sexta-feira, 19 de abril de 2024

SP: Como o BTG descobriu que tinha falso advogado em chefia de equipe


                                             Escritório do BTG / Foto: Reprodução / Glassdoor

 O BP Money teve acesso aos bastidores da demissão do falso advogado que fazia parte do jurídico do BTG (BPAC11). O agora ex-integrante da equipe perdeu o emprego após o banco descobrir que ele havia falsificado seu certificado de graduação na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Tudo começou quando um advogado — esse sim graduado, então subordinado do falso advogado, afirmou que não responderia a “uma pessoa que não era nem advogado de verdade”. Com isso, o RH optou por investigar aquela acusação.

Na investigação, o BTG solicitou que o então membro do jurídico tirasse logo a sua OAB — a Ordem de Advogados do Brasil, responsável por fiscalizar o exercício da profissão e realiza uma prova que autoriza os bacharéis a atuarem.

Ao adiar esse processo, a equipe do RH pediu então que o mesmo enviasse seu certificado de graduação, mas estranharam o documento recebido. Ao confirmar com a PUC, a instituição de ensino explicou que o então advogado não havia concluído o curso, tendo falsificado aquele documento.

Ainda de acordo com informações obtidas pela reportagem, o suposto advogado não conseguiu tirar a OAB pois não tinha diploma.

“Quando se faz a prova da OAB, atesta que você está no ultimo ano da faculdade. Então se você passa, tem até 1 ano para apresentar o diploma”, disse uma fonte que preferiu não se identificar.

“O coitado deve ter ficado desesperado de não ter se formado e ficou mentindo”, concluiu.

PUC-SP teria aberto queixa-crime contra falso advogado do BTG

O BP Money teve acesso a uma relação em que consta os formandos do ano de 2020, no qual não aparece o nome do rapaz. Contudo, é possível encontrá-lo na lista da organização que se refere aos alunos que realizam o ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) de 2015.

Relatos apontam ser possível que a PUC-SP tenha aberto uma “queixa-crime” contra o indivíduo. Em resposta à reportagem, a instituição afirmou que “não vai comentar o caso em referência, em face da Política de Segurança da Informação da Universidade e sua Mantenedora”.

Procurado, o BTG informou que também não iria comentar o assunto.

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