domingo, 4 de março de 2012

Salvador: Polícia cerca Quilombo Rio dos Macacos para reintegração de posse

Agentes da Polícia de Choque da Polícia Militar (PM), tratores e policiais da base militar da Marinha estão no Quilombo Rio dos Macacos, dentro da área da Base Naval, em Salvador, na manhã deste domingo, 4.

A Marinha entrou na justiça com pedido de reintegração de posse da área, cujo prazo terminaria hoje. Este prazo, no entanto, havia sido adiado por cinco meses, após reunião realizada na última terça-feira (27), com representantes do governo federal.

Os cinco meses seriam utilizados para finalizar o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a fim de identificar se a área pertence mesmo aos quilombolas e há quanto tempo eles estão no local.

No local vivem cerca de 50 famílias. Apesar do impasse, o Governo Federal assegurou que todos os direitos da comunidade serão preservados.

Ainda não houve a reintegração de posse. No momento, integrantes do Movimento Desocupa Salvador tantam distribuir alimentos no local, mas não conseguem entrar na Base porque são impedidos pela polícia, segundo a integrante do Movimento Desocupa Salvador, Michele Perroni.

A Marinha entrou na justiça porque pretende expandir um condomínio para os seus oficiais no território, região limítrofe entre Salvador e Simões Filho.

A socióloga Vilma Reis se poscionou a favor dos quilombolas, afirmando que a
"Marinha do Brasil não pode tomar o Território de Rio dos Macacos, porque ela como instituição Brasileira não está acima das demais instituições nacionais".

Manifestação - Em janeiro, os integrantes da comunidade aproveitaram a presença da presidente Dilma Rousseff na Bahia para denunciar a pressão que a Marinha estaria fazendo para que eles deixassem a área, localizada dentro da Vila Militar.

Na ocasião, um grupo de 50 quilombolas realizou manifestação na área do pier marítimo de São Thomé de Paripe, com faixas reivindicando à presidente uma "solução" para o conflito de terras que, segundo eles, ocorre desde a década de 70, quando foi criada a Base Naval de Aratu.

De acordo com os moradores da área, as famílias estão no local desde a época da abolição da escravatura, há mais de 100 anos.




Fonte:Redação de atarde/reprodução

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