Investigadores da Polícia Federal (PF) destacados para monitorar alvos da Operação Faroeste relataram que o advogado Marcelo Junqueira Ayres, genro do ex-senador Walter Pinheiro e apontado como operador do esquema de venda de sentenças, adotava medidas de contrainteligência típicas de grandes organizações criminosas. Em relatório encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), os agentes afirmaram que a estratégia foi identificada durante o monitoramento de um encontro entre Ayres e o advogado Júlio César Cavalcanti, delator da Faroeste, ocorrido no estacionamento do Shopping Salvador.
Tática de escape
A equipe da PF relatou que, após Cavalcanti entrar no BMW de Ayres, o veículo “ficou transitando pelo G2 (do shopping) durante alguns minutos, com paradas repentinas, em conduta tipicamente empregada como forma de contrainteligência. Neste contexto, o acompanhamento foi feito de forma distante, visando não evidenciar a vigilância em curso”.
Operação Abafa
Ainda de acordo com a PF, Marcelo Junqueira Ayres revelou temor com a possibilidade de que a conversa com o delator para discutir propina fosse captada por escuta ambiental e que, por isso, manteve o som do carro em volume alto. Ao mesmo tempo, relataram os agentes, exigiu ”constantemente, através de gestos, que Júlio César abaixasse o seu tom, enquanto o próprio falaria em sussurros”. A conduta de Ayres, destacaram os investigadores, é similar à usada por organizações criminosas voltadas ao tráfico e a assaltos para dificultar a vigilância policial.
fonte:Coluna Satélite/Correio da Bahia/ 22/12/2020 às 13h:19min.
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