 bilhões de dólares.
Ele é de suma importância pois fabrica produtos intermediários e
abastece as indústrias de bens e consumo e de transformação, sobretudo no Sul e
Sudeste. Temos algumas questões que precisam ser acertadas. As
empresas precisam melhorar sua competividade no mercado mundial.
Quais são as dificuldades enfrentadas?
O custo elevado da matéria- prima, sobretudo da nafta, principal insumo
utilizado pela cadeia petroquímica nacional, é a principal dificuldade. O
Brasil importa esse insumo porque o que se produz não é suficiente. Cerca de
40% da nafta é importada. Isso acaba por afetar no preço do petróleo, dentre
outros fatores. Em outros países, como nos Estados Unidos, são usados outros
insumos que barateiam o produto. Outra dificuldade é o alto preço da energia
elétrica.
Quais são as perspectivas para o futuro do Polo Industrial?
Com a absorção de novas tecnologias e investimentos, alguns problemas
devem ser resolvidos. Ainda assim, com a superação desses problemas, outros vão
surgir. O tempo passa, as empresas buscam se tornar mais competitivas e
questões sempre surgem. Os técnicos e administradores estão aí para isso:
resolvê-los. Por isso, acredito que as empresas vão continuar a empregar.
Jovens podem apostar no futuro do Polo porque o ambiente é acompanhado de bons
salários.
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