Falta pouco para a vacina contra a covid-19 chegar à capital baiana. A prefeitura de Salvador negocia com duas empresas a compra direta da vacina contra o novo coronavírus. O prefeito eleito de Salvador, Bruno Reis, que assume a gestão da cidade na próxima semana, contou que, enquanto aguarda o desenrolar do processo da CoronaVac no Instituto Butantan, barganha diretamente com as empresas Johnson & Johnson e Moderna.
Além disso, outros dois laboratórios disseram a Reis que têm condições de fornecer as doses para Salvador. “Viemos mantendo contato com outros laboratórios, a exemplo da Johnson & Johnson e Moderna. Os dois sinalizaram que teriam condições de comercializar as vacinas com Salvador. Estamos vendo questão de preço, forma de pagamento e prazo de entrega. O nosso desejo é que possamos ter uma vacina em janeiro”, estima.
A capacidade de armazenamento também não é problema. Atualmente, Salvador tem quatro ultrafreezers para armazenar as vacinas a -86ºC. A capacidade do Município é de estocar ao mesmo tempo 160 mil doses, com temperaturas abaixo de – 75ºC. As seringas e as agulhas já foram compradas, e o plano de imunização foi definido e apresentado pela Prefeitura no início de dezembro. Os grupos prioritários serão os profissionais de saúde das áreas pública e privada, 103 mil em Salvador, e pessoas acima de 60 anos. Juntos, totalizam cerca de 380 mil pessoas.
O prefeito eleito ainda disse que demonstra interesse em incluir os profissionais de educação no grupo prioritário para receber o imunizante. O objetivo é que as aulas possam começar em fevereiro, mas isso dependerá também do governo do estado.
“Já solicitei uma audiência com o governo para a discussão da retomada da educação. Nossa visão é que o ano de 2020 foi comprometido, e, se a gente não iniciar as aulas no máximo em fevereiro, corremos o risco de perder dois anos. Se os números da pandemia permitirem e se a gente já tiver avançado na solução da vacina, nosso desejo, combinado com o governo do estado, é retomar, caso seja possível, em fevereiro, e, se der, incluir os profissionais de educação no grupo prioritário para fazer uma retomada com tranquilidade”, afirma.
Contudo, Reis ponderou que o orçamento do município não tem condições de vacinar toda a população soteropolitana. Portanto, não há previsão de quando que as quase 3 milhões de pessoas de Salvador estejam imunizadas, também por conta da disponibilidade das doses pelo laboratório. “Não dá para falar uma data precisa, justamente porque não temos certeza de quantas doses serão disponibilizadas e em que prazo. É preciso ser sincero e dizer que Salvador não dispõe de orçamento para adquirir, no caso, 6 milhões de doses, porque a maioria das vacinas são em dose dupla. Mas há condições de a gente fazer um esforço para garantir a imunização do público prioritário”, confessa.
O prefeito eleito criticou a demora da União em comprar um dos imunizantes disponíveis no mercado. “Estávamos mantendo contato com a Pfizer. Infelizmente, o Brasil não comprou a vacina da Pfizer. Costa Rica, México, e Chile já começaram a vacinação, e o Brasil, maior país da América Latina, está atrasado. A gente lamenta, mas tem outras vacinas”, afirmou.
Bruno Reis lembrou que o Governo do Estado está em negociação com a Rússia para a aquisição da vacina Sputnik, e voltou a afirmar que a origem do medicamento não interessa. O critério que será usado para escolher o imunizante oferecido aos soteropolitanos será a eficiência do produto. A vacinação é prioridade para a sua gestão em 2021. “Não há nada mais importante nesse momento que terá consequências no campo social e econômico da cidade, do que realizar com a máxima brevidade a imunização. É nossa prioridade”, garante o prefeito eleito.
Reis ainda pediu a colaboração dos soteropolitanos para que o cumprimento dos protocolos sanitários, para que não haja um colapso no sistema de saúde para que as medidas restritivas não voltem com mais rigor: “Nosso desejo é seguir mantendo a estratégia atual, de restabelecer dos leitos de UTI e esperamos uma participação das pessoas na utilização de máscaras, fazendo higienização das mãos e evitando aglomeração, para que os leitos sejam suficientes para atender a demanda e não chegar a um colapso”.
fonte:Gil Santos e Marcela Villar* /redacao@correio24horas.com.br
*Sob orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro
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