segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Laura Sabino expõe hipocrisia de dep. Nikolas Ferreira sobre caso Choquei


                                          Créditos: Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A influencer Laura Sabino expôs a hipocrisia do deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira em um vídeo no X (antigo Twitter), após o mesmo gravar um vídeo em que usa o caso da jovem Jéssica Canedo, que morreu após sofrer ataques online devido a uma fake news compartilhada pelo perfil Choquei, para se promover e atacar a esquerda.

“Deixa eu te falar sobre o que o próprio Nikolas Ferreira não te conta, até porque nós precisamos sim falar sobre os linchamentos virtuais que literalmente estão matando pessoas. Só que é muita hipocrisia um cara como o Nikolas Ferreira se aproveitar de uma tragédia para se promover quando ele faz a mesma coisa”, começou Laura.TE PODRÍA INTERESAR

A influencer relembrou quando, em 2022, Nikolas expôs uma adolescente trans em vídeo, simplesmente por ela querer usar o banheiro feminino em sua escola, o que a sujeitou ao linchamento virtual.

“A menina ficou completamente vulnerável, assustada, com medo, vendo milhares de pessoas compartilhando um vídeo com seu rosto, xingando, difamando e até mesmo falando que ela não deveria desistir. Pior é que depois ele continuou indo em lugares, debochando, fazendo piadinhas com a dor dessa família, dessa menina. E esses ataques têm repercussão na vida real”, disse Laura.

  • Choquei toma atitude drástica diante das críticas na web

Ela citou o exemplo da mulher cis que levou um soco ao sair do banheiro de um restaurante por ser “confundida com uma mulher trans”, em um claro ato de transfobia do homem agressor. “Fora as milhares de pessoas que de fato são trans e são espancadas, mortas, estupradas simplesmente por existir”, completou Laura.

Ela ainda citou outro exemplo que mostra a hipocrisia de Nikolas, quando ele compartilhou uma fake news sobre a influenciadora Thaís Carla, uma mulher gorda. “Compartilhou uma fake news, uma montagem da cara dela fantasiada de Globeleza e comentou ‘sobrou o Globo e faltou a beleza’. Do nada. Fazendo com que a menina recebesse uma enxurrada de críticas e ataques à toa”, disse Laura.

“Então temos que falar do caso da Jéssica, de como é necessário criar mecanismos para evitar o linchamento virtual, mas o hipócrita do Nikolas é parte do problema. Ele tem uma rede que ajuda a disseminar mentiras e atacar pessoas inocentes”, finalizou.

Entenda o caso Choquei

Na semana passada, algumas páginas de fofoca, incluindo a Choquei - que conta com mais de 30 milhões de seguidores -, publicaram prints de uma suposta conversa entre a jovem Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos de idade, e o humorista Whindersson Nunes.

A informação foi desmentida por Whindersson, mas circulou o suficiente para causar dano moral a Jéssica. Ao longo de cinco stories feitos na última segunda-feira (18), ela desabafou sobre os problemas que enfrentou no último ano com sua saúde mental, afirmando que 2023 foi o ano mais difícil da sua vida

“Cuidado com o que vocês falam. Vocês não sabem como está o psicológico de quem está recebendo os xingamentos e as ameaças”, disse Jéssica.

Na noite de sexta-feira (22), a família de Canedo informou que ela tirou sua própria vida.

"Infelizmente perdi uma amiga, por conta de mentiras, por conta de ataques na rede social. Amiga, que Deus te dê um bom lugar. Descanse em paz", publicou Vitória Santos, uma amiga de Jéssica.

A postagem com os prints falsos foi tirada do ar pela Choquei e por outras páginas de fofoca no Instagram e Twitter. Essas contas somam milhões de seguidores e movimentam uma quantidade enorme de dinheiro em publicidade e postagens patrocinadas.

Nas redes sociais, usuários criticam a Choquei e apontam que a notícia falsa divulgada pela página foi a causa da morte de Jéssica.

Até as 'Notas da Comunidade do Twitter' afirmam que "a Choquei contribuiu com a morte da uma menina e está lidando como se nada tivesse acontecido, apenas apagou os posts. A morte da Jessica não pode ser esquecida".

A extrema direita se aproveitou do posicionamento editorial pró-Lula da página de fofoca para criar um factóide em cima da morte de Jéssica Canedo.

Já os influenciadores progressistas afirmaram que o caso reforça a proposta do governo de regulamentar as redes sociais através do PL das Fake News.

"Já que o assunto é fake news e o impacto REAL na vida das pessoas, que tal abraçarmos novamente o PL 2630? Não adianta derrubar um perfil aqui, outro acolá, é preciso atuar na raiz do problema. A extrema-direita que tá pedindo a derrubada da conta Choquei tá preparada pra isso?", disse George Marques, assessor na Secretaria de Comunicação Institucional da Presidência da República.

Em publicação nas redes, a Choquei se eximiu de culpa pela tragédia e apelou para a liberdade de expressão e o direito à informação.

"Lamentamos profundamente o ocorrido e nos solidarizamos com os familiares e todos os afetados pelo triste acontecimento. Reforçamos nosso compromisso em agir com diligência e responsabilidade. O perfil Choquei (@choquei), por meio de sua assessoria jurídica, vem esclarecer aos seus seguidores e amigos que não ocorreu qualquer irregularidade na divulgação das informações prestadas por esse perfil. Cumpre esclarecer que não há responsabilidade à ser imputada pelos atos praticados, haja vista a atuação mediante boa-fé e cumprimento regular das atividades propostas. Em relação aos eventos que circulam nas redes sociais e que foram associados a um trágico evento envolvendo a jovem Jéssica Vitória Canedo, queremos ressaltar que todas as publicações foram feitas com base em dados disponíveis no momento e em estrito cumprimento das atividades habituais decorrentes do exercício do direito à informação. O compromisso deste perfil sempre foi e será com a legalidade, responsabilidade e ética na divulgação de informações dentro dos limites estabelecidos na Constituição Federal, em especial no art. 5º, inciso IX. Por fim, reafirmamos nosso respeito pela intimidade, privacidade, bem-estar e pela integridade", afirma nota assinada pela advogada Adélia de Jesus Soares.

fonTE: REVISTA FÓRUM -25/12/2023

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