quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Rio: Candidato a vice-governador na chapa de Cláudio Castro é alvo da PF

Reprodução/Facebook

A Polícia Federal investiga, no âmbito da Operação Anáfora, deflagrada na manhã desta quinta-feira (1º/9), um político e um empresário. Dois dos principais alvos da ação são Washington Reis (MDB) (foto em destaque), ex-prefeito de Duque de Caxias e candidato a vice-governador do Rio de Janeiro na chapa do atual governador, Cláudio Castro (PL), e Mário Peixoto.

Com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), a PF apura favorecimento na contratação de cooperativa de trabalho pelo município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Somados, os valores do contrato e de seus aditivos ultrapassam meio bilhão de reais (R$ 563.550.000) em pouco mais de dois anos.

Na ação, cerca de 130 policiais federais e servidores da CGU cumprem 27 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, nos municípios de Duque de Caxias, Maricá, Angra dos Reis, Mesquita, Niterói, Nova Iguaçu e na capital carioca.

Segundo a PF, a investigação, iniciada em janeiro deste ano, aponta que a cooperativa pertence a uma estruturada e complexa organização criminosa do Rio de Janeiro. O grupo age por meio de desvio de recursos públicos, em especial na área da saúde, há décadas.

Os mandados de busca e apreensão são cumpridos contra pessoas físicas e jurídicas que ocupam diferentes funções no esquema, incluindo empresários, laranjas, operadores financeiros e prováveis líderes da quadrilha.

Operação Favorito

O empresário Mário Peixoto teve autorizada a prisão domiciliar no âmbito da Operação Favorito, desdobramento da Lava Jato, em janeiro de 2021. Ele é suspeito de ser um dos operadores de um esquema de corrupção que ocorria na Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. Segundo aponta ação do Ministério Público Federal, unidades de saúde eram geridas por organizações sociais controladas por laranjas. Isso foi um dos fatores que resultou no afastamento de Wilson Witzel do governo do Rio de Janeiro.

O nome de Peixoto foi citado na delação premiada do ex-secretário da pasta Edmar Santos.

Anáfora

O nome da operação refere-se a uma figura de linguagem muito usada por escritores: a repetição de uma ou mais palavras no início de versos, orações ou períodos. Empregada na poesia e na música, a anáfora aumenta a expressividade da mensagem, enfatizando o sentido de termos repetidos consecutivamente.

Com relação ao trabalho conduzido pela PF, o que se identificou como característica acentuada da organização criminosa foi justamente a repetição do seu modo de atuar, ou seja, o emprego do mesmo modus operandi – tanto na constituição de empresas geridas por pessoas interpostas quanto na forma de contratar com entes públicos.

Fonte:Metropoles - 01/09/2022 13h:31

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