"Eu já li a Bíblia inteirinha, com atenção. Levei uns sete anos para ler...' afirmou o agora presidente também na entrevista a Istoé. imagem:reprodução/Istoé
Viralizou nas redes
sociais uma entrevista que o presidente Jair Bolsonaro (PL)
deu à revista IstoÉ Gente em fevereiro de 2000. Nela, ele defende o aborto
como sendo uma "decisão do casal".
Na mesma entrevista, ele conta sua experiência pessoal, e diz que, à época da gravidez do filho Jair Renan, teria optado pelo aborto, não fosse a mãe da criança, Cristina.
"Tem
que ser uma decisão do casal", afirmou ele. A jornalista
questionou se o político já tinha passado por alguma situação que exigisse
essa definição.
"Já. Passei para a companheira. E a decisão dela foi de manter. Está ali, ó", respondeu o presidente, apontando para uma foto de Jair Renan, filho que ele teve com Ana Cristina Valle. O filho 04 do presidente era um bebê na época. A declaração contradiz o que o presidente afirma sobre ser radicalmente contra o aborto, tema sobre o qual busca atacar o adversário Lula (PT).
Em
setembro, Bolsonaro declarou: "Nós, diferentemente do outro
candidato, nós defendemos a vida desde a sua concepção. Nós dizemos 'não' ao
aborto. Nós dizemos 'não' à ideologia de gênero. Nós dizemos 'não' à
legalização das drogas".
Em outro trecho, ele afirma que é católico e já leu a Bíblia, mas que raramente ia à Igreja."Eu acredito em Deus. Sou católico. Mas é coisa rara ir à Igreja. Eu já li a Bíblia inteirinha, com atenção. Levei uns sete anos para ler. Você tem bons exemplos ali. Está escrito: "A árvore que não der frutos, deve ser cortada e lançada ao fogo". Eu sou favorável à pena de morte", declarou.
As
declarações do presidente começaram a viralizar nas redes sociais depois que
ele foi ao segundo turno, no domingo (2).
Na
época, Bolsonaro tinha 44 anos e exercia o terceiro mandato como deputado
federal. Ele costumava chamar atenção pelas declarações polêmicas, como a
defesa à tortura e pena e de morte e do fuzilamento do
então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
"Eu
não xinguei o presidente, nem disse que ele não conhece o pai dele. Acho que o
fuzilamento é uma coisa até honrosa para certas pessoas", afirmou ele na
entrevista.
Questionado
se não era uma incitação ao crime, respondeu: "Se eu estivesse
conspirando, não falaria isso. Não é difícil matar o presidente. Só tem que ter
coragem. O esquema de segurança dele é falho. Por exemplo, tenho uma casa no
litoral em Mambucabinha, próxima do local onde ele passeia quando vai a Angra
dos Reis. Sou primeiro lugar no curso de mergulho do Corpo de Bombeiros do Rio
de Janeiro. Bastava planejar. E as chances de sucesso de se cumprir a missão
são grandes. Não é difícil eliminar uma autoridade no País. Isso até serve para
alertar o presidente".
A IstoÉ
Gente republicou a entrevista na íntegra na terça (4). Leia no link.
Fonte:Correio da Bahia - 06/10/2022
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