quinta-feira, 14 de março de 2013

Bahia: Concurso da Polícia Civil pede teste ginecológico ou atestado de virgindade em Edital


                                          A deputada diz que item é " abusivo e constrangedor" foto:reprodução


O edital para o concurso da polícia civil da Bahia, destinado aos cargos de delegado, escrivão e investigador, exige que as candidatas apresentem avaliação clínica ginecológica contendo colposcopia, citologia e microflora. Contudo, o edital causou polêmica no Estado por um item liberar dos testes a candidata que "possui hímen integro".
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da Bahia divulgou um comunicado oficial repudiando a exigência, afirmando que nos dias atuais a atitude é "extremamente abusiva e desarrazoada".
"Exigir que as mulheres se submetam a tamanho constrangimento é, no mínimo, discriminatório, uma vez que tal exigência não tem qualquer relação com as atribuições do cargo, além de tornar mais oneroso o concurso para as candidatas do gênero feminino", afirmou, em nota, a OAB.


O concurso disponibiliza 600 vagas com salários que podem atingir até R$ 9.155,28 para o cargo de delegado.


A deputada federal Alice Portugal (PCdoB) solicitou, na manhã desta quinta-feira, audiência com o secretário da Administração do Estado da Bahia, Manoel Vitório da Silva Filho, para tratar sobre o item “abusivo e constrangedor” do Concurso Público da Polícia Civil. 
Hoje, na tribuna da Câmara dos Deputados, a parlamentar, única mulher da bancada baiana na Câmara, manifestou indignação quanto ao item do Edital do Concurso Público da Polícia Civil do Estado da Bahia, que dispensa o exame ginecológico para as mulheres com hímen íntegro, mas, ao mesmo tempo, exige que a candidata comprove a virgindade. “No momento em que a presidenta Dilma lança o programa ‘Mulher – Viver Sem Violência’, retorno para Salvador para pedir explicações ao secretário da administração da Bahia sobre o edital do concurso da Polícia Civil que exige atestado de virgindade em troca da dispensa da avaliação ginecológica detalhada”. Alice lembra que é comum em todos os concursos a exigência de exames pré-admissionais, entretanto, “nessa situação é um excesso, é um detalhe constrangedor que invade a dignidade da pessoa humana, a dignidade das mulheres”.
Enquanto única mulher da bancada baiana na Câmara, a deputada defende que o item seja retirado imediatamente do edital, convocando o pronunciamento da Bancada Feminina e a intervenção da Procuradoria da Mulher da Câmara dos Deputados sobre o assunto.

Fonte: Portal Terra e Politica Livre/reprodução

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