terça-feira, 7 de julho de 2020

Economia: Veja como serão as reaberturas dos espaços em Salvador

imagem:reprodução
Depois de quase quatro meses de pandemia Salvador começa a esquematizar os primeiros passos para a retomada das atividades econômicas. 
O planejamento foi divulgado na manhã desta terça-feira (7), em entrevista coletiva conjunta do governador Rui Costa (PT) e do prefeito ACM Neto (DEM). Os setores foram divididos em três grandes grupos e cada um vai começar a funcionar de acordo com a taxa de ocupação dos leitos para pacientes com covid-19.
As regras são simples. Até a segunda-feira (6), Salvador estava com 79% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados. A primeira fase será ativada quando esse número cai para 75% e permanecer assim por cinco dias seguidos. Governo e prefeitura estimam que isso vai ocorrer até o final do mês de julho, porque novos leitos serão inaugurados nos próximos dias.
Lojas com mais de 200 m² vão poder voltar a funcionar na Fase 1 (Foto: Tiago Caldas/ Arquivo CORREIO)
Quando a taxa estiver em 75% vão poder voltar a funcionar as atividades econômicas da Fase 1: shoppings centers, centros comerciais, lojas com mais de 200 metros quadrados, templos religiosos e igrejas, e drive in. A reabertura não significa liberação total. Os shoppings, por exemplo, vão funcionar apenas de segunda-feira a sábado, e das 12h às 20h. E as lojas comerciais de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h. Segundo o prefeito ACM Neto, o objetivo é evitar tumulto no transporte público..
“A gente foi escalonando os horários exatamente para não haver confusão no transporte público de uma vez só. Estamos tentando escapar dos horários de pico. Vejam que a abertura e o fechamento dos shoppings acontecem antes e depois do horário de pico para não combinar com outras atividades econômicas e não gerar confusão no transporte público”, afirmou.
Ainda no exemplo do shopping, as praças de alimentação vão operar apenas no sistema delivery e de take away (quando o cliente retira o alimento no restaurante). Não será permitido, ao menos nessa primeira fase, que as pessoas ocupem mesas e cadeiras para lanchar ou almoçar.
Os estacionamentos acima de dez vagas só poderão operar com 50% da capacidade, e os shoppings terão que respeitar o limite de 5 metros quadrados por pessoa em cada loja. Estabelecimentos como academias e salões de beleza vão permanecer fechados porque eles fazem parte da segunda fase de reabertura.
Igrejas também terão que seguir protocolo (Foto: Nara Gentil/ CORREIO)
Fase 2

Quando o número de leitos ocupados em Salvador estiver em 70%, e permanecer assim por cinco dias seguidos, será o momento de ativar a Fase 2. Reabrem academias de ginástica, barbearias, salões de beleza, centros culturais, museus, galerias de arte, e tem início a etapa 2 da primeira fase. Será nesse momento também que bares e restaurantes voltarão a funcionar.

A terceira e última fase só vai entrar em operação quando a taxa de ocupação estiver em 60% e permanecer assim por cinco dias consecutivos. Na Fase 3 entram em funcionamento parques de diversão e temáticos, teatros, cinemas, casas de espetáculos, clubes sociais, recreativos, e esportivos, e centros de eventos e convenções.
A divisão das atividades nessas três fases levou em consideração o risco de transmissão do novo coronavírus e a importância econômica de cada uma delas. Mas governador e prefeito frisaram que cada seguimento tem protocolos específicos de funcionamento que terão que ser seguidos à risca, e que caso haja necessidade o serviço pode voltar a ser suspenso.
No caso das praias e das escolas, a prefeitura informou que está sendo feita uma análise à parte e que essas atividades terão protocolos independentes das três fases anunciadas nesta terça-feira. ACM Neto contou que o planejamento foi feito em conjunto pelas equipes da prefeitura e do governo, e finalizado na manhã de domingo (5).
“Não tenho dúvida que a decisão de fazermos um protocolo conjunto foi a mais acertada. Poucos estados e capitais do Brasil juntaram as suas equipes técnicas para apresentar um único plano. Os últimos dias foram de muito trabalho e muito diálogo, e gostaria de agradecer as equipes da prefeitura e do governo do estado pelo resultado. O protocolo que será melhor para todos, para a compreensão geral da sociedade, para os setores diretamente afetados pelas decisões comuns, e acima de tudo para dar segurança e transparência a todas as decisões que serão tomadas de agora em diante”, afirmou.
Os gestores frisaram que as decisões são técnicas e têm como prioridade a preservação da vida. Neto aproveitou para anunciar que está preparando um plano de incentivo econômico com 100 ações que vai abranger, entre outros setores, o turismo.
Prefeito destacou parceria entre município e governo do estado na construção do plano (Foto: Divulgação/ Arquivo)
Cenário

O governador Rui Costa foi o primeiro a falar na coletiva e apresentou dados positivos. Ele disse que, atualmente, a Bahia ocupa o 21º lugar em total de contaminados para 100 mil habitantes, na comparação dos 26 estados e Distrito Federal. São 593 casos para cada 100 mil moradores. Afirmou também que apesar de o estado corresponder a 7% da população brasileira, apenas 3,3% do total de óbitos no país aconteceram na Bahia. Mas o governador chamou atenção para outro ponto.

“Estamos há mais de 30 dias mantendo um padrão de crescimento no número de casos que tende a estabilização na Bahia. O problema é que estamos em um patamar muito alto, apesar da taxa de contaminação estar baixa, ainda não entramos em uma curva de declínio dos casos absolutos e de óbitos, ainda não houve retração expressiva da demanda de leitos. Precisamos que a pessoas sejam conscientes, usem a máscara, respeitem o isolamento e procurem o serviço médico antes que o caso se agrave a ponto de precisarem de um leito de UTI”, disse.
Rui Costa pediu mais cautela da população (Foto: Divulgação/ Arquivo)
O governador falou também sobre o impacto das aglomerações durante as festas juninas. Segundo ele, em 20 cidades, o aumento no número de casos foi de 100%, e outros 30 municípios tiveram crescimento de até 60% na quantidade de doentes.
“As pessoas que se encontraram em suas casas, em seus sítios e comunidades, para fazer algum tipo de confraternização em família, e tiveram contato com alguém contaminado, logo apareceram contaminadas. Então, tivemos crescimento de casos em muitas cidades da Bahia, algumas com taxas bastante expressivas. Isso não foi suficiente, felizmente, para mudar a média estadual, mas impactou a realidade de muitos municípios”, disse.
Salvador e Região Metropolitana concentram 55% dos casos de covid-19 registrados no estado. São seguidos por Feira de Santana e região, e pelos municípios do Sul da Bahia. Atualmente, entre 50 e 60 baianos estão morrendo todos os dias por conta da doença.
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FONTE: CORREIO DA BAHIA - 07/07/2020 -19h:50min.

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